terça-feira, 31 de maio de 2011

Sarney diz que impeachment de Collor foi um acidente

Dos Amigos do Brasil.


Senado exclui impeachment de Collor de galeria histórica da Casa

Segunda-feira 30, maio 2011
Reinaugurada nesta segunda-feira pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a exposição de painéis permanente da Casa, sobre a história política do País desde 1822 até os dias atuais, ressurgiu sem o painel que conta o impeachment do ex-presidente e atual senador pelo Estado de Alagoas, Fernando Collor (PTB). Sarney justificou a ausência dizendo que o fato foi “apenas um acidente” e “não é tão marcante” como outros retratados na mostra.
A exposição fica no corredor chamado de túnel do tempo, que leva às salas das comissões, para o plenário do Senado e por onde circulam, em média, 5 mil pessoas em dia de maior movimento. Antes da reforma, o painel sobre o impeachment de Collor fazia parte da coleção.
Para Sarney, que já foi presidente da República, o fato não é grave. “Não posso censurar os historiadores que foram encarregados de fazer a história. Agora, eu acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente e não devia ter acontecido na história do Brasil. Não é tão marcante como foram os fatos que aqui estão contados, que construíram a história e não os que, de certo modo, não deviam ter acontecido”, afirmou.No Terra
Por Helena

Revista Época "mata" a presidenta Dilma

Do tijolaço.


Alertado por um leitor, fui ver a capa da Época, na qual uma foto da presidenta, de olhos fechados, é usada para ilustrar uma matéria sobre uma suposta gravidade de seus problemas de saúde.
É sordidamente mórbida.
Registra que os seus médicos dizem que ela “apresenta ótimo estado de saude”, mas a partir daí tece uma teia mal-intencionada e imunda sobre os problemas que ela apresentou e os outros que tem, normais para uma mulher da sua idade.
O hipotireoidismo, por exemplo, é problema comuníssimo entre as mulheres de mais idade. É por isso que todo médico pede a eles, sempre, o exame de TSH. E o hormônio T4 –Synthroid, Puran, Levoid, Euthyrox e outros – tomado em jejum, é a mais básica terapêutica, usada por anos e anos por milhões de mulheres do mundo inteiro.
A revista publica uma lista imbecil de “medicamentos” que a presidente tomava, em sua recuperação de uma pneumonia, listando tudo, até Novalgina, Fluimicil e Atrovent (usado em inalação até por crianças), e chegando ao cúmulo de citar “bicarbonato de sódio – contra aftas”.
Diz que o toldo que abrigou Dilma de uma chuva, em Salvador, ” lembrava uma bolha de plástico”.
Meu Deus, o que esperavam que fizessem com uma mulher que se recuperava de um pricípio de pneumonia? Que lhe jogassem um balde de água gelada por cima?
Essa é a “ética” dos nossos grandes meios de comunicação. Não precisam de fatos, basta construírem versões, erguendo grandes mentiras sobre minúsculas verdades.
Esses é que pretendem ser os “fiscais do poder”.
Que imundície!

Protógenes denuncia na Câmara ação de Dantas x PHA

Do Conversa Afiada.

Protógenes denuncia na Câmara ação de Dantas x PHA

O que Dantas quer é calar a imprensa (porque o PiG ele já calou)
O Conversa Afiada reproduz o discurso do deputado federal Protógenes Queiroz em que denuncia da tribuna Câmara aquele a quem chama de “banqueiro condenado” -  e este blog chama de “passador de bola apanhado no ato de passar bola”.

Protógenes se considera indignado com a perseguição de Dantas, que move 12 ações contra este ansioso blogueiro – das 37 que se movem contra ele.

O que Dantas ainda não sabe é que o ansioso blogueiro já sabe como agir.

As doze ações do “banqueiro condenado”  são as mesmas.

Só a data muda.

Ou seja, ele cavalga sobre a Justiça para calar um jornalista.

Isso tem um preço.

Alto.


Paulo Henrique Amorim

PSDB espanca “maconheiros” na rua e “alisa” na TV

Do blog da cidadania.

