terça-feira, 27 de abril de 2010

Com a palavra, Fidel - Resposta sobre o post anterior

Extraído do Tijolaço.
Não tem o que comentar. Fidel é sempre genial.
A idéia que passa dessas obsessões estadunidenses, é que os EUA estão preparando o bote para dar o xeque-mate.
Pergunto novamente: E se fosse o Irã?

As loucuras da nossa época

Fidel Castro

Não resta alternativa que chamar as coisas pelo seu próprio nome. Os que mantêm um mínimo de senso comum podem observar sem nenhum esforço o pouco que resta do realismo no mundo atual.

Quando o Presidente dos EUA, Barack Obama, foi indicado para o Premio Nobel da Paz, Michael Moore declarou: “agora que o ganhe”. O engenhoso comentário agradou a muitas pessoas pela avidez da frase, mesmo que muitos não tenham visto nada mais além na decisão do Comitê norueguês do que demagogia e exaltação perante a, aparentemente inofensiva, politiquice do novo Presidente dos Estados Unidos, um cidadão afronorteamericano, bom orador, e inteligente político à frente de um poderoso império submerso numa profunda crise econômica.

A reunião mundial de Copenhague estava prestes a começar e Obama acendeu as esperanças de um acordo envolvente onde os EUA se somariam a um consenso mundial para evitar a catástrofe ecológica que ameaça a espécie humana. O que aconteceu ali foi decepcionante, a opinião pública internacional havia sido vítima de um doloroso engano.

Na recente Conferência Mundial dos Povos sobre o Cambio Climático e os Direitos da Mãe Terra, celebrada na Bolívia, se buscaram respostas cheias de sabedoria das antigas nações indígenas, invadidas e virtualmente destruídas pelos conquistadores europeus que, em busca de ouro e riquezas fáceis, impuseram ao longo dos séculos suas culturas egoístas e incompatíveis com os interesses mais sagrados da humanidade.

Duas notícias publicadas ontem expressam a filosofia do império que pretende nos fazer acreditar em seu caráter “democrático”, “desinteressado” e “honesto”. Basta ler o texto dos despachos provenientes da capital dos EUA.

“WASHINGTON, 23 abr 2010 – O presidente dos EUA, Barack Obama, está avaliando a possibilidade de expandir um arsenal de mísseis de ogivas convencionais, não nucleares, porém capazes de alcançar alvos em qualquer lugar do mundo em cerca de uma hora e com uma capacidade explosiva muito potente”.

“Mesmo que a nova super bomba, montada sobre mísseis do tipo Minuteman, não terá ogivas atômicas, sua capacidade destrutiva será equivalente, tal como o confirma o fato de que a sua dispersão está prevista no recentemente acordo firmado com a Rússia, START 2”.

“As autoridades de Moscou reclamaram e conseguiram inserir no acordo que, a cada um desses mísseis, os EUA elimine um dos seus foguetes com ogivas nucleares”.

“Segundo os repórteres do New York Times e da cadeia de televisão CBS, a nova bomba, batizada PGS (Prompt Global Strike), deverá ser capaz de matar o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, numa caverna do Afeganistão, destruir um míssil norte-coreano em plena preparação ou atacar um arsenal nuclear iraniano, tudo isso, sem ultrapassar o indício atômico”.

“A vantagem de dispor como uma opção militar de uma arma não nuclear que tenha os mesmos efeitos de impacto localizado de uma bomba atômica é julgada interessante pelo governo de Obama”.

“O projeto foi inicialmente lançado pelo antecessor de Obama, o republicano George W. Bush, porém foi bloqueado pelos protestos de Moscou. Levando em consideração que os Minuteman também transportam ogivas nucleares, disseram as autoridades de Moscou, era impossível estabelecer que o lançamento de um PGS não fosse o começo de um ataque atômico”.

“Porém, o governo de Obama considera que pode dar a Rússia ou a China as garantias necessárias para evitar mal-entendidos. Os silos dos mísseis da nova arma serão montados em lugares distantes dos depósitos de ogivas nucleares e poderão ser inspecionados periodicamente pelos especialistas de Moscou ou Pequim”.

“A super bomba poderia ser lançada com um míssil Minuteman capaz de dar a volta através da atmosfera à velocidade do som e carregando mil libras de explosivos. Equipes ultra-sofisticados permitirão ao míssil soltar a bomba e fazê-la cair com extrema precisão sobre os alvos escolhidos”.

“A responsabilidade do projeto PGS que se estima terá um custo de 250 milhões de dólares somente no seu primeiro ano, de experiência, foi encomendada ao general Kevin Chilton, ao mando do arsenal nuclear norte-americano. Chilton explicou que o PGS preencherá um vazio na gama de opções com as que atualmente contam o Pentágono”.

“Nesses momentos podemos atacar com armas não nucleares a qualquer lugar do mundo, porém num espaço de tempo não inferior a quatro horas, disse o general. Para uma ação mais rápida, reconheceu, somente contamos com opções nucleares”.

