sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Respeito por Fortaleza

Dica do bodegueiro David Arrais.

Por gentileza, Fortaleza

Izabel Gurgel
Jornalista

23 Fev 2010


Na praia, quero ouvir o barulho do mar. No teatro, só o espetáculo. No cinema, o filme. Na sala de aula, a aula. Em casa, sons que não incomodem a vizinhança. Na praça, o buchicho das conversas. Nas igrejas, rezar baixinho: os deuses não são surdos. Deixar profissionais e pacientes atravessarem uma dura noite em hospital sem som de carro. No Passeio Público e no jardim do TJA, quero ouvir passarinhos. Vivo em Fortaleza. Quero viver em outra cidade: Fortaleza sem som automotivo. Quero mais: calçadas livres, ruas limpas, iluminadas, transporte público decente. Um dia tocado por ``Bom dia`` ao desconhecido que passa, movido a ``Por gentileza``, ``Com licença``, ``Por favor`` e ``Muito agradecida``. Ainda que não saibamos, estamos exauridos pela grosseria que não cessa de prosperar na cidade.

Do ônibus ou da Hilux, por gentileza, não jogue lixo na rua. Não encontrar lixeira não é desculpa: leve um saquinho na bolsa. Respeite o ciclista: para 7% da cidade, a bicicleta é o único meio de transporte. A vaga para deficiente é para portadores de deficiência... A fila é para todos, todos temos pressa & ainda que não saibamos como inventamos uma vida assim - e não precisamos de lei para dar passagem aos velhos, às pessoas com crianças, às mulheres grávidas: é só se colocar no lugar do outro. Miúda, eu já sabia que dar o lugar aos mais velhos era uma regra que valia sempre no ônibus, na fila...

Por gentileza, não buzine: se estou parada é porque engarrafamos a vida. É cada vez mais difícil o ir-e-vir mais banal. Vai para a balada, ao Centro ou ao estádio? Com tanta grana, por que não pega um táxi? Sobretudo, ao deitar e ao acordar, lembre-se: não existe só você no mundo. Não grite; não chame o garçom ou a vendedora com um ``Ei!``; saiba que muitas vezes seu celular pode ficar desligado e o mundo continuará girando.

Quero viver em Fortaleza assim: nos 365 dias do ano, com a civilidade dos dias extraordinários. Ainda ressoa o relato da amiga moradora da Santos Dumont que desceu a João Cordeiro a pé para o Réveillon na praia, à vontade na rua, sem pânico em relação ao outro: sim, porque o medo incorporado é acionado a cada encontro com quem quer que seja. É um alento saber do casal amigo que voltou do Réveillon fazendo o caminho contrário, pegou um ônibus na mesma Santos Dumont às duas da manhã e foi para casa, prática comum para quem mora em uma cidade que sabe viver.

Quero sim a civilidade da Domingos Olímpio no Carnaval. Senhoras levando cadeiras de casa para ver o desfile, crianças brincando, muitos mundos partilhando um mesmo espaço. Como no Pré-Carnaval no Jardim das Oliveiras, reunindo o time de futebol e o bloco do bairro com a Escola de Samba Império Ideal: não lhe conheço, não sei quem você é, talvez não nos encontremos nunca mais, mas vivemos juntos e precisamos, você e eu, cuidar de nós mesmos e cuidar da cidade. Cuidar da vida (na cidade) é uma tarefa cotidiana e coletiva. Agora está na nossa mão, por exemplo, desligar a violência do som automotivo. O paredão de som é pago. O silêncio é gratuito. Tem gente fazendo negócio com o nosso silêncio. E criando um lastro de brutalidade. Nunca quis isso. Agora, por gentileza, não fico calada. Viver com o outro é nosso aprendizado diário. Eu quero aprender!

Izabel Gurgel dirige o Theatro José de Alencar com Silêda Franklin

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Enquanto isso... crescimento econômico

Todos já conhecem o crescimento da classe C nos anos Lula, a novidade é o crescimento da classe A também. Vejam aqui.

Portanto, aos partidos demotucanalhas, não, o governo Lula não descrimina os ricos.

Eleições - Dilma já venceu?

Dos amigos do presidente Lula.
Conheça o caso do Kassab, aqui.
Bom foi ver o velório na Globo...