PSDB espanca “maconheiros” na rua e “alisa” na TV

No domingo, no Fantástico, da TV Globo, foi ao ar reportagem em que o principal líder político do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defende que usuários de maconha possam plantar a erva em casa e, também, que a lei deixe de penalizar o usuário da droga.
Enquanto isso, em São Paulo, o governo mais importante comandado pelo PSDB, através da polícia sobre a qual exerce controle absoluto, reprime com violência jovens que foram às ruas defender aquilo que o mesmo partido defende na TV pela boca dele, do tal líder político.
Segundo a Polícia, o governo e a Justiça de São Paulo, os garotos que foram à rua defender o que defende Fernando Henrique Cardoso teriam feito “apologia” à maconha. Resta saber quem fez tal “apologia” para mais gente, se os jovens na rua  ou FHC na televisão.
Diante dessa situação esquizofrênica desse partido reacionário e violento nas ruas e gentil e progressista na mídia, surge uma questão que deve interessar ao menos aos partidários das teorias pró-maconha: não dá pra trocar o comportamento do PSDB das ruas com o da TV?
Abaixo, reportagens do Fantástico alisando aquele que diz coisas que basta qualquer outro dizer para os pistoleiros do PIG chamarem de “maconheiro” e do UOL mostrando o lado, digamos, mais “careta” do PSDB.
—–
PSDB da mídia
*
PSDB das ruas

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Se gritar pega ladrão... - FIFA e CBF são investigados por corrupção

Do portal R7.


Documentário denuncia Ricardo Teixeira por corrupção


Brasileiro é acusado de receber propina e devolver logo depois, por meio de um acordo

Do R7
Gazeta PressGazeta Press
O cartola brasileiro está na mira da imprensa internacional por acusações


O homem mais poderoso do futebol brasileiro continua sob a mira da imprensa internacional. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, agora é tema de um documentário da BBC de Londres, que afirma que o cartola teria recebido propina e feito um acordo para devolver o dinheiro recebido. Um corajoso jornalista da rede agora investiga todo o "jogo sujo" do futebol mundial.

Esta semana, a Fifa impediu a divulgação de um documento que revela a identidade de dois dirigentes da entidade que foram forçados a devolver dinheiro de propinas em um acordo para encerrar uma investigação criminal na Suíça, em 2010.

A reportagem do programa de televisão Panorama, da emissora inglesa, apurou que um dos dois dirigentes é o presidente da CBF, Ricardo Teixeira - que integra também o Comitê Executivo da Fifa.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, que tentará ser reeleito para o cargo no próximo dia 1º de junho, declarou recentemente a adoção de uma política de "tolerância zero" para casos de corrupção.

Tanto Ricardo Teixeira como João Havelange se recusaram a responder às perguntas feitas pela BBC. A Fifa também se recusou a comentar alegações específicas e se limitou a reafirmar que, em relação ao acordo com a promotoria suíça, o caso está encerrado.

Dias antes, Teixeira anunciou que processaria o ex-presidente da Federação Inglesa de Futebol David Triesman - o primeiro a acusá-lo publicamente de pedir propina para votar na Inglaterra como sede da Copa de 2018.

A reportagem completa sobre o caso você assiste no Domingo Espetacular, que vai ao ar neste domingo (29), às 20h30.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

domingo, 22 de maio de 2011

Vídeo - Repressão ditatorial "cala" manifestantes

Do Cloaca News.
É assim que agem policiais comandados por golpistas.


URGENTE - BOMBA NA MARCHA DA MACONHA - POLÍCIA TUCANA ESMURRUGA MANIFESTANTES

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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Arquiteto propõe mudanças no projeto Minha Casa, Minha Vida

Da Folha.com.


