sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vídeo - A oposição tucanalha

Do conversa afiada.
Vídeozinho pra animar.

Vídeo deboche: como os brucutus do Serra operam a internet

Sugestão do amigo navegante Antonio Carlos Silva:

Com a palavra, Chico Buarque - entrevistado na França

Extraído do vi o mundo.
"Pra finalizar. Se você fosse escrever uma carta para o seu caro amigo hoje, o que você diria?

Volta, que as coisas estão melhorando!"



Chico Buarque, na Brazuca: “Podendo, vou até os 95″

Por Daniel Cariello e Thiago Araújo, da revista Brazuca | Foto: Jorge Bispo

Via blog Outras Palavras

“Se tiver bola, eu dou a entrevista”. Essa foi a única exigência do nosso companheiro de pelada, Chico Buarque, numa caminhada entre o metrô e o campo. Uma bola. E eu acabara de informar que o dono da redonda não viria à pelada de quarta-feira. Éramos dez amantes do futebol, órfãos.

Sem saber se esse era um gol de letra dele para fugir da solicitação de seus parceiros jornalistas, ou uma última esperança, em forma de pressão, de não perder a religiosa partida, eu, que não creio, olhei para o céu e pedi a Deus: uma pelota!

Nada de enigma, oferenda ou golpe de Estado. Ele estava ali, o cálice sagrado da cultura brasileira, que sucumbiu ao ver não uma, mas duas bolas chegarem à quadra pelas mãos de Mauro Cardoso, mais conhecido como Ganso. A partir daí, nada mais alterou o meu ânimo e o da minha dupla de ataque-entrevista, Daniel Cariello. Apesar de termos jogado no time adversário do ilustre entrevistado, tomado duas goleadas consecutivas de 10 x 6 e 10 x 1, tínhamos a certeza de que ele não iria trair dois dos principais craques do Paristheama, e sua palavra seria honrada.

Mas o desafio maior não era convencer o camisa 10 do time bordeaux-mostarda parisiense a ceder duas horas de sua tarde ensolarada de sábado. O que você perguntaria ao artista ícone da resistência à ditadura, parceiro de Tom Jobim, Vinicius de Morais e Caetano Veloso, escritor dos best sellers “Estorvo”, “Benjamin”, “Budapeste” e “Leite Derramado”, autor de “A banda”, “Essa moça tá diferente”, “O que será”, “Construção” e da canção de amor mais triste jamais escrita, “Pedaço de mim”?

Admirado e amado por todas as idades, estudado por universitários, defendido por Chicólatras, oráculo no Facebook, onipresente nas manifestações artísticas brasileiras – sua modéstia diria “isso é um exagero”, mas sabemos que não é –, sua reação imediata ao ser comparado a Deus foi “em primeiro lugar, não acredito em Deus. Em segundo, não acredito em mim. Essa é a única coisa que pode nos ligar. Então, pra começo de conversa, vamos tirar Deus da mesa e seguir em frente”.

Enfim, ainda não creio que entrevistamos Deus, quase sem falar de Deus. Mas foi com ele mesmo que aprendi uma lição, talvez um mandamento: acreditar em coisas inacreditáveis. (Thiago Araújo)

Você assume que não acredita em Deus, mas existem trechos nas suas músicas como “dias iguais, avareza de Deus” ou “eu, que não creio, peço a Deus”. No Brasil, é complicado não acreditar em Deus?

Eu não tenho crença. Eu fui criado na Igreja Católica, fui educado em colégio de padre. Eu simplesmente perdi a fé. Mas não faço disso uma bandeira. Eu sou ateu como o meu tipo sanguíneo é esse.

Hoje há uma volta de certos valores religiosos muito forte, acho que no mundo inteiro. O que é perigoso quando passa para posições integristas e dá lugar ao fanatismo. O Brasil talvez seja o pais mais católico do mundo, mas isso é um pouco de fachada. Conheço muitos católicos que vão à umbanda, fazem despacho. E fica essa coisa de Deus, que entra no vocabulário mais recente, que me incomoda um pouquinho. Essa coisa de “vai com Deus”, “fica com Deus”. Escuta, eu não posso ir com o diabo que me carregue? (Risos). Tem até um samba que fala algo como “é Deus pra lá, Deus pra cá – e canta – Deus já está de saco cheio” (risos).

Você já foi em umbanda, candomblé, algo do tipo?

Já, eu sou muito curioso. A mulher jogou umas pipocas na minha cabeça, sangue, disse que eu estava cheio de encosto. Eu fui porque me falaram “vai lá que vai ser bom”. Passei também por espíritas mais ortodoxos, do tipo que encarnava um médico que me receitou um remédio para o aparelho digestivo. Aí eu fui procurar o remédio e ele não existia mais. O remédio era do tempo do médico que ele encarnava (risos).

Já tive também um bruxo de confiança, que fez coisas incríveis. Aquela música do Caetano dizia isso muito bem, “quem é ateu, e viu milagres como eu, sabe que os deuses sem Deus não cessam de brotar.” Eu vi cirurgias com gilete suja, sem a menor assepsia, e a pessoa saía curada. Estava com o joelho ferrado e saía andando. Eu fui anestesista dessa cirurgia. A anestesia era a música. O próprio Tom Jobim tocava durante as cirurgias. Eu toquei para uma dançarina que estava com problema no joelho. Ela tinha uma estreia, mas o ortopedista disse “você rompeu o menisco”. Ela estreou na semana seguinte, e na primeira fila estavam o ortopedista e o bruxo (risos).

Uma vez, estava com um problema e fui ao médico. Ele me tocou e não viu nada. Aí eu disse “olha, meu bruxo, meu feiticeiro, quando ele apertava aqui, doía”. Ele começou a dizer “mas essa coisa de feitiçaria…” e atrás dele tinha um crucifixo com o Cristo. Daí eu perguntei “como você duvida da feitiçaria, mas acredita na ressurreição de Cristo?”. Eu acho isso uma incongruência. Gosto de acreditar um pouco nisso, um pouco naquilo, porque eu vejo coisas inacreditáveis. Eu não acredito em Deus, acredito que há coisas inacreditáveis.

De vez em quando você dá uma escapada do Brasil e vem a Paris. Isso te permite respirar?

Muito mais. Eu aqui não tenho preocupação nenhuma, tomo uma distância do Brasil que me faz bem. Fico menos envolvido com coisas pequenas que acabam tomando todo o meu tempo. Aqui, eu leio o Le Monde todos os dias, e fico sabendo de questões como o Cáucaso, os enclaves da antiga União Soviética, que no Brasil passam muito batidos. O Brasil, nesse sentido, é muito provinciano, eu acho que o noticiário é cada vez mais local.

Meu pai, que era um crítico literário e jornalista, foi morar em Berlim no começo dos anos trinta. Foi lá, onde teve uma visão de historiador, de fora do país, que ele começou a escrever Raízes do Brasil, que se tornou um clássico. A possibilidade de ter esse trânsito, de ir e voltar, eu acho boa. É como você mudar de óculos, um para ver de longe e outro para ver de perto.

Nesse seu vai e vem Brasil-França, o que você traria do Brasil para a França, e vice-versa?

Eu traria pra cá um pouquinho da bagunça, da desordem. Os nossos defeitos, que acabam sendo também nossas qualidades. O tratamento informal, que gera tanta sujeira, ao mesmo tempo é uma coisa bonita de se ver. Você tem uma camaradagem com um sujeito que você não conhece. Aqui existe uma distância, uma impessoalidade que me incomoda.

Para o Brasil, eu gostaria de levar também um pouco dessa impessoalidade. Da seriedade, principalmente para as pessoas que tratam da coisa pública. Não que não exista corrupção na França.

Outra coisa que eu levaria pra lá é o sentimento de solidariedade, que existe entre os brasileiros que moram fora. Isso eu conheci no tempo que eu morava fora, e vejo muito aqui através das pessoas com as quais convivo. Eles se juntam. Como se dizia, “o brasileiro só se junta na prisão”. Os brasileiros também se juntam no exílio, na diáspora.

Falando em exílio, tem uma história curiosa de Essa moça tá diferente, a sua música mais conhecida na França.

É. A coisa de trabalho (N.R.: na Itália, onde Chico estava em exílio político, em 1968) estava só piorando e o que me salvou foi uma gravadora, a Polygram, pois minha antiga se desinteressou. A Polygram me contratou e me deu um adiantamento. E consegui ficar na Itália um pouco melhor. Mas eu tinha que gravar o disco lá. Eu gravei tudo num gravador pequenininho. Um produtor pegou essas músicas e levou para o Brasil, onde o César Camargo Mariano escreveu os arranjos. Esses arranjos chegaram de volta na Itália e eu botei minha voz em cima, sem que falasse com o César Camargo. Falar por telefone era muito complicado e caro. Então foi feito assim o disco. É um disco complicado esse.

Você acabou de citar o Le Monde. Para nós, que trabalhamos com comunicação, sempre existiu uma crítica pesada contra os veículos de massa no Brasil. Você acha que existe um plano cruel para imbecilizar o brasileiro?

Não, não acredito em nenhuma teoria conspiratória e nem sou paranoico. Agora, aí é a questão do ovo e da galinha. Você não sabe exatamente. Os meios de comunicação vão dizer que a culpa é da população, que quer ver esses programas. Bom, a TV Globo está instalada no Brasil desde os anos 60. O fato de a Globo ser tão poderosa, isso sim eu acho nocivo. Não se trata de monopólio, não estou querendo que fechem a Globo. E a Globo levanta essa possibilidade comparando o governo Lula ao governo Chavez. Esse exagero.

Você acha que a mídia ataca o Lula injustamente?

Nem sempre é injusto, não há uma caça às bruxas. Mas há uma má vontade com o governo Lula que não existia no governo anterior.

E o que você acha da entrevista recente do Caetano Veloso, onde ele falou mal do Lula e depois acabou sendo desautorizado pela própria mãe?

Nossas mães são muito mais lulistas que nós mesmos. Mas não sou do PT, nunca fui ligado ao PT. Ligado de certa forma, sim, pois conheço o Lula mesmo antes de existir o PT, na época do movimento metalúrgico, das primeiras greves. Naquela época, nós tínhamos uma participação política muito mais firme e necessária do que hoje. Eu confesso, vou votar na Dilma porque é a candidata do Lula e eu gosto do Lula. Mas, a Dilma ou o Serra, não haveria muita diferença.

O que você tem escutado?

Eu raramente paro para ouvir música. Já estou impregnado de tanta música que eu acho que não entra mais nada. Na verdade, quando estou doente eu ouço. Inclusive ouvi o disco do Terça Feira Trio, do Fernando do Cavaco, e gostei. Nunca tinha visto ou ouvido formação assim. Tem ao mesmo tempo muita delicadeza e senso de humor.

A música francesa te influenciou de alguma maneira?

Eu ouvi muito. Nos anos 50, quando comecei a ouvir muita música, as rádios tocavam de tudo. Muita música brasileira, americana, francesa, italiana, boleros latino americanos. Minha mãe tinha loucura por Edith Piaf e não sei dizer se Piaf me influenciou. Mas ouvi muito, como ouvi Aznavour.

