quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Dr Zem - Reforma política, já!

Do amigo Ricardo Meira, do blog Dr. Zem.
Ele não só discute a crise do Senado, mas da crise política.
Não fala só da vida pregressa e atual de Sarney e de sua família, mas dos interesses escusos da grande imprensa golpista e dos "ilibados" opositores do governo.
E claro, a reforma política, que seria talvez o grande feito da gestão petista nesses primeiros dois mandatos, talvez o mais difícil.

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A crise no Senado - Vossa Excelência Nos Respeite!

Os recentes e lamentáveis acontecimentos no Senado Federal demonstram, claramente, a necessidade da reforma política. Com efeito, a cada dia, percebe-se que o problema não está, apenas, nos pecados do presidente Sarney - como quer dar a entender a grande mídia. Trata-se, na verdade de uma crise nas instituições, facilmente verificada na quantidade de senadores, tanto de oposição quanto da situação, com “telhados de vidro”, alguns, estranhamente, tratados como “bons pecadores” por alguns dos mais influentes analistas políticos.

A continuar a forma simplista, maniqueísta e, às vezes, com clara contaminação política, como o assunto é tratado na imprensa, perpetuaremos a cantilena de sempre: “o acusador de hoje é o acusado de amanhã”, e o desgaste será banalizado. Também não acredito que a simples extinção do Senado seja a solução – seria um tiro mortal no princípio federativo , traduzido no necessário equilíbrio dos entes federados. Tal situação vende jornal e dá audiência na televisão, mas não ataca a causa raiz da crise e fica-se com a impressão que a cobertura esconde outro interesses.

Desta vez, o Presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes, tem razão: não é possível ficar cassando mandado de presidente do senado a cada dois anos, como parece ter virado rotina ultimamente. É necessário atacar as causas fundamentais dos desvios do senado. Uma reforma política, com ampla participação da população é fundamental, tal reforma passa pela revisão do processo eleitoral e organização dos partidos políticos. A revisão das competências do senado, hoje confundidas com as atribuições da Câmara dos Deputados, se mostra necessária, insere-se, ainda, neste contexto, a revisão da legislação quanto aos mandados de suplentes sem votos.

Outro fato a destacar é a necessária reavaliação do generoso orçamento do Senado. Afinal, não é justificável que o suporte às atividades de apenas 81 senadores custe mais que orçamento de grandes cidades brasileiras como: Porto Alegre,Recife e Fortaleza. Com efeito, a ONG Transparência Brasil divulgou dados relativos a uma pesquisa que mostrou que o Senado do Brasil, por membro, é o mais caro do mundo. Um orçamento tão inflado favorece as “benesses”, desvios e desperdícios, traduzidos em verdadeiras guerras pelo controle da máquina burocrática do senado.

A reforma política, portanto, urge, lamentavelmente, as dificuldades de sua implantação são gigantescas, afinal, qual dos nossos “probos” políticos admitiriam perder a “boquinha”? Para vencer esta resistência só resta uma única alternativa: a ampla participação e cobrança da população, organizada, livre de manipulações e voltadas para os interesses do país.

2 comentários:

  1. Excelso bacharel e amigo Guilherme, a confusão do senado é mais uma prova da impunidade. Acredito que Lula foi bastante infeliz ao se posicionar a favor de Sarney e dizer que ele 'não é uma pessoa comum'. Alguém que faz uso das prerrogativas do cargo realmente não é uma pessoa comum, é uma pessoa no mínimo desonesta.
    Me frustra a defesa maciça do presidente por parte dos blogs, mesmo ele tendo errado (na minha perspectiva, é claro!).
    Um abraço

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  2. Ele errou, é a maldita governabilidade que já disse aqui e lamentei. O Ricardo analisou bem quando destaca a carência da reforma política como uma necessidade prioritária e urgente.

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