quinta-feira, 3 de setembro de 2009

As privatizações continuam com Serra

Do blog Os Amigos do Presidente Lula.
Para quem já estava desacostumado com todos esses anos sem as privatizações absurdas do tempo de FHC, Serra trata de matar saudades.
Para os demotucanalhas, o neoliberalismo e o Estado mínimo são o que há de melhor para os brasileiros. Não sei quais brasileiros...

Serra privatiza hospitais públicos e cria ala segregada para ricos

Antigamente os tucanos diziam que privatizavam atividades econômicas estatais para investir em saúde, e outras áreas sociais.

Agora, José Serra (PSDB/SP), privatiza até hospitais públicos, e investimentos em saúde deixou de ser tarefa do estado, segundo a nova cartilha demo-tucana de Serra.

O governador tucano fez passar na assembléia projeto que permite terceirizar (leia-se, entregar para grupos privados administrarem), e ainda por cima permitirá um atendimento diferenciado para quem pagar pelo atendimento.

Os hospitais já existentes foram construídos e equipados com dinheiro público dos impostos ao longo dos anos, e os tubarões dos planos de saúde já estão esfregando as mãos para tomarem posse da estrutura prontinha, de mão beijada.

Modelo de Casa Grande e Senzala

A lei é tão absurda que permite a venda de até 25% dos atendimentos dos hospitais públicos terceirizados a pacientes particulares e de planos de saúde.

Os pacientes que pagarem pelo atendimento ou utilizarem seus planos de saúde entrarão numa fila mais rápida, de primeira classe, em detrimento dos pacientes do SUS, relegados a uma fila mais lenta, de segunda classe.

Na prática, os hospitais ficarão divididos em Casa Grande, para quem puder pagar, e a fila da Senzala para quem não pode pagar.

A clientela pagante dos planos de saúde entrará pela "porta da frente" dos hospitais públicos. Aos usuários do SUS, que se dirijam à "porta dos fundos" e aguardem.

Inversão de valores

Hospitais privados que tem responsabilidade social, reservam uma cota de leitos e cirurgias pelo SUS.

Serra inverte os valores. Reserva uma cota de 25% das internações, leitos de UTI's, cirurgias dos hospitais públicos para atendimento privado, tirando estes 25% do atendimento público pelo SUS.

Os planos de saúde tomam posse de 25% da rede hospitalar pública, só para atendimento exclusivo de sua clientela que tem plano de saúde, segregada do atendimento público e gratuíto.

Os planos de saúde ganham 25% das instalações da rede pública, sem precisar investir na construção de novos leitos, UTI's, nem centros cirúrgicos

Quem não tem plano de saúde, perde 25% das vagas públicas que tinha, aumentando a fila e demora no atendimento, disputando as 75% das vagas que restam.

Nem a mão invisível do mercado consegue explicar

José Serra alega que a arrecadação conseguida com o atendimento privado na "Casa Grande", engordará o caixa para investir na "Senzala".

Balela! Se a intenção é fazer o setor privado financiar o público, basta regular o setor com os impostos, cobrando impostos condizentes, sobre a lucrativa rede privada.

A cessão de 25% da rede pública já pronta é um desestímulo até à mão invisível do mercado investir na ampliação e construção de novos hospitais privados. Dessa forma, até sob a ótica do empreendedorismo privado, essa política é nefasta.

O que está sendo feito, é transferir patrimônio público pronto para o setor privado, e de mão beijada.

Servidores protestam contra terceirização

O Portal Vermelho informa que durante a votação de ontem (na Assembléia Legislativa), funcionários públicos fizeram protestos e chegaram a xingar a relatora do projeto, a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB).

MP ajuizará ações contra a norma

O Ministério Público do Estado afirmou que, assim que a norma entrar em vigor, ajuizará ações contra a sua execução.

Na visão do Ministério Público, a futura lei fere os princípios de igualdade e universalidade do SUS (Sistema Único de Saúde), pois criará um tratamento diferenciado para os pagantes.

Para que se torne lei, o texto aprovado pelos deputados estaduais precisa ser sancionado pelo governador José Serra (PSDB). A aprovação é dada como certa, já que o projeto original foi apresentado pelo governador.

2 comentários:

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