“No futuro, com a nova bomba, os EUA poderiam atuar rapidamente e com recursos convencionais, tanto contra um grupo terrorista como conta um país inimigo, num período muito menor e sem levantar a ira internacional pelo uso de armas nucleares”.

“Se prevê que os primeiros testes comecem em 2014 e que para 2017 esteja disponível no arsenal dos EUA. Obama já não estará no poder, porém a super bomba pode ser a herança não nuclear deste presidente, que já ganhou o prêmio Nobel da Paz”.

“WHASHINGTON, 22 Abr 2010 – Uma nave espacial não tripulada da Força Aérea dos EUA decolou esta quarta-feira da Flórida, em meio a rumores secretos sobre sua missão militar”.

“A nave espacial robotizada, o X-37B, foi lançada de Cabo Canaveral num foguete Atlas V às 19:52, horário local (23:52 GMT), de acordo com o vídeo distribuído pelo exército”.

“O lançamento é iminente, disse a AFP o major da Força Aérea Angie Blair”.

“Parecido a uma balsa espacial em miniatura, o avião tem 8,9 metros de largura e 4,5 metros de envergadura”.

“A fabricação do veículo espacial reutilizável tem levado anos e o exercito ofereceu explicações vagas sobre seu objetivo ou seu papel no arsenal militar”.

“O veículo está sendo delineado para proporcionar o meio ambiente de um “laboratório em órbita” a fim de testar novas tecnologias e componentes antes de que essas tecnologias sejam determinadas a programas de satélites em funcionamento”, disse a Força Aérea num comunicado recente.

“Funcionários informaram que o X-37B aterrisaria na base da força aérea Vanderberg, Califórnia, mas não disseram quanto tempo durará a missão inaugural”.

“Para sermos sinceros, não sabemos quando vai voltar”, Gary Payton, segundo sub-secretário de programas especiais da força aérea, disse a jornalistas essa semana.

Payton sinalizou que a nave poderá permanecer no espaço por até nove meses.

“O avião, fabricado pela Boeing, começou com um projeto da agência espacial estadounidense (NASA) em 1999 e logo foi transferido para a força aérea, que planeja lançar um segundo X-37B em 2011”.

Por acaso falta algo mais?

Hoje se deparam com um obstáculo colossal: a já irreprimível mudança climática. Se enciona o inevitável aumento da temperatura em mais de dois graus centígrados. Suas consequências serão catastróficas. A população mundial crescerá em dois bilhões de habitantes em 40 anos e alcançará o número de nove bilhões de pessoas, nesse breve tempo: cais, hotéis, balneários, vias de comunicação, indústrias e instalações próximas a portos estarão debaixo d’água em menos tempo que o que é necessário para disfrutar a metade de sua existência a geração de um país rico e desenvolvido, que hoje, egoistamente se nega o menor sacrifício para preservar a sobrevivência da raça humana. As terras agrícolas a e água potável diminuirão considerávelmente. Os mares se contaminarão; muitas espécies marinhas deixarão de ser consumíveis e outras desaparecerão. Quem diz não é a lógica, mas as pesquisas científicas.

O ser humano havia conseguido melhorar, através da genética natural e da transferência de variedades de espécies de um continente a outro, a produção por hectare de alimentos e outros produtos úteis ao homem, que aliviaram durante um tempo a escassez de alimentos como o milho, a batata, o trigo, as fibras e outros alimentos necessários. Mais tarde, a manipulação genética e o uso de fertilizantes químicos contribuiram igualmente à solução de necessidades vitais, mas estão chegando a um limite de suas possibilidades para produzir alimentos saudáveis e aptos para o consumo. Em apenas dois séculos se estão esgotando, por outra parte, recursos de hidrocarbonetos que a natureza levou 400 milhões de anos para produzir. Do mesmo modo, recursos minerais não renováveis vitais que a economia mundial requer estão se esgotando. Por sua vez, a ciência criou a capacidade de destruir o planeta várias vezes em questões de horas. A maior contradição da nossa época é, precisamente, a capacidade da espécie de autodestruir-se e sua incapacidade de se governar.

O ser humano conseguiu elevar suas possibilidades vida até limítes que excedem sua própria capacidade de sobreviver. Nessa batalha está se consumindo aceleradamente as matérias primas ao alcance das mãos. A ciência tornou factível converter matéria em energia, como aconteceu com a reação nuclear, ao custo de enormes investimentos, mas que não se vislumbra sequer a possibilidade de converter a energia em matéria. O infinito custo dos investimentos nas investigações pertinentes está demonstrando a impossibilidade de conseguir em algumas poucas dezenas de anos o que o universo levou bilhões de anos para criar. Será necessário que o menino prodígio Barack Obama nos explique? A ciência tem avançado extraordináriamente, mas a ignorância e a pobreza também crescem. Alguém pode demonstar o contrário?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não se utilizem de comentários ofensivos, que utilizem expressões de baixo calão ou preconceituosas. A bodega é livre, mas exige respeito.