quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O "way of life" do império estadunidense

Do blog do Menon.

NORMAN E ENOLA GAY

Norman Rockwell (1894-1878) era pintor, ilustrador e fotógrafo. Foi o homem que melhor ilustrou o modo como os americanos se enxergam. É o retrato do american way of life. Ali, as crianças são todas branquinhas e amorosas, jogam basquete, escoteros, isão obedientes aos pais e estão sempre prontas a crescer e sevir à Pátria.
É o mundo do peru de Natal, da comida da vovó, das amizades perenes. É o mundo como eles gostariam que fosse. E estão sempre prontos a nos proteger do mal. Basta seguir o que dizem. Basta ser como Norman Rockwell desenhou.
Esse estilo de vida propagou o mundo. Seriados como i love lucy, a feiticeira, bonanza, os pioneiros, os waltons, heróis vigandores como charles bronson, chuck norris, stallone e outros são conhecidos no mundo todo. Quando alguém não quer ser como norman rockwell pinta, eles agem.
Mas a 6 de agosto de 1945, o mundo viu realmente o que significa o american way of life. O coronel Paul Tibbets Jr, da força aérea dos estados unidos, um jovem de 30 anos, pilotou um quadrimotor b29 e lançou a bomba atômica sobre Hiroshima. O bombardeio foi batizado de Enola Gay, em homenagem à mãe do piloto. Que deve ter adorado a homenagem do filho, que ainda posou com os amigos antes da viagem. Nenhuma preocupação, nenhum sentimento de dúvida. Nada disso. São jovens brancos, fortes, atléticos, que logo voltariam para casa e ganhariam medalhas. Teriam filhos lindos e poderiam ser muito bem retratados por Rockwell, o desenhista, retratista, pintor e fotógrafo do sistema.


A Itália e a Alemanha já haviam se rendido. A Alemanha, derrotada pelo glorioso Exército Vermelho, que resitiu no inverno até conseguir a vitória. E pensar que os EUA demoraram tanto a guerrear.


Apenas o Japão resistia. Era questão de tempo. Mas a turma de Norman Rockwell tinha pressa. E vontade de punir. A bomba atômica foi lançada. Em 20 segundos, morreram 70 mil pessoas. Em poucos dias, chegou-se a 210 mil mortos.
A bomba se chamava little boy.Os amigos de Norman gostam de dar nomes ás coisas. Três dias depois, foi a vez de Nagasaki. A bomba se chamava fat man e matou 80 mil.




Norman Rockwell nunca fez um desenho sobre o cogumelo assassino. Nunca registrou esse lado do american way of life. Esse foi exclusivo para os japoneses e para tantos outros países que um dia viram ditaduras instaladas por obra e graça dos irmãos do Norte.

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