Cassação de Kassab preocupa Serra e jornal se lamenta

Depois da ruína do DEM no Distrito Federal, com o escândalo que levou à prisão o governador Arruda, agora é o prefeito Gilberto Kassab (SP) em apuros com a Justiça Eleitoral.

Não é possível comparar judicialmente os dois casos, por serem distintos, mas politicamente são, ambos, desastrosos para o principal parceiro do tucano José Serra na eleição presidencial de 2010.

Muito provavelmente Kassab terá melhor sorte que Arruda. Mas a cassação temporária de seu mandato é mais um revés para um partido que corre o sério risco de definhar eleitoralmente.

Os democratas apostavam seu futuro em dois nomes. José Roberto Arruda, tratado até pouco tempo como queridinho endinheirado, agora é renegado pelo partido. A fonte política brasiliense secou.

Kassab, aliado de Serra e comandante da maior cidade do país, era apontado como a chance de o DEM se firmar no eixo Sudeste, num partido praticamente nordestino.
Agora, não bastasse a perda de capital político com o caos das enchentes em São Paulo, surge a encrenca com a Justiça Eleitoral. Tempo para se recuperar Kassab tem. Enfrenta eleição somente daqui a dois anos.

Seu partido, o Democratas, contudo, não goza de mesma sorte. Terá de enfrentar uma eleição nacional daqui a oito meses, num cenário amplamente desfavorável. Já foi eleito, inclusive, como um inimigo a ser varrido da política pelo presidente Lula.
O petista não esconde de ninguém que, entre seus objetivos na eleição de 2010, está impedir a reeleição de boa parte dos senadores democratas, que infernizaram sua vida durante seus dois mandatos. Com grandes chances de sucesso.

Só falta o governador paulista José Serra, potencial candidato tucano na disputa com Dilma Rousseff, tentar esconder estrategicamente sua parceria com o DEM. Por sinal, se Serra perder a eleição, aí podem encomendar a missa de sétimo dia dos democratas.A Folha se lamentando, com medo de perder a eleição

Kassab e Arruda - São Paulo e Brasília unidos na pilantragem

Mais um pro saco, não podia ter um título melhor pra isso.
Do cloaca news.
E o RS, quando vai ser a vez da Yeda, cruzes?

MAIS UM DEMO PRO SACO



O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-PFL, antiga ARENA) e a vice-prefeita, Alda Marco Antonio (PMDB) tiveram seus mandatos cassados pela Justiça Eleitoral. A notícia completa pode ser lida aqui. Alguém gritou “pega ladrão” e não sobrou um, meu irmão.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Festa dos garis - Na cara, Boris!

Do cloaca news, que alcançou 1 milhão de acessos. Parabéns, cloaca!

JORNALISTA DA GLOBO CRAVA ESTACA NO PEITO DE BORIS CASOY


O jornalista Francisco de Assis Pinheiro, o Chico Pinheiro, da Rede Globo, acaba de mandar um sinal de que nem tudo está perdido. No início da madrugada desta terça-feira (por volta de 00:30h), durante a transmissão do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, Pinheiro levou para a “Esquina do Samba” – espécie de aquário suspenso sobre a Marquês de Sapucaí – o carioca Renato Luís Feliciano Lourenço, mais conhecido como Renato Sorriso. Trata-se do gari que, desde 1997, faz a alegria do Sambódromo com seu show particular enquanto varre a pista após a passagem de cada escola.
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Com a Portela entrando na avenida, Chico Pinheiro pergunta, ao vivo: “...gari do Rio Janeiro, há quanto tempo desfilando nessa passarela, encantando o Brasil e o mundo, do alto da sua vassoura?”
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ATUALIZAÇÃO - 14:45h
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Nunca antes na história desse país...

Dos amigos do presidente lula.

'Era Lula' foi a melhor fase da economia brasileira dos últimos 30 anos, diz FGV

O período de junho de 2003 a julho de 2008 foi a fase de maior expansão para a economia brasileira das últimas três décadas, indica estudo divulgado nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Nesses cinco anos, a indústria se expandiu, as vendas do comércio registraram alta e a geração de emprego e renda cresceram.