O que me tocou muito foi Jacques Brel. Eu tinha uma tia que morou a vida inteira em Paris. Ela me mandou um disquinho azul, um compacto duplo com Ne me quitte pas, La valse à mille temps, quatro canções. E eu ouvia aquilo adoidado. Foi pouco antes da bossa nova, que me conquistou para a música e me fez tocar violão. As letras dele ficaram marcadas para mim.

Eu encontrei o Jacques Brel depois, no Brasil. Estava gravando Carolina e ele apareceu no estúdio, junto com meu editor. Eu fiquei meio besta, não acreditei que era ele. Aí eu fui falar pra ele essa história, que eu o conhecia desde aquele disco. Ele disse “é, faz muito tempo”. Isso deve ter sido 1955 ou 56, esse disquinho dele. Eu o encontrei em 67. Depois, muito mais tarde, eu assisti a L’homme de la mancha, e um dia ele estava no café em frente ao teatro. Eu o vi sentado, olhei pra ele, ele olhou pra mim, mas fiquei sem saber se ele tinha olhado estranhamente ou se me reconheceu. Fiquei sem graça, pois não o queria chatear. Ele estava ali sozinho, não queria aborrecer. Mas ele foi uma figuraça. Eu gostava muito das canções dele. Conhecia todas.

Falando de encontros geniais, você tem uma foto com o Bob Marley. Como foi essa história?

Foi futebol. Ele foi ao Brasil quando uma gravadora chamada Ariola se estabeleceu lá e contratou uma porção de artistas brasileiros, inclusive eu, e deram uma festa de fundação. O Bob Marley foi lá. Não me lembro se houve show, não me lembro de nada. Só lembro desse futebol. Eu já tinha um campinho e disseram “vamos fazer algo lá para a gravadora”. Bater uma bola, fazer um churrasco, o Bob Marley queria jogar. E jogamos, armamos um time de brasileiros e ele com os músicos. Corriam à beça.

Vocês fumaram um baseado juntos?

Não. Dessa vez eu não fumei.

E essa sua migração para escritor, isso é encarado como um momento da sua vida, já era um objetivo?

Isso não é atual. De vinte anos pra cá eu escrevi quatro romances e não deixei de fazer música. Tenho conseguido alternar os dois fazeres, sem que um interfira no outro.

Eu comecei a tentar escrever o meu primeiro livro porque vinha de um ano de seca. Eu não fazia música, tive a impressão que não iria mais fazer, então vamos tentar outra coisa. E foi bom, de alguma forma me alimentou. Eu terminei o livro e fiquei com vontade de voltar à musica. Fiquei com tesão, e o disco seguinte era todo uma declaração de amor à música. Começava com Paratodos, que é uma homenagem à minha genealogia musical. E tinha aquele samba (cantarola) “pensou, que eu não vinha mais, pensou”. Eu voltei pra música, era uma alegria. Agora que terminei de escrever um livro já faz um ano, minha vontade é de escrever música. Demora, é complicado. Porque você não sai de um e vai direto para outro. Você meio que esquece, tem um tempo de aprendizado e um tempo de desaprendizado, para a música não ficar contaminada pela literatura. Então eu reaprendo a tocar violão, praticamente. Eu fiquei um tempão sem tocar, mas isso é bom. Quando vem, vem fresco. É uma continuação do que estava fazendo antes. Isso é bom para as duas coisas. Para a literatura e para a música.

Tanto em Estorvo quanto em Leite derramado o leitor tem uma certa dificuldade em separar o real do imaginário. Você, como seus personagens, derrapa entre essas duas realidades?

Eu? O tempo todo, agora mesmo eu não sei se você esta aí ou se eu estou te imaginando (gargalhadas).

Completamente. Eu fico vivendo aquele personagem o tempo todo. Entrando no pensamento dele. Adquiro coisas dele. Você pode discordar, mas chega uma hora que tem que criar uma empatia ou uma simpatia. Você cria uma identificação. E alguma coisa no gene é roubado mesmo de mim, algumas situações, um certo desconforto, não saber bem se você é real, se você está vivendo ou sonhando aquilo. Por exemplo, agora que ganhamos de 10 a 1 (referência à pelada que jogamos três dias antes), eu saí da quadra e falei: “acho que eu sonhei. Não é possível que tenha acontecido” (risos).

Você é fanático por futebol?

Não sou fanático por nada. Mas eu tenho muito prazer em jogar futebol. Em assistir ao bom futebol, independentemente de ser o meu time. Quando é o meu time jogando bem, é melhor ainda, pois eu consigo torcer. Agora mesmo, no Brasil, tinha os jogos do Santos.

Mas eu vou menos aos estádios. Eu não me incomodo de andar na rua, mas quando você vai a alguns lugares, tem que estar com o cabelo penteado, tem que estar preparado para dar entrevistas. Aqui, eu estou dando a minha última (risos). Aqui, é exclusiva. Fiz pra Brazuca e mais ninguém. Eu quero ver o pessoal jogar bola. Então eu vejo na televisão. E quando não estou escrevendo, aí eu vejo bastante.

É verdade que um dia o Pelé ligou na sua casa, lamentando os escândalos políticos no Brasil, e disse “é, Chico, como diz aquela música sua: ‘se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão’”?

É verdade (risos). Eu falei “legal, Pelé, mas essa música não é minha”. O Pelé é uma grande figura. Nós gravamos um programa juntos. Brincamos muito. Conheci o Pelé quando eu fazia televisão em São Paulo, na TV Record, e me mudei para o Rio. Os artistas eram hospedados no Hotel Danúbio, em São Paulo. O mesmo onde o Santos se concentrava. Então, eu conheci o Pelé no hotel. E sempre que a gente se encontra é igual, porque eu só quero falar de futebol e ele só quer saber de música. Ele adora fazer música, adora cantar, adora compor. Por ele, o Pelé seria compositor.

E você, trocaria o seu passado de compositor por um de jogador?

Trocaria, mas por um bom jogador, que pudesse participar da Copa do Mundo. Um pacote completo. Um jogador mais ou menos, aí não.

Você ainda pretende pendurar as chuteiras aos 78 anos, como afirmou?

Não. Já prorroguei. Tava muito cedo. Agora, eu deixei em aberto. Podendo, vou até os 95 (risos).

O Niemeyer está com 102 anos e continua trabalhando. Aliás, não só trabalhando como ainda continua com uma grande fama de tarado (risos).

Ele me falou isso. Eu fui à festa dele de 90 anos e ele me disse: “o importante é trabalhar e ó (fez sinal com a mão, referente a transar)”. Aí eu falei “é mesmo?” e ele respondeu “é mesmo”.

Falando nisso, o Vinícius foi casado nove vezes. Você acha a paixão essencial para a criação?

Sem dúvida. Quando a gente começa – isso é um caso pessoal, não dá pra generalizar – faz música um pouco para arranjar mulher. E hoje em dia você inventa amor para fazer música. Se não tiver uma paixão, você inventa uma, para a partir daí ficar eufórico, ou sofrer. Aí o Vinícius disse muito bem, né? “É melhor ser alegre que ser triste… mas pra fazer um samba com beleza, é preciso um bocado de tristeza, é preciso um bocado de tristeza, senão não se faz um samba não”.

Quando eu falo que você inventa amores, você também sofre por eles. “E a moça da farmácia? Ela foi embora! Elle est partie en vacances, monsieur!”. E você não vai vê-la nunca mais. Dá uma solidão. Eu estou fazendo uma caricatura, mas essas coisas acontecem. Você se encanta com uma pessoa que você viu na televisão, daí você cria uma história e você sofre. E fica feliz e escreve músicas.

Pra finalizar. Se você fosse escrever uma carta para o seu caro amigo hoje, o que você diria?

Volta, que as coisas estão melhorando!

Para saber mais, vá ao blog Outras Palavras.

Com a palavra, Lula - O discurso

Do blog do Planalto.
O discurso do presidente analfabeto, que afronta...
E a oposição ainda acha que pode mais...

Só é rico o país que descobre que o povo é sua maior riqueza

Em pronunciamento em rede de emissoras de rádio e televisão na noite desta quinta-feira (29/4), o presidente Lula destacou o momento de retomada de emprego e trabalho que o País vive e os avanços sociais dos últimos. Lembrou ainda que este será seu último pronunciamento como presidente da República para comemorar com a população o Dia do Trabalhador, que ocorre no próximo sábado, 1º de maio, e que o atual modelo de governo está “apenas começando”.

Algo me diz, fortemente, em meu coração, que este modelo vai prosperar. Sabe por quê? Porque este modelo não me pertence: pertence a vocês, pertence ao povo brasileiro. Que saberá defendê-lo e aprofundá-lo, com trabalho honesto e decisões corretas.

Ouça aqui a íntegra do pronunciamento:

Leia aqui a íntegra do pronunciamento do presidente Lula.

O presidente Lula destacou os bons resultados obtidos com programas como o Bolsa Família, que permitiu incluir milhões de brasileiros no mercado de consumo e fazer a roda da economia girar com vigor. “Deixamos de ser um país majoritariamente pobre. Hoje as classes A, B e C formam quase 70% da população”, afirmou.

Como há mais gente consumindo, o comércio vende mais e aí tem de encomendar mais da indústria, que tem de investir mais e contratar mais trabalhadores, num círculo virtuoso, que impulsiona o país e seu povo para frente. Também estamos vivendo uma era de fortíssima inclusão social, graças ao Bolsa Família e a muitos outros programas do governo.

Nos últimos minutos do pronunciamento, Lula destacou que quando um país como o Brasil realiza conquistas sempre esperadas “abre-se novos desafios para o dia de amanhã”. Neste caso, como ressaltou, “é preciso que a gente continue tomando as decisões certas, nas horas certas”. Para o presidente, “o Brasil é um país sem limites para crescer. Não apenas porque tem grandes riquezas naturais. Mas principalmente porque tem um povo generoso, forte e criativo. Um povo maduro que sabe escolher, que trabalha duro e não desperdiça oportunidades. Um povo que soube trazer nosso país até aqui e que saberá continuar conduzindo nosso Brasil no rumo certo”.

Ouça aqui a íntegra do discurso:


Para ler a transcrição da íntegra do discurso, clique aqui.

O coro aumenta contra Richarlysson

Finalmente, depois de anos, faz-se coro pra saída do Richarlysson do time.
Ele é um perigo, tanto para a integridade física do time adversário, quanto para o gol de Rogério Ceni. Enfim, fora Ricky e todos que lhe apóiem.
Do Daniel Perrone, veja abaixo:

Richarlyson e RG: Dá para entender?

por daniel perrone |

“É impressionante como esse jogador faz faltas desnecessárias, dá trombadas a esmo, erra passes. É impressionante como um jogador que já tem cartão amarelo se joga num carrinho com o adversário já caído e fica indignado ao ser expulso. Merece um papo do Ricardo Gomes, uns conselhos, uns ensinamentos, já que o os técnicos são tratados pelos atletas como professores.”
Alex Escobar (colunista Globoesporte.com)

“Para o SPFC, o ideal seria a Confederação Sulamericana resolver aquilo que a comissão técnica do time não consegue. Deixar Richarlyson no banco. Alguém tem dúvida que após cumprir a pena será titular de novo?”
Vitor Birner (jornalista CBN e Blogueiro Blog do Birner)

“O que tem o Richarlyson para ser titular no SPFC? Ele é péssimo! Ele vai comprometer!”
Sombra (apresentador do Estádio 97)

“Eu o acho um atleta bem mediano. Tem em minha opinião, a pior saída de bola de todo elenco, é impressionante a quantidade de passes que erra durante uma partida. Sem contar que é o jogador mais indisciplinado do time com sua coleção de cartões vermelhos. Ter o melhor preparo físico do elenco e ser um jogador voluntarioso é muito pouco para justificar a titularidade absoluta.”
Marcello Lima (jornalista e repórter da Jovem Pan)

“É um jogador acima da média”
Ricardo Gomes (técnico do São Paulo Futebol Clube)

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PS: Todas as opiniões transcritas no post foram retiradas literalmente do blog de suas fontes. abs

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Enquanto isso... Lula e o mundo

Lula é considerado o LÍDER mais influente do MUNDO, pela revista Time.