Arquiteto propõe mudanças no projeto Minha Casa, Minha Vida

MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO



Só após a tragédia na região serrana do Rio, com um saldo de mais de 900 mortos pelas chuvas, é que o programa Minha Casa, Minha Vida resolveu convidar um arquiteto para pensar as construções em encostas. A presidente Dilma Rousseff chamou João Filgueiras Lima.
"O Brasil é cheio de favelas penduradas em encostas e a Caixa não tem proposta para isso", diz Lelé, o apelido pelo qual ainda é chamado, aos 79 anos, em tributo a um meia direita do Vasco da Gama que brilhou na década de 40.
Não tinha proposta --porque agora tem, feita pelo próprio Lelé, o mais famoso arquiteto de hospitais do país, criador de dez unidades da Rede Sarah.
Divulgação
Obra de João Filgueiras Lima, que terá trabalho reunido no livro em "A Arquitetura de Lelé: Fábrica e Invenção"
Obra de João Filgueiras Lima, que terá trabalho reunido no livro em "A Arquitetura de Lelé: Fábrica e Invenção"
Ter sido convidado pela Presidência não transformou Lelé em adulador. Ele chama o programa Minha Casa, Minha Vida de "porcaria".
"São horríveis, uma coisa pavorosa", diz sobre o programa criado pelo então presidente Lula em 2009 com a meta de construir 1 milhão de moradias. "O problema não é só de forma. A proposta de construção é horrorosa".
Lelé sabe do que está falando. É o maior especialista em obras com pré-fabricados, segundo Oscar Niemeyer. Sua experiência com construções mais industrializadas começou em 1957, durante a construção de Brasília, como conta no livro "A Arquitetura de Lelé: Fábrica e Invenção", que será lançado na terça no Museu da Casa Brasileira.
Foi na Rede Sarah de hospitais, voltada para problemas do aparelho locomotor, que Lelé transformou os pré-fabricados em estado de arte. Uniu funcionalidade, invenção e baixo custo, como diz o antropólogo Antonio Risério.
CONHECIMENTO
A qualidade estética dos hospitais não era o único susto. O preço de algumas obras era a metade de um similar feito por empreiteira, segundo Lelé. Em entrevista à Folha, feita por telefone, ele diz que não é só o uso de pré-fabricado que derruba o preço da obra --é o conhecimento sobre as funções do prédio.
O arquiteto conta que aprendeu tanto sobre medicina que é capaz de ler raio-X e considera-se o melhor médico dos dois males que enfrenta: um câncer de próstata e problemas cardíacos. "É óbvio que tenho cardiologista e oncologista. Mas quem dirige o tratamento sou eu."
Ele não faz, porém, uma defesa da especialização: "Arquiteto, por princípio, deve ser um clínico geral. Até pode se especializar, mas não pode perder a capacidade de integrar tudo".
Há dois anos Lelé criou em Salvador o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Habitat. Será uma fábrica de pré-fabricados para uso em obras públicas.
Foi o instituto que criou o projeto para encostas para o programa Minha Casa, Minha Vida --casas de dois andares sobre estacas, com um bondinho sobre trilhos para levar os moradores morro acima.
Ele diz ter uma proposta para os dois fatores mais críticos do programa: a baixa qualidade e o custo.
"A construção civil é a coisa mais retrógrada do mundo. Se se quer construir no Brasil inteiro, impõem-se a industrialização e a qualidade. Isso só se consegue com tecnologia."
Outro problema, de acordo com ele, são as normas da Caixa: "O programa da Caixa é tão restritivo que você acaba fazendo aquela porcaria. É preciso dar espaço para o sujeito criar".

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ceará testa idéia pioneira para gerar energia com mar

Do tijolaço.


O caderno Razão Social, de O Globo, publicou ontem uma matéria muito interessante sobre o projeto – que deve começar a funcionar nos próximos dias – desenvolvido pela Coordenação de Programas de Pós-Graduação (Coppe), da UFRJ e do Governo do Ceará para gerar energia elétrica a partir das ondas do mar, que se chocam com os molhes (quebra-mar) do Porto de Pecém.
A idéia é simples e facilmente compreendida por que já viu  equipamentos antigamente muito comuns no interior: a bomba carneiro, uma bomba que, sem energia elétrica, é capaz de elevar em vários metros a água de um rio, desde que este tenha velocidade na sua descida e a bomba d`água  manual.
Olhe aí na imagem artística. Estes braços amarelos são como braços de uma bomba manual. Eles empurram a água para uma câmara, comprimindo o ar existente e, na outra ponta, a água sai com muita força, o suficiente para mover pequenas turbinas elétricas.. Através de uma tubulação em circuito fechado, essa água pressionada, segundo o coordenador do projeto, Segen Estefen, equivale a uma queda d’água de 500 metros de altura, que aciona a turbina e o gerador que vai produzir a eletricidade.
Vamos torcer para funcionar tudo bem e, quem sabe, nascer aí uma opção de geração elétrica pontual em áreas litorâneas, onde dificilmente ocorrem as condições para a implantação de geração hidrelétrica convencional, e com muito menos impacto ambiental.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Michael Moore - Bin Laden estava em “prisão domiciliar”

Em O terror do Nordeste.


Faz sentido

Para Michael Moore, Bin Laden estava em “prisão domiciliar”


O cineasta americano Michael Moore desenvolveu uma curiosa tese sobre as circunstâncias que resultaram na morte de Osama Bin Laden, líder da rede Al Qaeda. Na quarta-feira 4, pelo Twitter (@MMFlint), o documentarista sugere que o terrorista saudita estava detido no Paquistão há ao menos seis anos, numa espécie de “prisão domiciliar da West Point deles (West Point é o nome da mais antiga academia militar norte-americana) .”