A análise foi realizada pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos, coordenado pelo ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, e teve participação de mais seis economistas.

Segundo o estudo, que considerou dados a partir de 1980, o bom desempenho da economia começou seis meses após a posse do presidente Lula e se prolongou por 61 meses. O segundo melhor período foi entre fevereiro de 1987 e outubro de 1988, na gestão do ex-presidente José Sarney.

O menor período recessivo, de acordo com o levantamento, foi também no governo atual e durou seis meses: de junho de 2008 a janeiro de 2009, quando o país conviveu com a recessão. Mesmo sendo menos afetado do que outros países, o Brasil sofreu nesse período reflexos da crise financeira internacional.

O maior intervalo de baixo desempenho, classificado de recessivo, por se estender por meses seguidos, ocorreu entre junho de 1989 e dezembro de 1991, prolongando-se até janeiro de 1992, num total de 30 meses. Essa fase crítica começou em meio à campanha pela primeira eleição direta para a Presidência da República depois do regime militar (1964-1985).

De acordo com o estudo, nas três décadas analisadas, o Brasil passou por oito ciclos de negócios entre intervalos de fases boas e ruins. Os períodos recessivos duraram, em média, 15,8 meses e os de expansão, 28,7 meses. Da Agência Brasil

Bom carnaval, Arruda - Mensalão do DEM

Aeroporto de Jericoacoara

Do blog notícias sobre aviação. Dica da amiga, bodegueira e agora mazelada, Mariana.

Ceará assegura verba para aeroporto de Jericoacoara

Na última semana de 2009, o governo do Ceará, por meio da Secretaria do Turismo, captou junto ao Ministério do Turismo um total de R$ 86 milhões para a execução de oito convênios este ano. Com a contrapartida do Tesouro do Estado, no valor de R$ 13,6 milhões, serão R$ 99,6 milhões para investir no turismo.

“Os recursos, já empenhados, conforme diz o secretário do Turismo, Bismarck Maia, serão destinados à construção da pista, segurança e pátio do aeroporto de Jericoacoara (R$ 45,6 milhões) e ao terminal aeroportuário (R$ 8,9 milhões); à instalação da Unidade Gerenciadora do Prodetur Nacional (R$ 5,5 milhões); à elaboração de novos projetos rodoviários (R$ 3,4 milhões); à promoção turística (R$ 6,6 milhões); ao projeto Fortalecimento Institucional da Secretaria do Turismo (R$ 1,9 milhão); à construção do Centro Multiuso, anexo à Assembleia Legislativa do Estado, e ao Centro de Eventos do Ceará (R$ 14 milhões)”, diz o governo cearense por meio de um comunicado.

“Com esses recursos, chega a R$ 240 milhões o montante captado no Ministério do Turismo, nos últimos três anos”, destaca Maia.


Fonte: Portal Panrotas - Imagens do projeto: Totonho Laprovitera (Orkut)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Vale vai à míngua.

Do conversa afiada.
O sonho da estatização continua. Melhor seria que fosse com reembolso à população.

Agnelli derruba pela metade lucro da Vale

Roger Agnelli vende um produto só a um comprador só. É um desastre

Roger Agnelli vende um produto só a um comprador só. É um desastre

Saiu no Estadão:

Lucro da Vale cai pela metade em 2009, para R$10,2 bi

REUTERS

POR DENISE LUNA RIO DE JANEIRO – O lucro líquido da Vale em 2009 foi fortemente afetado pela crise global e caiu pela metade, passando de 21,3 bilhões de reais em 2008 para 10,2 bilhões de reais no ano passado, informou a empresa nesta quarta-feira.

O lucro no último trimestre de 2009, por sua vez, caiu 7,8 por cento na comparação com o mesmo período do ano anterior, para 2,63 bilhões de reais.

Segundo a companhia, o quarto trimestre –diferentemente dos trimestres anteriores, quando houve queda na demanda– foi marcado pela oferta insuficiente, que levou a redução nas vendas.

“Além da redução no lucro operacional, o decréscimo do resultado financeiro líquido, da ordem de 659 milhões de reais, contribuiu para diminuir o lucro líquido do 4T09″, informou a empresa.
Clique aqui para ler a íntegra.

Resposta à Boris

Do cloaca news.