É pouco? Mas ele não era analfabeto?

Vejam aqui, aqui, aqui e aqui. Quem sabe achem algo no canto da página de alguma imprensa golpista também.
Ah, e como nosso querido prof. hariovaldo tratou disso, aqui.

O texto de Michael Moore, na Time:

Quando, pela primeira vez os brasileiros elegeram Luiz Inácio Lula da Silva presidente em 2002, os barões ladrões do país nervosamente verificaram os medidores de combustível de seus jatos particulares. Eles transformaram o Brasil em um dos lugares mais desiguais do planeta, e agora parecia que chegara a hora desta conta ser cobrada. Lula, 64 anos, era um verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina – na verdade, um membro fundador do Partido dos Trabalhadores – e já tinha sido preso uma por liderar greve.
No momento em que Lula, finalmente, conquistou a presidência, após três tentativas fracassadas, ele já se tornara uma figura familiar na vida brasileira. Mas o que o levou para a política para começar? Foi seu conhecimento pessoal do quão duramente muitos brasileiros têm de trabalhar para so
breviver? Ser forçado a abandonar a escola depois da quinta série para sustentar sua família? Trabalhar como engraxate? Perder parte de um dedo em um acidente de trabalho?
Não. Foi quando, aos 25 anos, viu sua esposa Maria morrer durante o oitavo mês de gravidez, junto com seu filho, porque não podiam pagar por cuidados médicos.
Há uma lição aqui para bilionários do mundo: deixe as pessoas terem bons cuidados de saúde, e eles causarão muito menos problemas para vocês.
E aqui está uma lição para o resto de nós: a grande ironia da presidência de Lula – ele foi eleito para um segundo mandato em 2006 e que terminará este ano – é que, mesmo enquanto ele tenta impulsionar o Brasil ao Primeiro Mundo com programas sociais do governo como o Fome Zero, que visa acabar com a fome, e com planos de melhorar a educação oferecida aos membros da classe trabalhadora do Brasil, os EUA se parecem mais com o antigo Terceiro Mundo a cada dia.

O que Lula quer para o Brasil é o que costumamos chamar o sonho americano. Nós, os EUA, onde os 1% mais ricos possuem agora mais riqueza do que os 95% mais pobres somados, estamos vivendo em uma sociedade que está rapidamente se tornando mais parecida com o Brasil.”

A denúncia de Brizola Neto

Diante dos constantes golpes baixos executados pela campanha serrista, Brizola Neto tomou frente na luta.
Deu no blog da Dilma.
Porque o PT não toma a iniciativa pra se defender?

BRIZOLA NETO DIZ QUE TUCANOS USAM INTERNET PARA ATAQUES E BAIXARIA

O deputado Brizola Neto (PDT-RJ) subiu hoje à tribuna da Câmara para denunciar a estratégia do PSDB pela internet nas eleições deste ano. Segundo ele, o site oficial dos tucanos mantinha o link para um site (gentequemente.org) com ataques à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, e que está em nome do partido. “Esse site, simplesmente difamador, que dá golpes abaixo da cintura, está registrado oficialmente pelo PSDB”.

Outro caso citado por Brizola Neto é uma carta que circula em e-mails e blogs com mais ataques a Dilma. “Ontem mesmo tivemos um episódio, promovido por um deputado desta Casa, que divulgou uma carta falsa da jornalista Marília Gabriela, em seu site. Logo em seguida, foi desmentido e teve a ameaça de ser processado por essa jornalista”, informou.

Para o deputado, as difamações e calúnias partem muitas vezes de militantes em redes sociais da internet, mas jamais deveriam sair de sites registrados por partidos políticos ou por instituições ligadas a eles. “Sabemos que o processo eleitoral nem começou oficialmente mas já temos uma mostra de que esta campanha vai ser uma das com nível mais baixo desde a redemocratização do nosso País.”

O discurso repercutiu entre os parlamentares. “Essas atitudes que o PSDB adotou em seus blogs só demonstra desrespeito e desespero”, afirmou o deputado Vincentinho (PT-SP).

Os sites foram registrados no nome do Instituto Social Democrata (ISD), instituição sem fins lucrativos do partido. Para Brizola Neto, a campanha que todos brasileiros esperam é uma exposição de bons conteúdos na internet ou em qualquer veículo. “Como a oposição não tem condições de apresentar boas coisas para população brasileira, só consigo enxergar que essa é a única estratégia que tem para tentar mudar a imagem da aprovação do governo presidente Lula. Eles estão partindo para o golpe baixo. Uma campanha suja e feita de maneira institucional - sem identificação.”

Assista aos principais trechos do discurso de Brizola Neto.

Estratégia eleitoral - O jogo sujo contra as propostas

Do vi o mundo.
Uma atualização do jogo sujo imposto pela turma do serra e da imprensa golpista, e a estratégia do PT para combatê-los.
Parabéns ao Brizola Neto que ontem deu uma apunhalada pela frente nos golpistas.

“PSDB é coautor do assassinato de reputações na internet”

O jogo sujo na rede contra Dilma Rousseff, candidata do PT à presidência da República, e o seu partido, está aumentando em quantidade e intensidade.

Na madrugada de 12 de abril, o site do PT foi invadido. Ficou um dia inteiro fora do ar. Ao acessá-lo, muitos usuários tiveram seus computadores infectados por vírus.

Em 14 de abril, nova invasão (veja aqui e aqui). Além de os crackers terem pichado a capa com dizeres favoráveis a José Serra, candidato do PSDB, redirecionavam o usuário para um blog apoiador do tucano.

Em 18 de abril, a TV Globo colocou no ar o jingle do aniversário dos 45 anos da TV Globo. Embutia, de forma disfarçada, propaganda favorável a Serra, como alertou prontamente pelo twitter Marcelo Branco, o responsável pela campanha de Dilma Rousseff na internet.

Ontem, 27 de abril, o deputado federal José Carlos Alelulia (DEM-BA) embarcou na demonização de Dilma, mas se deu mal.

A outra investida suja foi no site oficial do PSDB, que dá link para um outro – também registrado em nome do partido – intitulado “Gente que mente”, dedicado a atacar pessoalmente Dilma e os petistas.

“Ao dar espaço no seu site para um blog que ataca de forma virulenta a Dilma, tentando estigmatizá-la, o PSDB assina oficialmente a baixaria”, denuncia o deputado federal André Vargas (PT-PR). “Já pedimos ao nosso departamento jurídico o estudo de medidas judiciais cabíveis. O PSDB é coautor desses crimes de assassinato de reputações.”

“Os ataques na internet e o episódio do jingle dos 45 anos da Globo já mostraram que os adversários estão dispostos a tudo”, prossegue Vargas, que é Secretário Nacional de Comunicação do PT . “Se agem assim em abril, já imaginou a baixaria que adotarão em agosto, setembro, outubro? Temos de estar atentos o tempo inteiro e reagir rápido.”

Comunicação é considerada por muitos o calcanhar-de-aquiles tanto do PT quanto do governo federal. Por isso, resolvemos aprofundar esta entrevista, abordando algumas questões já levantadas pelos próprios leitores do Viomundo.

Viomundo – O PT está há 7 anos no poder. A mídia corporativa esconde as realizações federais, distorce ou mente sobre elas. Ao mesmo tempo, basta ligar TV, rádio, abrir jornais e revistas, para encontrarmos montes de anúncios do governo federal, Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal. É masoquismo?

André Vargas – Todos os meios de comunicação já existiam à época da ditadura. E se constituiu consenso de que é preciso anunciar na mídia independentemente do posicionamento político. Se você pega o governo do Fernando Henrique Cardoso (PSDB), havia sintonia entre o projeto neoliberal do ex-presidente e aquilo que o setor privado desejava. O nosso governo não é neoliberal, também não podemos dizer que é socialista. É um governo social-democrata preocupado com o bem-estar social, com a soberania e que entende o papel do estado na realização do projeto nacional de desenvolvimento.

Boa parte do setor privado, mesmo ganhando muito dinheiro, mantém na cabeça ideias, como “o mercado resolve”, “estado mínimo”. Concorda com a crítica do Serra de que “nós estamos fazendo o Estado crescer muito”, “não tem sentido o governo criar novas universidades federais”. Isso repercute nas linhas editoriais, dois anunciantes de peso na mesma linha. Na verdade, os meios de comunicação ainda têm o coração lastreado nos princípios do governo anterior.

Nesse contexto, como o governo federal não vai anunciar? Seria muito incompreendido no Brasil de hoje. Mas o governo está fazendo uma inversão na distribuição das verbas publicitárias. Na semana passada O Estado de S. Paulo disse que os gastos do governo Lula com publicidade cresceram 40% em seis anos. Mas “esqueceram” de dizer que são apenas 10% maiores que o maior gasto do governo FHC. Temos dissintonia de visão do setor público e privado e ao mesmo tempo distribuição mais democrática. Isso contraria interesses.

Viomundo – Como é a distribuição das verbas publicitárias?

André Vargas – No período FHC eram divididas entre 260/270 veículos de comunicação. Hoje, entre aproximadamente 2.500. Proporcionalmente os investimentos na chamada grande imprensa diminuíram. Está-se investindo em veículos pequenos no interior do país, que, antes, não recebiam nada. A internet também teve algum investimento. Ainda é pequeno, mas já cresceu. A ideia de democratizar fere os interesses dos grandes meios de comunicação. Na prática, o “bolo” é quase do mesmo tamanho da época do Fernando. Só que, agora, é dividido em 2.500 pedaços, antes, em menos de 300. É um critério técnico. É a democratização dos anúncios do governo.

Viomundo – Como senhor explica o fato de PT e o governo raramente reagirem com firmeza quando atacados? É medo, contemporização ou resignação?

André Vargas – O PT apanhou bastante ao longo da sua história, mas os episódios de 2005 deixaram o pessoal aturdido. Nunca se viu uma mobilização midiática tão grande contra um governo, contra um partido, estigmatizando-os. Isso não quer dizer que os erros do PT não têm de ser analisados pela mídia. Devem, sim. Mas o que reivindicamos é isonomia: tratamento idêntico para problemas idênticos. É só observar a cobertura da enchente em São Paulo para ver a discrepância. Quando a Marta estava no governo, era a maior ripa todo dia. Nas enchentes de dezembro de 2009 e começo de 2010, parecia que não tinha governador. O Serra sumiu do noticiário. A população acabou sendo a culpada.