Os paquistaneses, continua Moore, teriam feito um pacto com o governo americano. “Eles o segurariam ali e o impediriam de cometer mais ações terroristas. Mas Bin Laden provavelmente se encheu e começou a planejar alguma coisa…”. Essa seria a razão para o Paquistão abdicar da custódia do preso e permitir a operação da CIA em seu território. “Há alguma chance de helicópteros voarem ao lado de uma base militar, uma ‘West Point’, ter um tiroteio, um helicóptero explodir e nem policiais, nem soldados do Paquistão darem as caras?”, indaga o cineasta.


“Por favor! O Paquistão simplesmente não podia ser visto participando disso ao nosso lado. E por favor – a CIA não sabia que ele estava morando lá há seis anos?”, escreve em outro comentário no Twitter. “Enquanto não estivesse liderando o terror, Bin Laden vivo servia a um propósito. A gente tem que entender: A indústria da guerra precisa do medo para fazer dinheiro. Quando não foi mais necessário [ao governo dos EUA], ou ele voltou aos seus velhos hábitos, teve se ser eliminado. Que diabos, vamos falar claro: Ele foi executado, ponto.”


Antes de desenvolver essa tese, o aclamado diretor dos documentários Tiros em Columbine, vencedor do Oscar de 2002, e Fahrenheit 9/11, sobre os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, zombou da suposta ingenuidade dos analistas políticos. “Do meu blog, em 10 de outubro: ‘Se há algo que aprendi sobre os ricos é que eles não vivem em cavernas por nove anos’. Lição: Analistas = Idiotas”. Em outros comentários, o deboche é ainda maior. “Por que não acredito que ele estava numa caverna? Osama bin Laden era um multimilionário. Multimilionários não vivem em cavernas. Eu já conheci pessoas ricas. Elas odeiam cavernas”, afirmou num tweet. “Eu disse que Bin Laden não estava numa caverna três anos atrás no programa Larry King (Larry admitiu que ele também não vivia numa caverna: “Eu moro em Las Vegas”). Aliás, Batman é o único milionário conhecido que viveria numa caverna e mesmo ele não “mora” realmente lá. Ele só vai lá para se trocar.”


Após lançar os comentários na rede social, Moore, que se notabilizou pelos documentários, e não pela ficção, pediu desculpas aos leitores pelo excesso de tweets sobre a sua tese. “É só que eu acho que não estão nos dizendo a verdade. Não acho que há uma conspiração, é só que eu gosto dos fatos.”

segunda-feira, 9 de maio de 2011

rafinha bastos - exploração do preconceito

Do vi o mundo.
O explorador do preconceito em questão é rafinha bastos.
Tem gente que nem merece letras maiúsculas.