GARIS DO MARANHÃO BOTAM BORIS CASOY NO OLHO DA RUA

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A campanha é do Sindicato dos Trabalhadores em Asseio e Conservação do Maranhão.
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Dica expropriada do sempre alerta blog d'O Esquerdopata.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Saramago - Quanto Haitis?

Do caderno de Saramago.

Quantos Haitis?

No Dia de Todos os Santos de 1755 Lisboa foi Haiti. A terra tremeu quando faltavam poucos minutos para as dez da manhã. As igrejas estavam repletas de fiéis, os sermões e as missas no auge… Depois do primeiro abalo, cuja magnitude os geólogos calculam hoje ter atingido o grau 9 na escala de Richter, as réplicas, também elas de grande potência destrutiva, prolongaram-se pela eternidade de duas horas e meia, deixando 85% das construções da cidade reduzidas a escombros. Segundo testemunhos da época, a altura da vaga do tsunami resultante do sismo foi de vinte metros, causando 600 vítimas mortais entre a multidão que havia sido atraída pelo insólito espectáculo do fundo do rio juncado de destroços dos navios ali afundados ao longo do tempo. Os incêndios durariam cinco dias. Os grandes edifícios, palácios, conventos, recheados de riquezas artísticas, bibliotecas, galerias de pinturas, o teatro da ópera recentemente inaugurado, que, melhor ou pior, haviam aguentado os primeiros embates do terramoto, foram devorados pelo fogo. Dos 275 mil habitantes que Lisboa tinha então, crê-se que morreram 90 mil. Conta-se que à pergunta inevitável “E agora, que fazer?”, o secretário de Estrangeiros Sebastião José de Carvalho e Melo, que mais tarde viria a ser nomeado primeiro-ministro, teria respondido “Enterrar os mortos e cuidar dos vivos”. Estas palavras, que logo entraram na História, foram efectivamente pronunciadas, mas não por ele. Disse-as um oficial superior do exército, desta maneira espoliado do seu haver, como tantas vezes acontece, em favor de alguém mais poderoso.

A enterrar os seus cento e vinte mil ou mais mortos anda agora o Haiti, enquanto a comunidade internacional se esforça por acudir aos vivos, no meio do caos e da desorganização múltipla de um país que mesmo antes do sismo, desde gerações, já se encontrava em estado de catástrofe lenta, de calamidade permanente. Lisboa foi reconstruída, o Haiti também o será. A questão, no que toca ao Haiti, reside em como se há-de reconstruir eficazmente a comunidade do seu povo, reduzido não só à mais extrema das pobrezas como historicamente alheio a um sentimento de consciência nacional que lhe permitisse alcançar por si mesmo, com tempo e com trabalho, um grau razoável de homogeneidade social. De todo o mundo, de distintas proveniências, milhões e milhões de euros e de dólares estão sendo encaminhados para o Haiti. Os abastecimentos começaram a chegar a uma ilha onde tudo faltava, fosse porque se perdeu no terramoto, fosse porque nunca lá existiu. Como por acção de uma divindade particular, os bairros ricos, em comparação com o resto da cidade de Porto Príncipe, foram pouco afectados pelo sismo. Diz-se, e à vista do que aconteceu no Haiti parece certo, que os desígnios de Deus são inescrutáveis. Em Lisboa as orações dos fiéis não puderam impedir que o tecto e e os muros das igrejas lhes caíssem em cima e os esmagassem. No Haiti, nem mesmo a simples gratidão por haverem salvo vidas e bens sem nada terem feito para isso, moveu os corações dos ricos a acudir à desgraça de milhões de homens e mulheres que não podem sequer presumir do nome unificador de compatriotas porque pertencem ao mais ínfimo da escala social, aos não-ser, aos vivos que sempre estiveram mortos porque a vida plena lhes foi negada, escravos que foram de senhores, escravos que são da necessidade. Não há notícia de que um único haitiano rico tenha aberto os cordões ou aliviado as suas contas bancárias para socorrer os sinistrados. O coração do rico é a chave do seu cofre-forte.