Viomundo – Publicar informação correta não é favor; é obrigação de toda a mídia. Ao deixar de responder à altura, vocês não estariam contribuindo para desinformar a sociedade e, ao mesmo tempo, estimular a oposição a bater à vontade, já que ela conta com o apoio da mídia corporativa?

André Vargas – Uma coisa é o governo. Outra coisa, o partido político. No Brasil, a área de comunicação é uma das que mais resistem à democratização. Veja a reação dos grandes veículos à Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). As emissoras de televisão e de rádio não se vêem como concessão pública. Mas, realmente, o governo e o partido poderiam ter entrado mais nesse debate. Precisamos usar todas as alternativas democráticas de comunicação. No próprio PT, muita gente ainda não se deu conta do papel que a internet terá nesta eleição. O cidadão vai poder interagir com a informação no momento em que ela está sendo construída e não só depois de pronta, no final do dia, após os telejornais. Reconheço que a sociedade está mais esclarecida sobre o que estamos fazendo por ação da internet. Graças à internet, aliás, muitos factoides foram desmascarados. Se dependêssemos da grande imprensa, estaríamos fuzilados.

Viomundo – A eleição deste ano promete muito golpe abaixo da cintura, e a mídia tradicional terá papel central. O que os senhores pretendem fazer?

André Vargas – Nós sabemos disso e estamos nos preparando para acompanhar, juridicamente, todas as possibilidades que os meios de comunicação têm de manipular as informações. Assim como nós estamos acompanhando a questão das pesquisas. Nós temos de estar muito vigilantes nestes meses agora – abril, maio, junho e julho – que não temos horário político. E como o Serra é o candidato bem tratado pela mídia, será favorecido em termos de espaço e/ou melhor exposição. Depois, vem o horário político e os tempos e espaços terão de ser iguais. Daí o desespero por parte dos aliados do José Serra de abrir larga vantagem agora. Aí, tentam construir uma imagem irreal dele e desconstruir a nossa candidatura. A tática da oposição será inclusive tirar o presidente Lula da eleição.

Viomundo – De que forma?

André Vargas – A nossa força é a relação do Lula com a população. Então, vão dizer que é abuso de poder político, que o Lula é o presidente, que ele não pode dar declaração… Essa é a estratégia da oposição capitaneada pela mídia. Como o presidente Lula já disse que fará campanha nos finais de semana, vão questionar: “Como ele vai separar o que é a presidência e o que é campanha?”

O episódio do jingle dos 45 anos da Globo mostrou que estamos atentos. Reclamaram, mas nós fizemos o que achávamos certo. E vai ser assim. Tem de ser assim. Vigilância total. E com rapidez. Na hora.

Viomundo – Como foi?

André Vargas – O Marcelo Branco, responsável pela campanha da Dilma na internet, enviou um twitter, avisando que o tal jingle embutia, de forma disfarçada, propaganda favorável a José Serra. No ato, apoiei o que ele fez e retwitei. O episódio do jingle mostrou que os adversários estão dispostos a tudo. Portanto, temos de estar atentos o tempo inteiro e reagir rápido. Entre a noite de domingo e a manhã de segunda-feira, a mensagem do Marcelo foi retwitada para mais de 100 mil internautas. À noite, por várias razões, inclusive a reação na rede, o anúncio foi tirado do ar.

O Marcelo Branco não foi criticado pelo PT, ao contrário da Folha noticiou. A campanha tem uma direção, mas é nosso dever reagir também. Na terça-feira, dia 19, nós tivemos uma reunião da Executiva Nacional do PT e todas as falas sobre o assunto foram positivas.

Viomundo – O senhor achaa que a blogosfera fará a diferença nesta eleição?

André Vargas – Não tenho a menor dúvida. Não interessa ao Brasil uma eleição judicializada, mas pode interessar à oposição. A oposição, aliás, já está judicializando o processo. É um caminho mais tortuoso, pois depende da cabeça de cada juiz. A oposição prefere a judicialização, pois não quer o debate, não quer a movimentação, não quer que o presidente Lula expresse a sua oposição.

Viomundo – O PT não fará nada contra a judicialização?

André Vargas – O PT de São Paulo já moveu uma ação e estamos nos preparando para essa batalha jurídica. Uma coisa é certa: não vamos entrar em baixarias.

Viomundo – E a militância? Muitos reclamam que o PT se afastou das bases, da rua…

André Vargas – A mobilização física é importante. Mas a mobilização pela internet talvez vá ser muito mais importante. E ela vai muito mais visível daqui em diante porque o PT e a esquerda têm conteúdo político, temos organizações sociais que atuam nas várias questões cruciais: gênero, meio ambiente, raciais, cotas, saúde, trabalhador…

Viomundo – Nós temos informação de que a oposição está preocupada com a blogosfera independente, que defende a informação correta, adequada, ética e verdadeira, os movimentos sociais, a democratização dos meios de comunicação. Fala-se que a oposição e seus aliados teriam como estratégia o sufocamento, o cerceamento e a intimidação desses blogues e sites progressistas. O que acha disso?

André Vargas – Nós temos de continuar garantindo à internet a liberdade de expressão, para que as informações verdadeiras cheguem à sociedade. Pelo Congresso Nacional, tentativas de restrição não passam. Não há ambiente propício a isso. Talvez tentem pelo Judiciário, mas acredito que não consigam seus objetivos. Mas temos, de novo, de ficar atentos. Caso tentem sufocar esses blogues e sites, nós teremos de ter uma reação dura da cidadania. Por isso, a gente de tem de estar mobilizado. A nossa força é a nossa mobilização. Se nós nos apropriarmos da internet, como aconteceu nos EUA, vamos ter condições de manter governos mais ousados, avançar mais nas conquistas sociais e insistir mais na liberdade de imprensa verdadeira.

Até quando? - Richarlysson

Ricky, pede pra cagar e sai.
Não acerta passe, não acerta chute, não desarma sem falta, não pensa, não sabe o que é futebol.
E tá quase 5 anos no melhor do mundo...

Do blog do daniel perrone.

Sem comentários…

por daniel perrone |

ate
Até quando, presidente? Até quando, diretoria?
Até quando, comissão técnica? Até quando, treinador?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ciro - a manipulação de seu discurso [2]

Um pouco longo, mas serve para desmascarar a legitimidade das reporcagens da imprensa golpista.
Ao menos eles (imprensa golpista) têm muita imaginação.

O que disse Ciro?

por Luiz Carlos Azenha

Hoje em dia, antes de considerar que alguem disse alguma coisa, peço para ouvir o áudio. Ou o vídeo. Ou a transcrição completa de um discurso. Infelizmente, chegamos a isso.

Ciro Gomes, em entrevista à Folha:

Folha – O PSB já definiu que terça-feira será o dia D de sua pré-candidatura e está claro que eles vão optar por acabar com ela. O senhor já se conforma em não ser candidato à Presidência da República nas eleições deste ano?

Ciro Gomes – Eu vou lutar até segunda-feira à noite. Porque considero fundamental para o Brasil, para a democracia brasileira, que o Brasil decida, e não os esquemas de gabinetes em Brasília, confinando as opções até deixar o povo sem alternativa praticamente nenhuma. Eu não quero tomar a Presidência da República de ninguém. Eu quero participar de um debate, trazer uma experiência de 30 anos de vida pública decente, de vivências na área econômica. Mas se o partido entender que não, eu respeitarei. Porque uma democracia se faz não com donos da verdade, se faz com respeito às maiorias. Se a maioria do meu partido entender que não devo ser candidato, eu respeitarei completamente.

Folha – A essa altura dos acontecimentos, o que o faz não declarar efetivamente que não é mais candidato a presidente?

Ciro – Boa-fé, confiança, porque a direção do partido me disse que essa discussão será tomada numa reunião com todos os diretórios estaduais, representados em Brasília. E eu confio, estou entre companheiros. É um partido de gente boa, de gente decente, de gente bem intencionada. Pode ser de gente um pouco inexperiente em certa dimensão. Talvez o momento histórico colocou a encruzilhada complexa demais para o nível de experiência de alguns companheiros, mas são gente boa.

Folha – Até que momento o senhor efetivamente acreditou na sua candidatura em termos pragmáticos politicamente, no sentido de o partido efetivamente abraçar sua candidatura, a ponto de buscar alianças com outros partidos?

Ciro – Até o presente momento. Porque com a minha experiência, eu não sou nenhum inocente. Eu sei que a natureza da minha candidatura é rebelde ao dispositivo que a grande estrutura do Brasil marcou. A partir da confrontação paroquial, provinciana da política de São Paulo, muito reciprocamente conveniente para eles, PT e PSDB de São Paulo. Eles querem fazer disso a realidade do Brasil. Eu me insurjo contra isso desde sempre. Acho que tem feito muito mal ao país, eu tenho explicado com detalhes, com nomes, o mal que isso tem feito ao Brasil. Então, não terei vida fácil jamais, pela natureza mesmo da candidatura.
Evidente que não tirei aliança nenhuma, se o meu partido não estava seguro de bancar os riscos inerentes a uma candidatura que se rebela contra tudo que está posto na mídia, no poder econômico, nas oligarquias partidárias. Se não for essa a expressão da vontade da maioria, cabe a mim pedir que o partido incorpore no passo adiante, que é o entendimento com alguém que o partido resolva apoiar, as ideias que eu estou defendendo. Porque o que importa não sou eu, o que importa é o país.

Folha – O que o senhor acha que levou a essa situação de agora, de na terça-feira o partido declarar que o senhor não é mais candidato?

Ciro – Eu conversei com eles. Olhando a história do Brasil, com essa candidatura o partido só ganha. Porque está provado que quem disputou cresceu. O partido que não disputou definhou. Inclusive, na minha opinião, com razão. Só deveriam sobreviver partidos que tivessem o que dizer para o país. Porque tem feito muito mal ao Brasil essa pulverização de burocracias partidárias que existem para barganhar minutos de televisão, que têm imenso poder no Congresso Nacional, mas nenhuma responsabilidade com a vida da República, com a vida do povo. Vivem chantageando o poder, e o PSB não é isso.

Folha – No caso de haver a confirmação de o PSB abdicar da candidatura própria, qual será o seu comportamento político a partir daí para as eleições presidenciais? Há possibilidade de apoio a Dilma Rousseff, ou o senhor vai se manter neutro?

Ciro – Eu nunca fui neutro na minha vida, nunca deixei de tomar posição. Eu vou seguir a orientação do meu partido, a posição que o partido tomar é aquela que eu seguirei. O nível de entusiasmo, entretanto, vai depender do nível de incorporação das minhas preocupações com o futuro do país, com as diretrizes éticas, programáticas, ideológicas do passo seguinte que o partido der, se eu não for candidato.

Folha – O senhor pretende se reunir com a candidata Dilma Rousseff para discutir colaborações suas para o programa de governo dela?

Ciro – Sua entrevista está completamente fora de tempo, ou então você está querendo enterrar o defunto com ele vivo ainda. É preciso refrasear as perguntas aí.

