Do blog Inventário Ambiental de Fortaleza, de José Sales.
Obras da Usina de Ondas no inicio de 2010
Depois de alguns anos de estudos, deverão ter início, em janeiro de 2010, as obras de construção da primeira usina de ondas do mar da América do Sul, a ser instalada no Ceará. A fase de pesquisas, entretanto, não terminou: a unidade a ser criada será um protótipo para analisar a viabilidade de se investir nesse tipo de energia por aqui. A previsão é de que as obras durem entre 24 e 30 meses, com a usina entrando em operação logo após esse prazo.
De acordo com o Diretor de Energia da Secretaria de Infra-estrutura do Estado (Seinfra), Renato Rolim, será definido, ainda este mês, o cronograma físico-financeiro do equipamento. A expectativa é de que o investimento necessário seja de R$ 12 milhões, ficando R$ 1 milhão com o Governo do Estado e o restante com a nova parceira da empreitada, a empresa Tractebel Energia.
"Antes, o projeto era com a Eletrobras, mas não teve sucesso. Com os recursos que serão aportados pela Tractebel, através do Programa de Incentivo à Pesquisa e Desenvolvimento, nós ampliamos a capacidade da usina, que passará a ter uma potência instalada elevada de 50 quilowatts (kW) para 100 kW", explica. Com essa capacidade, informa, é possível gerar energia para 80 famílias, dentro do programa Luz para Todos.
"Esta é uma usina piloto. Tem que ser colocada em pequena escala, para que depois possa ser elevada à larga. Portugal e Holanda já possuem usinas desse tipo em larga escala, mas ainda estamos começando os estudos por aqui".
A princípio, a planta irá iniciar as operações com três braços, com potência entre 10 kW e 12 kW. "Depois de seis a oito meses, verificando que o local é adequado, nós colocamos os restantes, ampliando a capacidade", informa.
A equipe à frente do projeto, concebido pelos pesquisadores da Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (Coppe) da UFRJ, que inclui ainda Universidade Federal do Ceará (UFC) e consultores associados, definiu o lado leste do quebra-mar do Terminal Portuário do Pecém como a localização adequada para o equipamento. Rolim explica que, com a ampliação do porto, programada para o recebimento de novos projetos, como a siderúrgica, a refinaria, além do Terminal de Regaseificação e, possivelmente, um estaleiro, foi preciso redefinir o local dessa usina.
O equipamento terá também incorporado a si um protótipo de uma usina de dessalinização de água do mar. "Isto é uma tendência mundial. O Ceará pode, daqui a uns 70, 100 anos, precisar do aporte de águas, e não temos rios suficientes onde tirar água, e poderá ser necessário retirar água do mar. Tudo isso é no âmbito da pesquisa", esclarece o diretor da Seinfra.
Ele também aponta que a energia das ondas não é fonte viável para a atual realidade, mas para cerca de 50 anos, por não se ter ainda uma idéia precisa de quanto ela irá custar. Por esta razão, explica, a usina está sendo empreendida como estudo de viabilidade.
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