Haverá outros terramotos, outras inundações, outras catástrofes dessas a que chamamos naturais. Temos aí o aquecimento global com as suas secas e as suas inundações, as emissões de CO2 que só forçados pela opinião pública os governos se resignarão a reduzir, e talvez tenhamos já no horizonte algo em que parece ninguém querer pensar, a possibilidade de uma coincidência dos fenómenos causados pelo aquecimento com a aproximação de uma nova era glacial que cobriria de gelo metade da Europa e agora estaria dando os primeiros e ainda benignos sinais. Não será para amanhã, podemos viver e morrer tranquilos. Mas, di-lo quem sabe, as sete eras glaciais por que o planeta passou até hoje não foram as únicas, outras haverá. Entretanto, olhemos para este Haiti e para os outros mil Haitis que existem no mundo, não só para aqueles que praticamente estão sentados em cima de instáveis falhas tectónicas para as quais não se vê solução possível, mas também para os que vivem no fio da navalha da fome, da falta de assistência sanitária, da ausência de uma instrução pública satisfatória, onde os factores propícios ao desenvolvimento são praticamente nulos e os conflitos armados, as guerras entre etnias separadas por diferenças religiosas ou por rancores históricos cuja origem acabou por se perder da memória em muitos casos, mas que os interesses de agora se obstinam em alimentar. O antigo colonialismo não desapareceu, multiplicou-se numa diversidade de versões locais, e não são poucos os casos em que os seus herdeiros imediatos foram as próprias elites locais, antigos guerrilheiros transformados em novos exploradores do seu povo, a mesma cobiça, a crueldade de sempre. Esses são os Haitis que há que salvar. Há quem diga que a crise económica veio corrigir o rumo suicida da humanidade. Não estou muito certo disso, mas ao menos que a lição do Haiti possa aproveitar-nos a todos. Os mortos de Porto Príncipe foram fazer companhia aos mortos de Lisboa. Já não podemos fazer nada por eles. Agora, como sempre, a nossa obrigação é cuidar dos vivos.

O monopólio da internet

Um leitor nosso postou um comentário a respeito da materia da banda larga estatal. Vejam aqui.
Reproduzo o comentário do xará Guilherme Scalzilli.

A estatal da banda larga

A formatação da nova Telebrás, que deve ocorrer nas próximas semanas, prevê que a estatal forneça internet em regiões não contempladas pelas operadoras privadas. Um lobby ardiloso tenta destruir o projeto do governo, acusando-o de estatista e demais opróbrios comuns em situação similares.
Os privatas das telecomunicações tentam determinar onde o governo gastará o dinheiro do distinto público. E, pior, querem abolir a concorrência, dominando um mercado bilionário sem a incômoda obrigação de garantir a qualidade dos serviços prestados. As privatizações foram justificadas pela inépcia da máquina pública, mas quem propõe que o governo reassuma funções que ninguém soube desempenhar a contento é tratado como Napoleão de hospício.
Essas bravatas corporativas representam apenas uma elegante cortina de fumaça para encobrir o que está de fato em jogo na democratização do acesso à internet. Trata-se de uma iniciativa revolucionária, com desdobramentos educacionais, culturais, políticos e estratégicos. Talvez, durante os debates vindouros, alguém se lembre de questionar quem se beneficia quando importantes contingentes populacionais permanecem restritos ao material produzido pelas grandes empresas de comunicação.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Com a palavra, o presidente Lula - Banda larga para todos

Banda larga para todos. Lula está certo, e as empresas de comunicação vão se roendo de medo...

Lula: Governo tem que ter bala na agulha

Posto aí em cima o discurso do Presidente Lula na inauguração do Ceitec – Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada), uma empresa estatal que vai ser a primeira fabricante de chips no Brasil, trabalhando com semicondutores. Amanhã vou falar disso.
Mas agora o assunto é banda larga, e Lula sentou o pé. Disse que o governo vai assumir a responsabilidade de “levar a banda larga a todos os rincões deste país”. Disse que não é estatizante, mas que se as epresas privadas não fizerem – e não fazem -, o Governo fará .

- Se eles não fizerem, podem ter certeza que o Governo vai fazer.

Não preciso dizer mais nada. Ouça e veja aí no vídeo se tem “paz e amor” na história.