Folha – Insisto. Na hipótese da decisão de terça-feira ser desfavorável aos seus anseios, o senhor pretende colaborar com o programa de governo da ex-ministra Dilma Rousseff?

Ciro – Eu acho que é uma falta de delicadeza você tratar como defunto quem está vivo, antes de ser enterrado. Publique isto.

Folha – Durante todo esse tempo em que o senhor tentou viabilizar a sua candidatura, o senhor sempre foi crítico da aliança PT-PMDB. O senhor vai manter o discurso público nesse sentido ou vai se recolher?

Ciro – Eu nunca fui crítico da aliança PT-PMDB. Eu sei que interessa para eles reduzir a minha opinião a essa miudice. Eu não sou crítico de aliança nenhuma. Eu sou crítico da hegemonia moral e intelectual que preside essa aliança. Se você compreende o Brasil, você sabe que precisa ter aliança. A pretexto de que isso é correto e necessário, o que está se fazendo é tráfico de minuto de televisão, é acobertamento de malfeito, manipulação de CPI. E isso não tem nada a ver com governabilidade, tem a ver com frouxidão moral, concessão de espaço público para fisiologia, corrupção e clientelismo. Essa opinião não muda, é uma opinião de vida minha.

Folha – Em entrevista ao portal iG, o senhor declarou que José Serra é mais capaz do que Dilma Rousseff. A sua visão é essa, efetivamente?

Ciro – Eu não dei nenhuma entrevista para o portal iG.

Folha – Independentemente da entrevista, o senhor acredita que José Serra é mais capaz do que a ex-ministra Dilma?

Ciro – O que eu digo a todo mundo que me pergunta é que a Dilma é uma pessoa muito melhor do que o Serra, mas infelizmente para nós outros, o Serra é mais preparado do que ela, mais legítimo do que ela.

Folha – O que confere legitimidade a um candidato?

Ciro – Estrada, serviço prestado, experiência, derrotas, vitórias, compromissos assumidos. Isso é o que confere legitimidade a alguém.

Folha – Já que ele prestou serviços ao país, cumpriu compromissos, por que o senhor o vê como uma figura ruim para o país?

Ciro – A vinculação a um projeto de país que prejudicou o Brasil de forma quase criminosa. Ele foi ministro do governo Fernando Henrique durante quase oito anos. Não adianta fazer de conta, manipular, fazer conivência da grande mídia, lavagem cerebral, não adianta. Ele foi ministro do Planejamento no tempo em que se formatou a privataria. Ele foi ministro da Saúde, ele foi o sucessor do Fernando Henrique, ele foi a Dilma do Fernando Henrique. Isso, infelizmente, é o real. Então, na política, você é você e as suas circunstâncias. Eu, por exemplo, era da mesma turma e rompi quando vi o Fernando Henrique fazer o que estava fazendo. Fui para o deserto, fui falar contra, apelar contra, sofri o pão que o diabo amassou, para sustentar a coerência da minha percepção de mundo em relação ao Brasil.

Folha – O senhor pretende, se não vier a ser candidato a presidente da República, se candidatar a algum outro cargo eletivo este ano?

Ciro – Se eu não for candidato a presidente da República, eu vou me aquietar. Vou sair da política, não sei se definitivamente, mas pelo menos por um longo tempo.

Folha – Sair da política por um longo tempo significa se ausentar dos debates agora das eleições presidenciais?

Ciro – Depende, se eu for candidato a presidente da República, eu não posso me ausentar. Se eu não for, você espera o defunto ser enterrado para você tripudiar em cima, cuspir na cova.

*****

Do IG:

Fora da disputa, Ciro manda recados a Lula, Dilma e PMDB

Na noite da última quinta-feira, o deputado Ciro Gomes estava magoado com a decisão do PSB de abandonar sua candidatura para apoiar a petista Dilma Rousseff, como se pode perceber nesta entrevista concedida ao iG.

As palavras duras empregadas na entrevista que concedeu ao iG, contudo, não vinham acompanhadas de um tom eufórico. Ciro estava sereno, mesmo quando declarou que “Lula está navegando na maionese”. Na conversa, assumiu pela primeira vez que sua candidatura à presidência da República chegou ao fim. Oficialmente, aguardará a decisão da executiva do partido, marcada para o dia 27 de abril, terça-feira da semana que vem. Mas o próprio teor das declarações que fez ao iG indica o grau de entrosamento entre candidato e legenda. Citando nominalmente o presidente nacional do partido, o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, e o vice-presidente da legenda, Roberto Amaral, Ciro disse que os líderes pessebistas “não estão no nível que a História impõe a eles”.

Pela primeira vez, Ciro admitiu também que pode largar a política partidária neste ano. Ex-prefeito de Fortaleza, ex-governador do Ceará, ex-ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso e ex-ministro de Lula, Ciro Gomes tem uma carreira política vitoriosa. Aos 53 anos, poderá se ver obrigado a fazer uma parada técnica e ficar de fora da política por dois anos se se dispuser a voltar na condição de prefeito, ou até quatro anos, se quiser voar mais alto. Terá então 57 anos, jovem para padrões políticos.

A parte mais forte da entrevista concedida ao iG foi reservada ao presidente Lula, a quem acusa pessoalmente de agir de maneira desmedida na tentativa de eleger a candidata Dilma: “Lula está navegando na maionese. Ele está se sentindo o Todo-Poderoso e acha que vai batizar Dilma presidente da República. Pior: ninguém chega para ele e diz ‘Presidente, tenha calma’. No primeiro mandato eu cumpria esse papel de conselheiro, a Dilma, que é uma pessoa valorosa, fazia isso, o Márcio Thomaz Bastos fazia isso. Agora ninguém faz”.

Ciro Gomes afirma que Lula tem a popularidade que merece ter, pois seu governo tem realizações. “Mas ele não é Deus”. Ciro critica a decisão do Palácio do Planalto de interferir no debate interno do PSB e critica ainda o que classifica de subserviência partidária: “Tiraram de mim o direito de ser candidato. Mas quer saber? Relaxei. Eles não querem que eu seja candidato? Querem apoiar a Dilma? Que apoiem a Dilma. Estou como a Tereza Batista cansada de guerra. Acompanho o partido. Não vou confrontar o Lula. Não vou confrontar a Dilma.”

Na entrevista, Ciro Gomes diz que sua presença na eleição cumpriria uma missão. “Trata-se de uma missão estratégica, que não será desempenhada por mais ninguém”. Ciro afirma que não tinha ilusões eleitorais, mas via uma chance de ajudar num debate que, ao seu ver, é urgente. “Em 2011 ou 2012, o Brasil vai enfrentar uma crise fiscal, uma crise cambial. Como estamos numa fase econômica e aparentemente boa, a discussão fica escondida. Mas precisa ser feita.” Segundo Ciro, a candidatura de Dilma Rousseff tem menos chance de enfrentar o problema do jeito que ele precisa ser enfrentado. “Como o PT, apoiado pelo PMDB, vai conseguir enfrentar esta crise? Dilma não aguenta. Serra tem mais chances de conseguir”.

Embora prometa acatar a decisão do partido de apoiar a candidata petista, até porque não restam alternativas, Ciro Gomes avisa que não se envolverá na campanha: “Não me peçam para ir à televisão declarar o meu voto, que eu não vou. Sei lá. Vai ver viajo, vou virar intelectual. Vou fazer outra coisa”. Ciro acredita que a eleição deste ano será marcada por baixarias, entre as quais inclui uma ação de grupos radicais abrigados no PT: “Sabe os aloprados do PT que tentaram comprar um dossiê contra os tucanos em 2006? Veremos algo assim de novo. Vai ser uma m…”

O jogo de imagens

Achei super interessante.
Vejam como as vezes não percebemos coisas que estão diante de nossos olhos.
Vou passar a prestar mais atenção nisso.

A edição fotográfica “falante”

Uma amiga, recém-chegada de Nova York, viu uma exposição em que a proposta era demonstrar como as imagens falam, na capa dos jornais.

O artista (ou a artista) retirou as palavras e deixou apenas as fotos.

PS: O link da exposição americana é este

Ela sugeriu que eu aplicasse o método à capa de jornais brasileiros.

Começo eu, continuam vocês. Quem tiver mais sugestões, deixe o link nos comentários.

Da Folha de S. Paulo, na véspera do primeiro turno das eleições de 2006, com um dos candidatos incluído:

Enquanto isso... sobre cartões de crédito

O Banco do Brasil, em parceria com o Bradesco, prometem acabar com o duopólio Visa-Mastercard.
É bom que ao menos parte da fortuna que essas empresas faturam, fiquem aqui no Brasil.

Vejam aqui.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Falando em Cuba... as eleições

Também do tijolaço.
Você nunca vai ver na imprensa golpista. As eleições cubanas.
E lá é democracia, o voto não é obrigatório! O povo vai porque não é acéfalo!

Cuba tem eleições, sim. Veja como é o sistema

Tem gente que diz que em Cuba não tem eleição. Tem, mas existe diferença de sistema político e há um processo de escolha essencialmente ligado às comunidades locais. Ontem, 8 milhões de cubanos de um total de 8,46 milhões aptos a votar foram às urnas escolher seus representantes nas eleições municipais.

Pouca gente se dá ao trabalho é de entender como funciona o sistema eleitoral cubano para formar uma opinião antes de simplesmente repetir o discurso da mídia. Por isso, posto acima o vídeo com entrevista da presidente da Comissão Eleitoral Nacional, Ana Maria Machado.

Na eleição de domingo, 15 mil delegados nos 169 municípios do país foram eleitos pela população. Eles são eleitos, mas também podem ser destituídos pelos eleitores. É importante ressaltar que o voto em Cuba não é obrigatório e mesmo assim o comparecimento às urnas é sempre superior a 90%.

Os delegados eleitos agora têm um mandato de dois anos e meio e definem quem serão os candidatos à Assembléia Nacional. Este parlamento por sua vez elege, entre seus integrantes, o Conselho de Estado e o seu presidente, que é chefe de Estado e de Governo.

Ter informação é fundamental para poder formar opinião.

Com a palavra, Fidel - Resposta sobre o post anterior

Extraído do Tijolaço.
Não tem o que comentar. Fidel é sempre genial.
A idéia que passa dessas obsessões estadunidenses, é que os EUA estão preparando o bote para dar o xeque-mate.
Pergunto novamente: E se fosse o Irã?

As loucuras da nossa época

Fidel Castro

Não resta alternativa que chamar as coisas pelo seu próprio nome. Os que mantêm um mínimo de senso comum podem observar sem nenhum esforço o pouco que resta do realismo no mundo atual.

Quando o Presidente dos EUA, Barack Obama, foi indicado para o Premio Nobel da Paz, Michael Moore declarou: “agora que o ganhe”. O engenhoso comentário agradou a muitas pessoas pela avidez da frase, mesmo que muitos não tenham visto nada mais além na decisão do Comitê norueguês do que demagogia e exaltação perante a, aparentemente inofensiva, politiquice do novo Presidente dos Estados Unidos, um cidadão afronorteamericano, bom orador, e inteligente político à frente de um poderoso império submerso numa profunda crise econômica.