Eduardo Guimarães e a exploração comercial do preconceito

por Luiz Carlos Azenha
Recebo, por e-mail, um texto do Eduardo Guimarães no Blog da Cidadania. É um protesto contra um humorista que faz piada sobre deficientes físicos, orfãos  e vítimas de estupro. Seria, da parte do humorista, um protesto contra o politicamente correto. Ou oportunismo.
Escrevo seria porque, francamente, tenho tido pouquíssimo tempo para ver TV. Quando vejo é algum filme ou série da HBO.
Quando não estou gravando, minha rotina é muito parecida com a de muitos de vocês, leitores do blog. Duas vezes por dia, uma geral na blogosfera e nos portais. Quando leio um texto que comenta o que foi publicado em outra fonte, em geral vou buscar a fonte primária.
Depois tem a interminável fila de livros (ganhei de presente, recentemente, o Moby Dick em áudio e estou surpreso: como é bom ouvir um livro. Para não falar nas excelentes novelas de rádio da BBC sobre os clássicos).
Em resumo, acabou o dia. Por não ter visto, portanto, é complicado comentar.
Humor é humor. Por mais que nos desgoste.
De qualquer forma, o tipo de humor comentado por Eduardo Guimarães não é exatamente novo. Como, aliás, pouquíssimo do que vemos na TV brasileira é original. Nos primórdios do programa do Jô, ainda no SBT, ele colocava uma caneca sobre a mesa do entrevistador.
Tinha gente que se perguntava: que diabos faz aquela caneca lá? Não somos exatamente o país do chá. E água bebemos no copo. Se fosse para o cafezinho, ficaria melhor a xícara, não acham?
Ah, mas a caneca era marca registrada do Johnny Carson, que ainda estava na ativa na TV dos Estados Unidos. Americano toma café ou chá numa caneca daquele tipo.
Carson também dialogava com a banda e tinha um sidekick, o Ed, encarregado de levantar a bola para as piadas.
O stand up cômico, que se tornou febre no Brasil, também é importado dos Estados Unidos. Woody Allen começou a carreira assim. Com classe, lógico. Como judeu, ele podia brincar com a extraordinária atenção dada aos filhos pelas mães judias (ele diria obsessão), por exemplo.
Mais tarde, lá pelos anos 80, tivemos o tempo dos shock jocks como Howard Stern, que driblava as rígidas normas da Federal Communications Comission (FCC), produzia punições para as emissoras que transmitiam o programa dele e, com isso, garantia publicidade. Mais tarde, Stern tornou-se um luxo, a ser consumido apenas pelos nichos do mercado. Hoje, se não me engano, só é reproduzido em emissoras de rádio por assinatura.
E tivemos, também nos Estados Unidos, os abertamente escatológicos, como Andrew Dice Clay, que já decadente produziu uma “cena” famosíssima na CNN, durante uma entrevista que durou alguns segundos. Ele respondeu à primeira pergunta ofendendo o entrevistador.
No caso de Clay, tudo para aparecer e vender.
Clay não era exatamente o problema. O problema era a existência de uma sociedade carregada de preconceitos contra as mulheres, os negros, os deficientes… Não fosse ele, outros teriam surgido para explorar comercialmente o preconceito.
Portanto, não há exatamente novidade se vemos o padrão repetido no Brasil. Aliás, a tendência é piorar, com o surgimento de uma constelação de comediantes em busca de chocar o público a qualquer custo.
Com o You Tube e o Twitter, o choque tem um valor comercial cada vez maior. Tudo o que o choque precisa fazer é despertar os fantasmas que nos assombram. É um contato epidérmico, sem reflexão, que cabe perfeitamente em 120 caracteres, desde que haja gente disposta a recebê-lo do lado de lá.
Faz um tempo um leitor do Viomundo deixou uma mensagem no blog reclamando do tamanho dos textos publicados aqui. Dizia que éramos antiquados, que a “boa” agora eram os textos telegráficos.
Parte da mesma lógica: refletir já era. Não penso, logo existo.
PS do Viomundo: Por coincidência, o Stanley Burburinho envia um trecho de reportagem da revista Rolling Stones sobre o humorista. Frases: “Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra c……”  “Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade.” “Homem que fez isso [estupro] não merece cadeia, merece um abraço.”

Guardian: Os imigrantes que morreram no mar

Do vi o mundo.