Sobre o estaleiro do titanzinho

Do blog do IAB-CE.
No lugar do estaleiro, para benefícios de poucos e acabando com uma comunidade que carece de cuidados, a prefeitura expõe o Projeto Aldeia da Praia.
Se segura governador.

O Projeto Aldeia da Praia

O que a Prefeitura de Fortaleza propõe para o Titazinho, de acordo com o Secretário Municipal de Infraestrutura de Fortaleza, Luciano Feijão é o projeto Aldeia da Praia que prevê a regularização do espaço urbano, melhoria de infraestrutura urbana- com a recuperação de praças e espaços públicos - e de condições de moradias, melhorias e ampliação do sistema viário - com faixas exclusivas para ônibus, dotação de equipamentos sociais e resgate da faixa de praia.

Essas ações são previstas não só para a praia do Titanzinho. O Projeto Aldeia da Praia contempla o litoral na avenida Beira Mar - do espigão grande da Rui Barbosa à praia do Náutico - e a parte do litoral que vai da Praia do Titanzinho até a Praia do Futuro e extensão a Praia do Caça e Pesca/ Foz do Rio Cocó. - O Projeto Aldeia da Praia já foi analisado por um grupo técnico da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento e foi encaminhado à Comissão de Financiamento Externo.

De acordo com os planos da Prefeitura, metade do valor necessário - US$ 165 milhões - será oriundo de financiamentos e a outra metade será bancada pelos cofres do município. - O projeto da Prefeitura que contempla a Praia do Titanzinho tem previsão de custo superior ao projeto do estaleiro, que está orçado em US$ 110 milhões.

Comentário da postagem: Agora o Governo do Estado "ficou numa tremenda saia justa", pois enquanto o Estaleiro Promar é um investimento privado que "incopora" recursos públicos (R$60 milhões) em benefício dos próprios investidores, o Projeto Aldeia da Praia aplicará US$ 165 milhões em obras públicas de urbanismo, equipamentos sociais, qualificação urbanistica e ambiental, os quais já tem garantia de organismos de fomento e financiamento internacional. Estão por trás da proposta da Prefeitura de Fortaleza, o Ministério do Turismo/ Governo Federal, através do PRODETUR BR, de ambito nacional, o BID/ Banco Interamericano de Desenvolvimento e a CAF/ Corporaccion Andina de Fomento. Vamos as nossas próprias conclusões.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Globo manipula pesquisas eleitorais

Do vi o mundo.
Não é bem uma novidade, mas só pra constar...

O Rodrigo Vianna avisou. Agora, vocês são testemunhas

por Luiz Carlos Azenha

Quando o repórter Rodrigo Vianna escreveu uma carta denunciando a manipulação grosseira do noticiário da TV Globo em ano eleitoral (2006), enfim ouviu-se uma voz "de dentro" da emissora, de alguem diretamente envolvido com os acontecimentos. Não foi a única. O Rodrigo "representou" um grupo de profissionais, alguns dos quais continuam na emissora, que não se conformaram com os métodos manipuladores de Ali Kamel, novos no sentido de serem mais sofisticados, mais difíceis de perceber, novos por envolverem não só o noticiário, mas também programas de entretenimento da emissora.

Conforme denunciou Marco Aurélio Mello, ex-editor de Economia do Jornal Nacional em São Paulo, no período eleitoral de 2006 a Globo "tirou o pé" das reportagens econômicas produzidas em São Paulo. Supostamente, elas beneficiariam o candidato Lula, já que a economia brasileira ia bem. Por outro lado, a emissora tratou de concentrar os seus recursos econômicos e profissionais na cobertura de assuntos e escândalos que poderiam desgastar o candidato Lula, escondendo assuntos que poderiam afetar a oposição. De repente, como que caído do céu, o comentarista Alexandre Garcia passou a pontificar no programa de Ana Maria Braga, dentre outros episódios que caracterizaram a tentativa de manipulação do eleitorado.

Desde 2006 a série sobre a revista Veja, de autoria do blogueiro Luís Nassif, demonstrou claramente como o Jornalismo da Abril foi colocado a serviço de certos interesses. E Paulo Henrique Amorim, na tradição sarcástica do jornalismo carioca, popularizou a expressão PIG para abarcar um conjunto de ações movidas pela mídia brasileira contra interesses populares, denunciando também a relação carnal entre o PSDB e os donos dos mais importantes grupos de mídia do país, notadamente as Organizações Globo, a Abril, a Folha e o Estadão.

