Esse aí nunca me enganou.
Até tu Cristovam?
O clima está tenso no PDT do Distrito Federal. O presidente regional Ezequiel Nascimento entrou em rota de colizão com alguns dos caciques da legenda e pode estar com os dias contados no cargo. Tudo porque divulgou doação de verba do PSDB à campanha presidencial do senador Cristovam Buarque, em 2006.
Ontem à tarde, o ministro do Trabalho e presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, visitou Cristovam em seu gabinete, no Senado. Os dois conversaram por alguns minutos a portas fechadas. Há a suspeita de que o tema tenha sido a denúncia feita por Ezequiel, que pode custar-lhe o cargo.
Todos os envolvidos preferem se manter em silêncio. O presidente do PDT-DF disse que o assunto ainda está em discussão e não se pronunciaria.
A crise começou a se formar durante o feriadão, quando a coluna do jornalista Cláudio Humberto publicou que a campanha de Cristovam teria recebido R$ 950 mil - R$ 250 mil oficialmente e outros R$ 700 mil no "caixa 2".
A origem do dinheiro seriam os cofres da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência, em 2006. A ideia seria a seguinte: turbinar a candidatura de Cristovam para evitar que o presidente Lula se reelegesse no primeiro turno. E havendo segundo turno, o senador declararia apoio a Alkmin.
Tudo correu conforme o previsto: houve segundo turno, Cristovam declarou apoio a Alkmin, só que o hoje governador eleito de São Paulo encolheu - teve menos votos do que no primeiro turno.
As coisas estão complicadas dentro do PDT-DF desde o início das eleições. Há uma insatisfação geral por parte de filiados e ex-candidatos quanto ao posicionamento de Ezequiel, que reclamam terem sido prejudicados. Denunciam terem perdido tempo de TV e recursos para a campanha.
Sábado passado, Cristovam realizou reunião com os ex-candidatos do partido em outubro com o objetivo de avaliar o cenário pós-eleição. No encontro, os cerca de 50 presentes elaboraram abaixo-assinado em solidariedade ao senador e repudiando as denúncias de Ezequiel. Entre os maiores críticos do presidente do PDT-DF estão o deputado federal eleito Reguffe e o futuro distrital Israel Batista.
"Não sei o que comentar, até SAIBA porque nem sei sobre o que se trata. Eu sou contra é a briga entre as pessoas. Quem tem que brigar são as pessoas e não as ideias", esquivou-se Reguffe.
Israel, porém, foi menos diplomático. E é um dos que mais se mostram insatisfeitos com a postura do presidente regional. "O Cristovam eu já conheço bem. Agora não sei se o Ezequiel tem essa representação na cidade para poder fazer uma denúncia contra alguém da a estatura do Cris-tovam", alfinetou.
Saiba mais
O distrital eleito Israel Batista tem reiterado que ele e os colegas do PDT não se sentem representados no DF pelo presidente regional Ezequiel Nascimento. "O resultado do PDT nas urnas não reflete a atual presidência no partido", observou o deputado distrital Reguffe. Para Israel, o presidente regional está isolado na legenda. "Houve um divórcio entre a direção do partido e a vontade da população. Ele (Ezequiel) não obteve o sucesso que esperava ter nas urnas", comentou.
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