segunda-feira, 9 de maio de 2011

rafinha bastos - exploração do preconceito

Do vi o mundo.
O explorador do preconceito em questão é rafinha bastos.
Tem gente que nem merece letras maiúsculas.


Eduardo Guimarães e a exploração comercial do preconceito

por Luiz Carlos Azenha
Recebo, por e-mail, um texto do Eduardo Guimarães no Blog da Cidadania. É um protesto contra um humorista que faz piada sobre deficientes físicos, orfãos  e vítimas de estupro. Seria, da parte do humorista, um protesto contra o politicamente correto. Ou oportunismo.
Escrevo seria porque, francamente, tenho tido pouquíssimo tempo para ver TV. Quando vejo é algum filme ou série da HBO.
Quando não estou gravando, minha rotina é muito parecida com a de muitos de vocês, leitores do blog. Duas vezes por dia, uma geral na blogosfera e nos portais. Quando leio um texto que comenta o que foi publicado em outra fonte, em geral vou buscar a fonte primária.
Depois tem a interminável fila de livros (ganhei de presente, recentemente, o Moby Dick em áudio e estou surpreso: como é bom ouvir um livro. Para não falar nas excelentes novelas de rádio da BBC sobre os clássicos).
Em resumo, acabou o dia. Por não ter visto, portanto, é complicado comentar.
Humor é humor. Por mais que nos desgoste.
De qualquer forma, o tipo de humor comentado por Eduardo Guimarães não é exatamente novo. Como, aliás, pouquíssimo do que vemos na TV brasileira é original. Nos primórdios do programa do Jô, ainda no SBT, ele colocava uma caneca sobre a mesa do entrevistador.
Tinha gente que se perguntava: que diabos faz aquela caneca lá? Não somos exatamente o país do chá. E água bebemos no copo. Se fosse para o cafezinho, ficaria melhor a xícara, não acham?
Ah, mas a caneca era marca registrada do Johnny Carson, que ainda estava na ativa na TV dos Estados Unidos. Americano toma café ou chá numa caneca daquele tipo.
Carson também dialogava com a banda e tinha um sidekick, o Ed, encarregado de levantar a bola para as piadas.
O stand up cômico, que se tornou febre no Brasil, também é importado dos Estados Unidos. Woody Allen começou a carreira assim. Com classe, lógico. Como judeu, ele podia brincar com a extraordinária atenção dada aos filhos pelas mães judias (ele diria obsessão), por exemplo.
Mais tarde, lá pelos anos 80, tivemos o tempo dos shock jocks como Howard Stern, que driblava as rígidas normas da Federal Communications Comission (FCC), produzia punições para as emissoras que transmitiam o programa dele e, com isso, garantia publicidade. Mais tarde, Stern tornou-se um luxo, a ser consumido apenas pelos nichos do mercado. Hoje, se não me engano, só é reproduzido em emissoras de rádio por assinatura.
E tivemos, também nos Estados Unidos, os abertamente escatológicos, como Andrew Dice Clay, que já decadente produziu uma “cena” famosíssima na CNN, durante uma entrevista que durou alguns segundos. Ele respondeu à primeira pergunta ofendendo o entrevistador.
No caso de Clay, tudo para aparecer e vender.
Clay não era exatamente o problema. O problema era a existência de uma sociedade carregada de preconceitos contra as mulheres, os negros, os deficientes… Não fosse ele, outros teriam surgido para explorar comercialmente o preconceito.
Portanto, não há exatamente novidade se vemos o padrão repetido no Brasil. Aliás, a tendência é piorar, com o surgimento de uma constelação de comediantes em busca de chocar o público a qualquer custo.
Com o You Tube e o Twitter, o choque tem um valor comercial cada vez maior. Tudo o que o choque precisa fazer é despertar os fantasmas que nos assombram. É um contato epidérmico, sem reflexão, que cabe perfeitamente em 120 caracteres, desde que haja gente disposta a recebê-lo do lado de lá.
Faz um tempo um leitor do Viomundo deixou uma mensagem no blog reclamando do tamanho dos textos publicados aqui. Dizia que éramos antiquados, que a “boa” agora eram os textos telegráficos.
Parte da mesma lógica: refletir já era. Não penso, logo existo.
PS do Viomundo: Por coincidência, o Stanley Burburinho envia um trecho de reportagem da revista Rolling Stones sobre o humorista. Frases: “Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra c……”  “Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade.” “Homem que fez isso [estupro] não merece cadeia, merece um abraço.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não se utilizem de comentários ofensivos, que utilizem expressões de baixo calão ou preconceituosas. A bodega é livre, mas exige respeito.