A reunião mundial de Copenhague estava prestes a começar e Obama acendeu as esperanças de um acordo envolvente onde os EUA se somariam a um consenso mundial para evitar a catástrofe ecológica que ameaça a espécie humana. O que aconteceu ali foi decepcionante, a opinião pública internacional havia sido vítima de um doloroso engano.

Na recente Conferência Mundial dos Povos sobre o Cambio Climático e os Direitos da Mãe Terra, celebrada na Bolívia, se buscaram respostas cheias de sabedoria das antigas nações indígenas, invadidas e virtualmente destruídas pelos conquistadores europeus que, em busca de ouro e riquezas fáceis, impuseram ao longo dos séculos suas culturas egoístas e incompatíveis com os interesses mais sagrados da humanidade.

Duas notícias publicadas ontem expressam a filosofia do império que pretende nos fazer acreditar em seu caráter “democrático”, “desinteressado” e “honesto”. Basta ler o texto dos despachos provenientes da capital dos EUA.

“WASHINGTON, 23 abr 2010 – O presidente dos EUA, Barack Obama, está avaliando a possibilidade de expandir um arsenal de mísseis de ogivas convencionais, não nucleares, porém capazes de alcançar alvos em qualquer lugar do mundo em cerca de uma hora e com uma capacidade explosiva muito potente”.

“Mesmo que a nova super bomba, montada sobre mísseis do tipo Minuteman, não terá ogivas atômicas, sua capacidade destrutiva será equivalente, tal como o confirma o fato de que a sua dispersão está prevista no recentemente acordo firmado com a Rússia, START 2”.

“As autoridades de Moscou reclamaram e conseguiram inserir no acordo que, a cada um desses mísseis, os EUA elimine um dos seus foguetes com ogivas nucleares”.

“Segundo os repórteres do New York Times e da cadeia de televisão CBS, a nova bomba, batizada PGS (Prompt Global Strike), deverá ser capaz de matar o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, numa caverna do Afeganistão, destruir um míssil norte-coreano em plena preparação ou atacar um arsenal nuclear iraniano, tudo isso, sem ultrapassar o indício atômico”.

“A vantagem de dispor como uma opção militar de uma arma não nuclear que tenha os mesmos efeitos de impacto localizado de uma bomba atômica é julgada interessante pelo governo de Obama”.

“O projeto foi inicialmente lançado pelo antecessor de Obama, o republicano George W. Bush, porém foi bloqueado pelos protestos de Moscou. Levando em consideração que os Minuteman também transportam ogivas nucleares, disseram as autoridades de Moscou, era impossível estabelecer que o lançamento de um PGS não fosse o começo de um ataque atômico”.

“Porém, o governo de Obama considera que pode dar a Rússia ou a China as garantias necessárias para evitar mal-entendidos. Os silos dos mísseis da nova arma serão montados em lugares distantes dos depósitos de ogivas nucleares e poderão ser inspecionados periodicamente pelos especialistas de Moscou ou Pequim”.

“A super bomba poderia ser lançada com um míssil Minuteman capaz de dar a volta através da atmosfera à velocidade do som e carregando mil libras de explosivos. Equipes ultra-sofisticados permitirão ao míssil soltar a bomba e fazê-la cair com extrema precisão sobre os alvos escolhidos”.

“A responsabilidade do projeto PGS que se estima terá um custo de 250 milhões de dólares somente no seu primeiro ano, de experiência, foi encomendada ao general Kevin Chilton, ao mando do arsenal nuclear norte-americano. Chilton explicou que o PGS preencherá um vazio na gama de opções com as que atualmente contam o Pentágono”.

“Nesses momentos podemos atacar com armas não nucleares a qualquer lugar do mundo, porém num espaço de tempo não inferior a quatro horas, disse o general. Para uma ação mais rápida, reconheceu, somente contamos com opções nucleares”.

“No futuro, com a nova bomba, os EUA poderiam atuar rapidamente e com recursos convencionais, tanto contra um grupo terrorista como conta um país inimigo, num período muito menor e sem levantar a ira internacional pelo uso de armas nucleares”.

“Se prevê que os primeiros testes comecem em 2014 e que para 2017 esteja disponível no arsenal dos EUA. Obama já não estará no poder, porém a super bomba pode ser a herança não nuclear deste presidente, que já ganhou o prêmio Nobel da Paz”.

“WHASHINGTON, 22 Abr 2010 – Uma nave espacial não tripulada da Força Aérea dos EUA decolou esta quarta-feira da Flórida, em meio a rumores secretos sobre sua missão militar”.

“A nave espacial robotizada, o X-37B, foi lançada de Cabo Canaveral num foguete Atlas V às 19:52, horário local (23:52 GMT), de acordo com o vídeo distribuído pelo exército”.

“O lançamento é iminente, disse a AFP o major da Força Aérea Angie Blair”.

“Parecido a uma balsa espacial em miniatura, o avião tem 8,9 metros de largura e 4,5 metros de envergadura”.

“A fabricação do veículo espacial reutilizável tem levado anos e o exercito ofereceu explicações vagas sobre seu objetivo ou seu papel no arsenal militar”.

“O veículo está sendo delineado para proporcionar o meio ambiente de um “laboratório em órbita” a fim de testar novas tecnologias e componentes antes de que essas tecnologias sejam determinadas a programas de satélites em funcionamento”, disse a Força Aérea num comunicado recente.

“Funcionários informaram que o X-37B aterrisaria na base da força aérea Vanderberg, Califórnia, mas não disseram quanto tempo durará a missão inaugural”.

“Para sermos sinceros, não sabemos quando vai voltar”, Gary Payton, segundo sub-secretário de programas especiais da força aérea, disse a jornalistas essa semana.

Payton sinalizou que a nave poderá permanecer no espaço por até nove meses.

“O avião, fabricado pela Boeing, começou com um projeto da agência espacial estadounidense (NASA) em 1999 e logo foi transferido para a força aérea, que planeja lançar um segundo X-37B em 2011”.

Por acaso falta algo mais?

Hoje se deparam com um obstáculo colossal: a já irreprimível mudança climática. Se enciona o inevitável aumento da temperatura em mais de dois graus centígrados. Suas consequências serão catastróficas. A população mundial crescerá em dois bilhões de habitantes em 40 anos e alcançará o número de nove bilhões de pessoas, nesse breve tempo: cais, hotéis, balneários, vias de comunicação, indústrias e instalações próximas a portos estarão debaixo d’água em menos tempo que o que é necessário para disfrutar a metade de sua existência a geração de um país rico e desenvolvido, que hoje, egoistamente se nega o menor sacrifício para preservar a sobrevivência da raça humana. As terras agrícolas a e água potável diminuirão considerávelmente. Os mares se contaminarão; muitas espécies marinhas deixarão de ser consumíveis e outras desaparecerão. Quem diz não é a lógica, mas as pesquisas científicas.

O ser humano havia conseguido melhorar, através da genética natural e da transferência de variedades de espécies de um continente a outro, a produção por hectare de alimentos e outros produtos úteis ao homem, que aliviaram durante um tempo a escassez de alimentos como o milho, a batata, o trigo, as fibras e outros alimentos necessários. Mais tarde, a manipulação genética e o uso de fertilizantes químicos contribuiram igualmente à solução de necessidades vitais, mas estão chegando a um limite de suas possibilidades para produzir alimentos saudáveis e aptos para o consumo. Em apenas dois séculos se estão esgotando, por outra parte, recursos de hidrocarbonetos que a natureza levou 400 milhões de anos para produzir. Do mesmo modo, recursos minerais não renováveis vitais que a economia mundial requer estão se esgotando. Por sua vez, a ciência criou a capacidade de destruir o planeta várias vezes em questões de horas. A maior contradição da nossa época é, precisamente, a capacidade da espécie de autodestruir-se e sua incapacidade de se governar.

O ser humano conseguiu elevar suas possibilidades vida até limítes que excedem sua própria capacidade de sobreviver. Nessa batalha está se consumindo aceleradamente as matérias primas ao alcance das mãos. A ciência tornou factível converter matéria em energia, como aconteceu com a reação nuclear, ao custo de enormes investimentos, mas que não se vislumbra sequer a possibilidade de converter a energia em matéria. O infinito custo dos investimentos nas investigações pertinentes está demonstrando a impossibilidade de conseguir em algumas poucas dezenas de anos o que o universo levou bilhões de anos para criar. Será necessário que o menino prodígio Barack Obama nos explique? A ciência tem avançado extraordináriamente, mas a ignorância e a pobreza também crescem. Alguém pode demonstar o contrário?

Se fosse o Irã...

Do tijolaço.

“Guerra nas estrelas” não era de Reagan, Mr. Obama?

O X-37B. Missão secreta, sem tripulantes, sem explicações. Segredo militar total

A Força Aérea dos EUA lançou anteontem, de Cabo Canaveral, acoplado a um foguete, uma aeronave robótica, a X-37B, cuja missão militar foi – e continua sendo – mantida em segredo. A notícia não recebeu muito destaque por aqui, mas o episódio gerou suspeitas. Ainda mais quando Obama, inesperadamente, anunciou um programa de viagens a Marte.

Os próprios militares americanos contribuíram para isso com explicações vagas sobre o seu propósito no arsenal dos EUA. Em um release, disseram apenas que a nave foi concebida para funcionar como um laboratório em órbita para testar novas tecnologias e componentes antes de serem usadas em programas de satélites. Mas é curioso que já exista para experimentos em gravidade zero a Estação Espacial Internacional, administrada por um consórcio de países onde até o Brasil está representado. Porque um novo e carísissimo laboratório espacial para testar peças, simplesmente?E tão secreta que nem presença humana tem…

A Força Aérea se recusou a comentar o que a aeronave leva e que experiências estão previstas. O segundo subsecretário do programa espacial da Força Aérea norte-americana, Gary Payton, disse a jornalistas que os resultados das experiências com a aeronave darão “informações aos programas de desenvolvimento que capacitarão nossos guerreiros no futuro.”

Fidel Castro abordou o assunto no artigo “As loucuras de nossa época”, que deixo disponível na sessão artigos. Ele disse que essa notícia e outra sobre o possível desenvolvimento de um arsenal de mísseis com ogivas convencionais “expressam a filosofia do império tentando fazer com que acreditemos em seu caráter “democrático”, “pacífico”, “desinteressado” e “honesto”.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O preço do capitalismo - Livros para a fogueira

Do tijolaço.
É o preço do capitalismo, amigo. Não há valores, não há ética, não há sustentabilidade. O que importa é o mercado, é o capital...

Uma editora que manda destruir livros?

Um grande brasileiro, mais lembrado por seu amor às crianças, à cultura e por sua defesa do petróleo brasileiro, tinha uma outra grande, imensa paixão pelo veículo que transportava estas idéias e sentimentos. Monteiro Lobato, cujo 108° aniversário de nascimento transcorreu domingo passado, colocou tudo o que tinha – e perdeu tudo o que tinha – na tentativa de dar petróleo e livros ao Brasil, com a sua pioneira Ediçõers Melhoramentos. Se não tivesse morrido em 1948, morreria agora, com esta notícia.