Os últimos dias tem sido pródigos em exemplos de que o que aconteceu em 2006 e nas "crises" subsequentes -- da epidemia de febre amarela ao caos aéreo -- está se repetindo em 2010. Uma pesquisa do Vox Populi, demonstrando que em algumas semanas a candidata governista Dilma Rousseff subiu 9 pontos nas preferências do eleitorado, enquanto o candidato José Serra caiu 5 pontos, teve a sua divulgação adiada por uma semana pela empresa que comprou o levantamento -- a Rede Bandeirantes --, provavelmente para que a notícia, dada na noite de sexta-feira, "coincidisse" com um fim-de-semana, quando cai a leitura de jornais, a audiência de telejornais e o público dos blogs.

Na divulgação da pesquisa, a emissora não apresentou um gráfico comparativo com as pesquisas anteriores, demonstrando que a candidata governista está em ascensão, enquanto José Serra está em queda:

vox_populi.jpg

Distorções na forma e na apresentação dos dados de pesquisas eleitorais são preocupantes, uma vez que as três principais empresas pesquisadoras do país fornecem seus resultados a grupos de mídia comprometidos com o candidato Serra: Datafolha, Vox Populi (TV Bandeirantes) e Ibope. O presidente deste último, aliás, deu entrevista prevendo a vitória do candidato Serra em 2010.

Muito embora se possa atribuir à "identidade ideológica" o comportamento partidarizado de grupos de mídia que se apresentam como "neutros" na disputa eleitoral, o Jornalismo ainda nos deve uma investigação sobre se existe ou não uma ação organizada para "escolher" escândalos a serem repercutidos ou notícias a serem escondidos. Nesse sentido, o depoimento de Rodrigo Vianna e de outros profissionais da TV Globo continuam sendo únicos.

A diferença, em relação a 2006, é que agora algumas dezenas de milhares de brasileiros já estão treinados em identificar manipulações, distorções, omissões e falsidades midiáticas, um trabalho antes exclusivo de estudiosos do ramo. Trata-se, pois, de um avanço notável, cujo impacto se multiplica com a expansão do público da blogosfera.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Enquanto isso...

Aos que acreditam em pesquisas, Dilma já está em empate técnico com Serra na disputa presidencial. Mesmo com toda a verba paulista desviada para a propaganda...

Aqui em Fortaleza, nossa prefeita Luiziane luta contra a imposição do (des)governador Cid Gomes de instalar um novo estaleiro nas praia do titanzinho, expulsando assim a combativa comunidade local. Força ao titanzinho e Serviluz.

MST na luta por NOSSAS terras

Dos amigos do presidente Lula.

Stedile critica polícia de SP e promete campanha contra Cutrale

O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) João Pedro Stedile criticou na quinta-feira, 28, a ação da Polícia Civil de São Paulo na prisão de nove pessoas ligadas ao MST.

Disse: "ocupar terra pública não é crime" e prometeu uma campanha de denúncia contra a Cutrale (a empresa fabricante de suco de laranja ocupa terras cujas escrituras estão em nome União, que foram também ocupadas pelo MST em protesto, o que originou a perseguição policial e nove presos).

"Vamos mobilizar nossos amigos em todo o mundo", afirmou, dizendo que a campanha começaria no Fórum Social Mundial (FSM), onde participou de seminário.

"Vamos aproveitar o fórum para denunciar a forma como a Cutrale produz esse suco, que depois ela entrega para a Coca-Cola", declarou, em entrevista após o seminário no FSM.

Globo oculta do noticiário "Operação Fanta" da Polícia Federal envolvendo a Cutrale

A TV Globo usa dois pesos e duas medidas: faz matérias diariamente sobre as prisões do MST, mas não deu atenção para os resultados da Operação Fanta, da Polícia Federal, que tem provas de que a Cutrale e outras empresas formaram um cartel e passaram a definir preços e datas de compra de laranja de produtores, desrespeitando as regras do mercado. Também omite os processos do INCRA para retormar as terras da União, ocupadas pela Cutrale.

ver notícia completa, aqui.