Guardian: Os imigrantes que morreram no mar

09/05/2011 – 09h16
Otan investiga acusação de que deixou dezenas morrerem em barco
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS, na Folha.com
Onda de Revoltas A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirmou nesta segunda-feira que vai investigar a denúncia feita pelo jornal britânico “The Guardian” de que rejeitou os pedidos de socorro de um navio que levava imigrantes africanos da Líbia para a ilha italiana de Lampedusa. Segundo o jornal, que cita testemunhas, ao menos 62 pessoas morreram de sede e fome.
O “Guardian” afirma que o barco levava 72 pessoas, incluindo várias mulheres, crianças e refugiados políticos. Ele teve problemas pouco depois de deixar Trípoli, em 25 de março, rumo à Lampedusa, ilha italiana que sofre com o fluxo de dezenas de milhares de refugiados do norte da África desde a onda de revoltas que varreu a região.
A tripulação do barco enviou um alerta à Guarda Costeira italiana e tentou contato com um helicóptero militar e um barco da Otan, mas nenhum esforço de resgate foi feito.
Apenas dez dos tripulantes sobreviveram aos 16 dias à deriva no mar Mediterrâneo, afirma o jornal britânico.
“Nós estamos investigando as alegações do Guardian. Eu espero ter uma resposta em breve”, disse a porta-voz da Otan, Carmen Romero. “Os veleiros da Otan estão conscientes de suas responsabilidades a respeito da lei marítima internacional sobre a segurança das pessoas no mar”.
A lei marítima internacional obriga todos os barcos, incluindo os militares, a atender chamados de socorro dos barcos que se encontram nas proximidades e prestar auxílio.
A reportagem do “Guardian” cita sobreviventes e outras pessoas que entraram em contato com os passageiros do barco. Segundo o jornal, havia 47 etíopes, sete nigerianos, sete eritreus, seis ganenses e cinco sudaneses. Destes, 20 eram mulheres e dois eram crianças, incluindo um bebê de um ano.
O capitão do barco, um ganense, rumava a Lampedusa, 290 km ao noroeste de Trípoli, mas depois de 18 horas teve problemas e começou a perder combustível.
Os imigrantes usaram um telefone via satélite para ligar para Moses Zerai, um padre eritreu em Roma que comanda a organização de direitos dos refugiados Habeshia. Ele então contatou a Guarda Costeira italiana.
Segundo o “Guardian”, o barco foi localizado a cerca de 97 km da costa de Trípoli e a Guarda Costeira garantiu a Zerai que um alerta fora enviado.
O jornal diz ainda que um helicóptero militar com a palavra “Exército” na fuselagem logo apareceu acima da embarcação. Os pilotos, que usavam trajes militares, deixaram água e pacotes de biscoito no barco e gesticularam aos passageiros que ficariam até que um barco de resgate aparecesse.
O helicóptero, contudo, foi embora e a ajuda nunca chegou.
Dias depois, em 29 ou 30 de março, o barco se aproximou de um porta-aviões da Otan. Segundo o relato dos sobreviventes, dois jatos sobrevoaram a embarcação, enquanto eles seguravam as duas crianças para o alto.
Nenhuma ajuda veio e os passageiros começaram a morrer um a um. “Cada manhã, ao acordarmos, encontrávamos mais mortos, que deixávamos a bordo vinte e quatro horas antes de jogá-los no mar”, relatou ao jornal Abu Kurke, um dos sobreviventes.
Em 10 de abril, o barco chegou à cidade líbia de Zlitan, perto de Misrata, com apenas 11 pessoas vivas. Um deles, contudo, morreu quase imediatamente depois de chegar em terra firme.
FRANCÊS
O “Guardian” diz que após extensa investigação descobriu que o porta-aviões é provavelmente o francês Charles de Gaulle, que estava operando no Mediterrâneo.
O Charles de Gaulle faz parte da operação internacional da Líbia, mas não está sob comando direto da Otan.
A porta-voz da aliança disse que o único porta-aviões que faz parte da operação na Líbia é um italiano.
Ela disse ainda que, nas noites de 26 e 27 de março, várias unidades da Otan estavam envolvidas no resgate de mais de 500 pessoas em dois veleiros com imigrantes em uma área a 28 km ao norte de Trípoli.
“As pessoas resgatadas foram transferidas para Lampedusa com a ajuda das autoridades italianas”, disse.
CRISE HUMANITÁRIA
Cerca de 25 mil fugiram para a pequena ilha italiana de Lampedusa, que fica mais perto do norte da África do que da Itália continental. A ilha tem apenas 5.000 habitantes e nenhuma estrutura para abrigar tantos refugiados.
O governo italiano alegou que não tinha como acolher tanta gente e que temia a vinda de 1,5 milhão para suas terras com a queda sucessiva de ditadores no continente vizinho.
Pelas regras da União Europeia (UE), os imigrantes têm de ficar no país em que aportaram até que sejam devolvidos a seus locais de origem ou que seja concedido asilo ou visto.
Berlusconi apelou por ajuda dos demais membros do bloco europeu, mas não obteve resposta e resolveu conceder documentos temporários de permanência, o que permite a imigrantes circular pelos países signatários do Tratado de Schengen.
A decisão levou a reações duras dos vizinhos, que temiam “adotar” o problema italiano, principalmente da França, destino preferencial dos tunisianos.
Há duas semanas, a França chegou a bloquear por meio dia o tráfego de trens com a Itália para impedir a entrada desses tunisianos recém-documentados. O país alegou “razões de ordem pública” e disse que eles só poderiam entrar se comprovarem ter condições financeiras de se sustentar.
Na semana passada, Itália e França decidiram em conjunto pedir que a União Europeia rediscuta o tratado que permite a livre circulação de pessoas entre 25 países do continente.
Conhecido como Tratado de Schengen (cidade em Luxemburgo onde foi assinado), o acordo é um dos pilares da UE, abolindo na prática as fronteiras internas entre os países signatários –qualquer um viaja sem a necessidade de passaporte ou visto.
Agora, os dois países falam em retornar o controle fronteiriço em “circunstâncias excepcionais”.
Leia aqui o alerta que o professor Reginaldo Nasser fez, em entrevista ao Viomundo:Revolta da rua árabe vai chegar ao solo europeu