É que a maior casa editora do país, a Ediouro, mandou uma mensagem mandando que os livreiros destruíssem centenas de títulos - e milhares de exemplares – de livros que não estão tendo “boa saída”. Entre os condenados à morte por estilete – a mensagem é detalhada sobre como deve ser a destruição e a sua prova – estão Mário Quintana, Tolstói, Ferreira Gullar, Shakespeare, Nélson Rodrigues…

Felizmente, diante do protesto dos livreiros, a editora suspendeu a ordem. Está negociando descontos para que sejam comprados por preço mais baixos e vendidos em promoção. Menos mal, mas só o fato de uma barbaridade assim ter sido ordenada já é um absurdo. Está aí um tema sobre o qual vou procurar agir, pois as casas editoras gozam de uma série de imunidades tributárias que representam um subsídio – e muito justo – à publicação de livros – inclusive destes livros que se mandou destruir.

Eles poderiam, perfeitamente, ser doados às escolas, bibliotecas, centros sociais públicos e não terem a fogueira ou a lixeira como destino. Com todo o respeito, achei uma monstruosidade um livreiro dizer na matéria que o feijão deveria ser gratuito, mas que aí não haveria mercado e o mesmo acontece com os livros. Isso não justifica que se jogue nem comida nem livros fora.

Ciro - a manipulação de seu discurso

Do tijolaço.

E aí, quem vai entrar nessa manobra?

Reproduzo, para que todos vejam aqui, trechos de entrevista publicada pela Folha Online, como é ingênuo – não posso crer que seja cúmplice – entrar nessa tolice de abrir baterias contra Ciro Gomes. Convém ler na íntegra, mas reproduzo trechos para que vocês entendam o que estão fazendo.

Ciro, com toda a razão e coerente com seu jeito de ser, reage à tentativa do repórter de tratá-lo como ex-candidato. Leiam:

Folha – O senhor pretende se reunir com a candidata Dilma Rousseff para discutir colaborações suas para o programa de governo dela?

Ciro – Sua entrevista está completamente fora de tempo, ou então você está querendo enterrar o defunto com ele vivo ainda. É preciso refrasear as perguntas aí.

Folha – Insisto. Na hipótese da decisão de terça-feira ser desfavorável aos seus anseios, o senhor pretende colaborar com o programa de governo da ex-ministra Dilma Rousseff?

Ciro – Eu acho que é uma falta de delicadeza você tratar como defunto quem está vivo, antes de ser enterrado. Publique isto.

A Folha usa isso para dar a seguinte manchete: Ciro Gomes: “Estão querendo enterrar o defunto com ele vivo ainda”.

Estão? Quem estão? Lula? Dilma? Os aliados da base do Governo? Ou a Folha de S. Paulo? Ciro mostrou o que é evidente e que eu tenho registrado aqui. Ele enfrenta, não foge.

Depois, ele esclarece bem a intiga de que ele teria dito que Serra é candidato melhor que Dilma:

Folha – Em entrevista ao portal iG, o senhor declarou que José Serra é mais capaz do que Dilma Rousseff. A sua visão é essa, efetivamente?

Ciro – Eu não dei nenhuma entrevista para o portal iG.

Folha – Independentemente da entrevista, o senhor acredita que José Serra é mais capaz do que a ex-ministra Dilma?

Ciro – O que eu digo a todo mundo que me pergunta é que a Dilma é uma pessoa muito melhor do que o Serra, mas infelizmente para nós outros, o Serra é mais preparado do que ela, mais legítimo do que ela.

Folha – O que confere legitimidade a um candidato?

Ciro – Estrada, serviço prestado, experiência, derrotas, vitórias, compromissos assumidos. Isso é o que confere legitimidade a alguém.

Folha – Já que ele prestou serviços ao país, cumpriu compromissos, por que o senhor o vê como uma figura ruim para o país?

Ciro – A vinculação a um projeto de país que prejudicou o Brasil de forma quase criminosa. Ele foi ministro do governo Fernando Henrique durante quase oito anos. Não adianta fazer de conta, manipular, fazer conivência da grande mídia, lavagem cerebral, não adianta. Ele foi ministro do Planejamento no tempo em que se formatou a privataria. Ele foi ministro da Saúde, ele foi o sucessor do Fernando Henrique, ele foi a Dilma do Fernando Henrique. Isso, infelizmente, é o real. Então, na política, você é você e as suas circunstâncias. Eu, por exemplo, era da mesma turma e rompi quando vi o Fernando Henrique fazer o que estava fazendo. Fui para o deserto, fui falar contra, apelar contra, sofri o pão que o diabo amassou, para sustentar a coerência da minha percepção de mundo em relação ao Brasil.

Dá para entender a quem servem as agressões a Ciro? Dá para perceber o que está sendo montado? Não é possível que não vejam. E que não saibam que, batendo em Ciro, vão receber troco e é isso que a mídia serrista aguarda, ansiosa. O pessoal do “paz e amor” com o sistema, curiosamente, não quer “paz e amor” com os aliados.

veja a matéria completa, aqui.

Zezinho e o Nordeste

Do conversa afiada.
Não gosto quando colocam imagens de cangaceiros pra ilustrar o nordeste. É um estereótipo tolo. Mas como não vou editar um post que não é meu, fica aí.
Serra abre espaço pros nordestinos. Diz ter uma convivência normal com "eles". Ele tá falando é de extra-terrestre?

Serra acha “normal” conviver com nordestino. Como seria “anormal”? Tapar o nariz?

Eles se sentem muito lisonjeados: merecer um tratamento “normal”

O Conversa Afiada publica e-mail do amigo navegante jbmartins:


Ze Pedagio gosta tanto de Pobres e Nordestinos, que ao tentar justificar o injustificavel comete gafe. Olha a perola

A peróla de Serra em Natal

O jornalista Heverton de Freitas que acompanhou a visita do presidenciável José Serra ao RN, na tarde desta quinta-feira 22), para o Novo Jornal, postou no twitter a observação que merece o registro.

Disse Heverton: Querendo agradar aos nordestinos, Serra foi buscar nas lembranças da Mooca em São Paulo a presença de muitos nordestinos com quem convivia. E soltou essa pérola: “Eu estava na escola pública e convivia com eles (os nordestinos) numa total normalidade”.

Grifo nosso: Certamente, o presidenciável José Serra acredita que os nordestinos são de uma espécie diferente da dele. Deve ser!. Enviado pelo leitor Neto, aqui desse site

Enquanto isso... no Mercosul

Europa aproxima-se de fazer acordo com o Mercosul.

O eterno vice-campeão, zé serra, deu a idéia, semana passada, de que poria fim a esta inutilidade(Mercosul). Obviamente ele quer contatos exclusivos com EUA. Virar um México, talvez. Obviamente causou mal estar com nossos vizinhos. Não muito, pois eles também sabem que zezinho jamais ganhará a presidência. Não com Lula vivo.

Vejam aqui.

Abundacanalha voltou! VEJA!

Ele voltou! Abundacanalha, de Jurandir Paulo voltou!
Que saudade estava. A bodega já pensava em entrar de luto.
Bem vindo de volta, Jurandir!
Visitem o abundacanalha.

Alegria de uns...


Careca - o gênio da bola

Extraído do blog do Marcelo Lima.
Texto de Catta-Preta.
Ótimo texto. Careca foi gênio da bola. Um extra-série na história do melhor do mundo, história já recheada de outros grandes gênios.

CARECA: ALEGRIA, TÉCNICA E PRECISÃO CIRÚRGICA NA ÁREA

Antônio de Oliveira era um centroavante goleador no interior paulista quando nasceu seu filho, Antônio de Oliveira Filho, em 05/10/60. Antônio, o pai, era um cabeceador dos bons, prometia, a família vivia do sonho de ver Antônio consagrado, no Santos de Pelé, no Palmeiras de Djalma Santos, no Corinthians de tanta torcida, no Flamengo, em algum time que brilhasse no futebol brasileiro. O São Paulo FC, na época em que o Antônio fazia seus gols em Araraquara, época em que seu filho nasceu, era apenas um São Paulo que participava dos campeonatos olimpicamente, o São Paulo queria construir um estádio para ser maior do que os maiores.

Antônio de Oliveira deu o seu nome ao filho porque a sua paixão era o futebol, se ele não vencesse o filho venceria; isso ele sentenciou à mulher e aos seus próprios pais, a mulher e os pais eram as pessoas que mais acreditavam em seus sonhos.

Vitimado por contusões fatalísticas, Antônio de Oliveira foi obrigado a abandonar o futebol e seu sonho dourado de ser craque se esvaiu. Deixo por conta da sensibilidade dos meus leitores e iguais a imaginação, pois não sei descrever com palavras esse momento trágico da família dos Oliveira, ao constatar que para Antônio, seu arrimo, o sonho de ser craque havia terminado. Há certas passagens na vida que quem escreve não pode definir, quem lê é que faz a figuração do singelo momento, em sua simplicidade indescritível.

Antônio de Oliveira quase desistiu de tudo, foi um drama, sua família sofreu o pão que o diabo amassou enquanto o menino, o filho, nascido no momento da tragédia, crescia.

Mas, aquele menino era especial.

Futebol? Futebol, que nada! Antônio de Oliveira Filho era uma dádiva da alegria! O menino, desde pequenininho, gostava de fazer a família rir! O seu ídolo era o “Carequinha”, o palhaço do circo e da TV!

“Carequinha” era o rival do antológico palhaço “Arrelia”, que foi o maior dos palhaços brasileiros; “Carequinha” era engraçadíssimo, impagável, e o menino tinha um sonho, a mãe e o pai estavam infelizes e o menino queria ser igualzinho ao “Carequinha”, o rival do “Arrelia”, ele iria fazer a família feliz de novo!

O patriarca Oliveira, sofrido, ele, seu Oliveira, o craque que tinha tudo para ser e não tinha sido, estranhava. Que destino era aquele? Não! Depois do sofrimento do pai, o filho que destino teria, ao procurar aqueles caminhos?

“Carequinha” ia fazendo as suas apresentações domésticas enquanto o pai, o Sr Oliveira, o craque frustrado, ia apresentando a bola a ele. Seu Oliveira tinha uma ligação com a bola que era eterna.

“Carequinha”, por influência do pai, foi se familiarizando com a pelota. Entre risos e trejeitos para fazer rir, “Carequinha” e a bola foram tomando intimidades, até que se apaixonaram perdidamente, um pelo outro.

“Carequinha” percebeu que com a bola nos pés poderia ser o palhaço que idealizara, poderia ser o “Carequinha” dos circos e da TV, sim, poderia realizar o seu sonho; fazer a família de novo feliz!

Então o menino resolveu transformar a bola em meio para que pudesse trazer luz à família Oliveira, uma família enamorada pelo futebol. Se o pai não tivera sorte, ele, o “Carequinha”, com o seu senso de humor, com a sua alegria, iria transformar os campos em um picadeiro!

Foi rápida a transformação de “Carequinha” a “Careca”. Até o apelido do rapaz mudou num instante, como o estalar de um relâmpago.

O guri engraçado passou a infortunar as defesas dos adversários dos campinhos de várzea de Araraquara, aquele palhaço fazia rir a quem assistia aos jogos de que participava, fazia gols de todo jeito e os comemorava fazendo graça como seu guru, Carequinha!

