sábado, 11 de julho de 2009

Brasil serve de lixo pra UE

Recebi por email essa notícia e fiquei estarrecido.
Chega ao Brasil uma carga de mais de mil toneladas de lixo, LIXO!
A notícia diz que essa atitude já acontece a algum tempo em países africanos, e agora chegou a nossa vez. Temos que apurar os responsáveis com seriedade. Isso é um absurdo.
Para apimentar um pouco mais essa discussão, deixo abaixo o vídeo The history stuff, A história das coisas. Simplesmente um dos melhores vídeos que já vi, sobre lixo, economia, capitalismo e muitas outras coisas, confiram.

09 de julho de 2009 |

MISTÉRIO NOS PORTOS

PF investiga caso do lixo importado

Contêineres contendo mais de mil toneladas chegaram a portos brasileiros

A Polícia Federal abriu inquérito ontem para investigar o despejo de mais de mil toneladas de lixo vindo da Europa nos portos brasileiros. A carga desembarcou escondida em contêineres.

Do total, 740 toneladas estão no porto de Rio Grande, no sul do Estado. Há papéis, plástico, vidros e até a tampa de um banheiro químico. Um recado surpreendeu os fiscais. A mensagem escrita em português, no meio do lixo, pede que os brinquedos sejam entregues a crianças pobres e que sejam limpos antes do uso. Em Santos, no litoral de São Paulo, foram encontradas outras 300 toneladas de lixo.

Ao complexo do Porto Seco, em Caxias do Sul, na Serra, chegaram outras 150 toneladas de resíduos em oito contêineres. Por ordem do importador, a empresa que fez o transporte recolheu as caixas e descarregou o lixo, a céu aberto, junto de outras cargas. O carregamento começou a chegar em fevereiro. Em junho, a Receita Federal localizou 64 contêineres.

– Já existe todo um histórico de uma prática da máfia na Itália de desviar o lixo do descarte e colocar em outros países. A gente já tinha informação de que esse tipo de prática acontecia nos países africanos. Agora, infelizmente, acontece aqui no Brasi – afirmou Marco Medeiros, inspetor da Receita Federal.

De acordo com as investigações, os navios com a carga indesejada saíram da Inglaterra, fizeram escala na Bélgica e descarregaram no Brasil. A carga entrou no país como se tivesse sido importada por duas empresas de Bento Gonçalves (RS). No entanto, o produto encomendado seria um tipo de plástico.

– Ele efetivamente não comprou aquilo que está nos contêineres, a documentação toda está em dia, está perfeita, porém o que não está perfeito é a mercadoria que está dentro do contêiner – afirmou a advogada das empresas, Silvana Werner.

Importadores lucram com venda no mercado interno

Órgãos ambientais, judiciais e alfandegários já estavam empenhados em resolver a questão. O objetivo principal é fazer as toneladas de lixo cruzarem o oceano de volta ao país de origem. Em Rio Grande, os 40 contêineres contendo lixo industrial, tóxico e domiciliar seguem retidos e isolados no pátio do Terminal de Contêineres (Tecon). A carga foi identificada nos documentos de importação, de forma fraudulenta, como polímeros de etileno – produto destinado à reciclagem.

O prazo estipulado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a devolução do material expira amanhã. Segundo o chefe do escritório regional, Sandro Klippel, o descumprimento não justificado poderá levar à aplicação de multa diária. No entanto, ele explica que há chances de o prazo ser prorrogado, devido à demora no processo de desembaraço.

Até o momento, as investigações apontam que o lixo foi enviado por uma exportadora inglesa. Cinco empresas (quatro com sede no Rio Grande do Sul e uma em São Paulo) importaram o lixo. Cada uma foi autuada em R$ 408,8 mil pelo Ibama.

As investigações da Polícia Federal também apuram que benefícios as empresas teriam em trazer a carga ao Brasil. Os europeus vêm enfrentando defasagem em seus depósitos e começaram a enviar o lixo para outros países. Em contrapartida, os importadores também lucram.

– O material é revendido pelas importadoras no mercado interno. Há empresas de reciclagem que se dispõem a trabalhar com esse tipo de produto – explica o chefe substituto da seção de Vigilância e Controle Aduaneiro da Alfândega em Rio Grande, Rolf Abel.


A história das coisas:

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