A Vale anunciou um pocotão de investimentos no Brasil, coisa que ela dizia fazer nas centenas de propagandas, mas na verdade nada era feito.
A verdade é que a vale tá com medo de ser estatizada e Lula vem pressionando a Vale desde a demissão em massa feito pela empresa no começo da crise (marolinha).
Presidente da Vale ficou "bonzinho"?
Atualizado e Publicado em 20 de outubro de 2009 às 12:00
Por sugestão do leitor Milton Hayek
terça-feira, 20 outubro, 2009 às 9:41
do blog do deputado Brizola Neto (PDT-RJ)
O Sr. Roger Agnelli, que só tem "relação afetiva" com o Bradesco, acha que alguém vai se iludir com seu " arrependimento"?
Esta madrugada, quando escrevi o post anterior, ainda não tinha todas as informações. Mas, como há uma enorme quantidade de pessoas indignadas com o que a Vale, dirigida pelo Bradesco, está fazendo, os detalhes acabam aparecendo. Recebi, logo cedo, várias informações que confirmam o título da matéria de hoje da edição impressa de O Globo: “Vale mostra a Lula projetos que já tinha”.
Pois é isso mesmo, o tal “novo” plano de investimentos da Vale é apenas a retomada dos planos anteriores -- que a empresa não cumpriu -- e para os quais recebeu dinheiro público, a juros subsidiados, através do BNDES e -- prestem atenção -- do qual já embolsou boa parte, sem que os projetos tenham avançado na mesma proporção.
Vamos aos fatos.
Além de todos os financiamentos que já possuia -- estou apurando o total e informarei a vocês -- a Vale teve aprovada, em abril do ano passado, uma linha de crédito especial no BNDES. Foram colocados à disposição da empresa nada menos que R$ 7,3 bilhões, o maior valor já oferecido a uma empresa “privada” pelo Banco. Paraque vocês tenham uma idéia, para oferecer R$ 20 bilhões à cadeia produtiva do pré-sal, o Tesouro teve que lançar R$ 20 bilhões em títulos públicos para aportar ao BNDES. À Vale, portanto, ofereceu-se -- em dinheiro novo -- mais de um terço do que há para o pré-sal.
Em dezembro de 2008,o uso de parte desta linha de crédito foi solicitado e aprovado: R$ 1,2 bilhão para investimentos no Pará e R$ 2,6 bilhões para aplicar no Espírito Santo. Neste último, para fazer uma siderúrgica em associação com a chinesa Baostell, da qual ambas as empresas desistiram em janeiro de 2009. Com a crise e a retração do mercado de aço, botaram a culpa nas exigências ambientais.
Acontece que, até o mês passado, a Vale já tinha pego, do dinheiro aprovado, quase de um terço: R$ 1,2 bilhão. Ora, para quê, se tinha desistido da siderúrgica? Pegou todo o dinheiro do projeto do Pará? Cadê a obra?
A Vale se entupiu de dinheiro, ano passado, com uma oferta pública de ações. R$ 19 bilhões, no total. O BNDES entrou com R$ 2 bi deste total, para não perder posição acionária na companhia. A Previ, idem, embora eu ainda não tenha o valor exato. Pela proporção dela na composição acionária, se exerceu todo o seu direito de opção, pode chegar a R$ 4 bilhões.
E isso vai ficar assim? Basta o Sr. Roger Agnelli -- que trabalhou 20 anos para o Bradesco e diz que foi para a direção da Vale no dia em que saiu, por pura “meritocracia” e uma “relação afetiva” com o banco -- prometer que vai ser “bonzinho” e dizer que agora vai fazer o que dizia que ia fazer antes e que lhe valeu pegar dinheiro público?
Estes contratos precisam vir à tona. Os compromissos que a Vale assumiu -- e não cumpriu -- para tomar dinheiro público precisam ser esclarecidos.
A CPI da Vale é uma necessidade. O Brasil precisa saber o que o Bradesco, com sua “relação afetiva” com o presidente da Vale está fazendo com o minério de ferro brasileiro -- propriedade constitucional da União -- e com o dinheiro público do BNDES. Agora, “arrependido”, o Sr. Agnelli pode mandar pegar o resto do crédito lá. E os investimentos? Bom, ano que vem ele anuncia de novo, quando Lula estiver saindo e não puder mais fazer a pressão que fez agora.
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