Muitos são testemunhas, estão vivos! O “Carequinha”, o filho do Toninho, como era chamado o seu Oliveira, fez gols de todos os jeitos na várzea de Araraquara para júbilo do pai. E os comemorou com tanta alegria que um dia o Guarani, da vizinha Campinas, veio procurá-lo. Quem era o menino que fazia palhaçadas na área?

“Careca”, era assim que já passara a ser chamado, (os diminutivos no mais das vezes são apanágios dos menores) consultou o pai, e o pai, cheio de glória, deu o “sim”, consentindo que o craque fosse para o Bugre.

Então começou uma carreira para a eternidade.

No Guarani, Careca fez chover uma chuva engraçadíssima!

Rapidamente, dos juniores passou aos profissionais e, num piscar de olhos, toda Campinas se enamorou dele.

Careca alegremente infernizava as defesas adversárias, Careca era hábil, rápido, simples, eficiente, fatal. E bem humorado!

O jeito de jogar bola daquele menino chamava a atenção até de quem não gostasse de futebol. Quando a bola estava com Careca recebia um tratamento de luxo, em dois toques, no máximo, ele dava a ela o destino do sucesso, a bola gostava dele, que bola não gosta de ser tratada assim?

Careca, nas proximidades da área, dava um drible curto, às vezes de costas virava como um raio e fazia o gol. Careca servia o companheiro mais próximo como se estivesse fazendo uma caridade sem espalhafatos, Careca, às vezes, com sua agilidade, vinha para a pequena área e saltava mais do que os goleiros e cabeceava para as redes, como o seu pai, o Seu Oliveira, o forte do Seu Oliveira, já dissemos, era a impulsão para cabecear.

O Guarani teve Babá e Nelsinho, teve Américo e Carlinhos, mas o Guarani nunca tinha tido alguém como Careca, Careca era um extra-série!

Aquele menino, o filho do Toninho, o alegre fã do palhaço Carequinha, rapidamente arrebatou o Brasil.

No final dos anos 70, Careca era voz corrente entre aqueles que gostavam de futebol. Ninguém duvidava de que aquele menino era um predestinado.

Eu vi, no Maracanã de 100.000 faces e de 200.000 olhos, o Guarani vencer o Vasco nas semifinais de 1978. Rugia como trovão o clamor do vozerio vascaíno mas Careca silenciou o Maracanã com a sua arte, com a sua alegria e com a sua técnica. Careca desmantelou o Vasco, com a sua simplicidade, com a sua precisão. Vencidos os cariocas, o Guarani de Careca venceu o Palmeiras no Morumbi e no Brinco de Ouro, sempre com gols de Careca, com a mágica do menino, tudo muito fácil, assim como teclar no twitter.

O São Paulo havia brigado com seu maior artilheiro, acabava-se o ciclo de Serginho, herói, anjo e demônio da história do clube paulistano. O São Paulo vendera o passe de Serginho ao Santos e a torcida do Mais Querido estava em pé de guerra.

Quem substituiria Serginho no São Paulo?

O São Paulo trouxe Careca, contratando-o do Guarani por um valor que era uma fábula! Só Careca poderia preencher aquela lacuna, só aquele craque nascente, aquele craque anunciado, aquele menino com ares de gênio, aquele menino alegre que o Brasil já amava poderia satisfazer a torcida mais exigente do planeta: o São Paulo trouxe Careca!

Então, para felicidade do Seu Oliveira que via o filho realizar seus sonhos pessoais, o prodígio veio para o São Paulo e deu o passo decisivo para entrar para a história.

Careca chegou deslumbrado. O filho do Seu Oliveira não queria mais ser palhaço, agora era galã! Namorou as meninas da Paulicéia, a noite era curta diante dos desejos do astro, Careca deslumbrou-se no primeiro momento em que se viu vestido com a sacrossanta e inigualável camisa das três cores. Eu vi a estréia dele no São Paulo. Foi contra o América, de Natal, pelo Campeonato Brasileiro.

Já tínhamos Renato, que com ele formara dupla incomparável no próprio Guarani, esperava-se que se transformassem, ele e Renato, em Pelé e Coutinho no Bem Amado. Careca fez um gol, um golaço, naquela vitória por 4 x 1, no Morumbi. Recebeu uma bola no lado esquerdo da área do adversário, perto da meia lua. Estava de costas para o gol. Com seu jeito espontâneo deu um drible no marcador para dentro, voltou e, de virada, fez o gol com um chute certeiro.

Parecia que Serginho estava esquecido.

Mas não foi assim.

Careca, não se sabe por que razão, foi murchando. Começou a sentir contusões. Uns dizem que era artrite, outros dizem que era noitite, ninguém sabe. Mestre Mário Travagline afiança que era mesmo artrite. O certo é que Careca teve um primeiro momento de desilusão. Mas o que era um momento de desilusão para um gênio chamado Careca?

Curado das artrites ou das noitites o menino entrou em forma e tornou-se um dos maiores jogadores da história do São Paulo FC.

Ah, eu vi Careca jogar, e como me orgulho disso!

Foram 4 anos vestindo a camisa do São Paulo. 4 anos que valeram pela eternidade!

Meu Deus, como jogou o Careca no São Paulo! Conheço gente que acha que Careca foi o maior atacante que tivemos!

Vi gols de Careca de todos os tipos. Careca era rápido, ágil, habilidoso, entrava e saía da área como quem ia até ali e voltava, Careca surpreendia, emboscava, era certeiro por baixo e no alto. Careca não perdia gols, nunca! Pelo contrário, Careca dava grife aos gols!

Sim. Porque Careca tinha um jeito especial de marcar gols. Careca tinha um jeito todo próprio, tinha uma ginga, tinha um balanço, uma cadência circense que inebriava a própria bola!

Quando o São Paulo foi campeão paulista em 1985, Careca fez chover e parar de chover. O Mais Querido revelara Muller, Silas, Sidnei e outros. Mas o que Careca jogou naquele ano foi algo de se escrever para a eternidade. No Brasileiro de 1986, o gol que Careca fez no último instante da prorrogação, contra o Guarani, que o havia revelado, foi um gol impróprio para cardíacos, foi o gol que revelou cardíacos, foi o gol para sempre, o gol que os são-paulinos vivos e mortos abençoarão pelo resto dos tempos! Não preciso descrever aquele sem-pulo de pé esquerdo, sem ângulo, sem sentido, sem amor pelos adversários que devem ter inveja, que morreram e morrerão de inveja, graças a Deus!

Careca, o menino que queria ser palhaço para alegrar o mundo, deixou o mundo todo bobo com o seu futebol.

Careca era um centroavante preciso. Em pequeno espaço fazia o que ninguém esperava. Um segundo de vacilo da defesa e pronto, bola no barbante!

Aquela arrancada do São Paulo para ser Campeão Brasileiro em 1986 teve a marca do gênio de Careca. Ninguém se esquece dos gols que ele fez no campeonato inteiro, ninguém se esquece dos gols que ele fez na reta final, contra o Fluminense, contra o América (duas vezes) e nas finais, contra o Guarani que o revelou. Nenhum são-paulino jamais há de se esquecer das comemorações de Careca naqueles gols, comemorações cheias de teatralidade, cheirando a picadeiro de circo, do jeito que lhe convinha, para matar as saudades da infância.

Em 1982, ainda no Guarani, e sem mídia para ajudar, Careca deveria ter sido o centroavante da Seleção Brasileira na Copa do Mundo; uma contusão o afastou do certame, talvez com ele o resultado tivesse sido outro.

Em 1986 e em 1990 ele esteve nas Copas do Mundo, envergando a camisa do Brasil. Claro, Careca era um jogador de Copas do Mundo!

Em 1987, quando Careca estava simplesmente iluminado no São Paulo FC, quando a torcida o idolatrava, o clube o vendeu para o Nápoli e os são-paulinos choraram, houve um mar de lágrimas no Morumbi. Não havia como segurá-lo, o mundo já se apaixonara pelo seu futebol.

O menino foi se juntar a Diego Maradona; com Maradona e Careca o Nápoli ganhou o título italiano depois de 40 anos, ambos, Maradona e Careca, até hoje são cultuados como deuses na Itália.

Careca, o precioso artilheiro, jamais voltou a envergar a camisa do São Paulo FC. No fim da carreira jogou no Santos FC, jogou também no Japão. Os quatro anos que esteve no Morumbi durarão quatrocentos séculos, virarão lenda na memória dos tricolores, as façanhas de Careca continuarão a ser contadas, de pai para filho, até o fim dos tempos.

Careca é imortal, não morrerá, se ele morrer duvidem.

Lembro-me de uma noite sagrada no Morumbi. Jogavam São Paulo e Ferroviária, pelo Campeonato Paulista, o Campeonato Paulista ainda era místico.

O São Paulo venceu por 4 x 0, Careca fez dois gols de placa no Morumbi. Não pude dormir, tal era a minha excitação com aqueles prodígios, logo eu, que já havia visto Careca fazer coisas inacreditáveis com a sacrossanta camisa tricolor. No dia seguinte, quase insone, fui a uma audiência no fórum central da capital. O magistrado era são-paulino. Findos os trabalhos, nós dois, eu e ele, absolutamente apaixonados pelas obras de arte de Careca na noite anterior, quisemos discutir sobre qual dos dois gols teria sido mais belo, o de bicicleta ou o outro, em que Careca driblara a defesa inteira do adversário. O magistrado divergia de mim, queria por que queria consagrar o gol de bicicleta como o mais bonito. Eu confesso que estava indeciso.

Então invoquei Salomão, o mais justo dos magistrados, o justo dos justos: nenhum dos dois gols poderia ser considerado mais bonito do que o outro, eis que em cada um havia uma beleza singular e inexcedível. Eu não podia optar por um ou outro e os considerava, a ambos, duas obras-primas. Sua Excelência meditou, meditou, e houve por bem conceder. Ponderando judiciosa e equânimemente observou que Careca se excedera em genialidade duas vezes; o gol de bicicleta era melhor do que o gol em que ele driblara a defesa inteira do adversário, mas o gol em que Careca driblara toda a defesa do adversário houvera sido mais bonito do que o gol de bicicleta. Em suma, não havia como definir, ambos os gols eram antológicos e inesquecíveis, havia empate técnico e acabou-se a discussão. E havia mais: Careca comemorara os dois gols com uma performance circence! Eram gols de Careca, gols com a marca de um dos maiores craques que eu vi jogar.

Careca foi a alegria, a técnica e a precisão cirúrgica na boca do gol.

Mas hoje não há mais Carecas.Talvez um circo e seus personagens tenham inspirado esse deus da bola. Mas hoje quase não há mais nem circos, não há mais a inspiração dos palhaços, rareiam os craques, nestes dias em que eu junto estas palavras não se discute mais sobre a beleza ou sobre a alegria dos gols tricolores.

Tempos modernos.

Fazer o que, iguais? Evocar nossa mística história e de joelhos implorar por melhores e mais alegres tempos!

E, claro, lembrar com saudade dos nossos astros eternos.

Ave, Careca, Ave!

Dr Catta-Preta é advogado e são paulino.

No twitter @catta_preta

e-mail: antoniocattapreta.com.br