quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A disputa pelo Senado no Ceará - Tasso na descendente

Extraído do vi o mundo.


No Ceará, as coisas podem ficar “interessantes”

Para o Senado, jogo está sendo jogado
Fábio Campos, em O Povo, por sugestão do Samuel Melo
14/09/2010 04:00
Com as favas contadas da eleição para governador do Ceará, as atenções se voltam para a disputa pelas duas vagas de senador. A manchete do O POVO de hoje toca no ponto ao classificar como “dura” a eleição e, na sequência, em segundo plano, estabelecer a relação do termo com o índice de indecisão, que se mantém muito alto. Trocando em miúdos, o jogo está aberto. A terceira rodada da pesquisa O POVO-Datafolha mostra que se mantém a lenta e gradual tendência de queda de Tasso Jereissati (PSDB) da mesma forma que se mantém lenta e gradual tendência de alta da dupla Eunício-Pimentel. No geral, o tucano com curva descendente. O peemedebista com curva ascendente na mesma proporção em que Tasso desceu. Em terceiro, numa proporção levemente menor, o petista também subiu. Faltando 20 dias para a eleição, avaliações definitivas correm o risco de se desmoralizar. Afinal, 40% dizem não saber em quem votar para um das vagas enquanto 25% se afirmam ainda sem candidato para as duas vagas. Está nesses índices o aval para a afirmação de que, para o Senado, o jogo está sendo jogado.

A FORÇA DE CID PARA O SENADO
A imensa quantidade de indecisos confirma um comportamento histórico de boa parte dos eleitores. A saber: primeiro, ele escolhe seus candidatos a presidente da República e a governador. Somente depois volta as suas atenções para a disputa de senador. É por isso que nessa escolha costuma ser decisiva a força do governador que está vencendo a disputa. Esta força é ainda mais decisiva se o candidato ao governo vencedor for dono de circunstâncias políticas e eleitorais tão favoráveis, como é o caso de Cid Gomes. Cid pode bater um recorde histórico de votos, acumulando muito capital político. Quando o governador potencialmente reeleito começa a trabalhar pra valer para seus candidatos ao Senado, a configuração da disputa tende a mudar. Até agora, não se viu na TV Cid fazer para seus senadores, por exemplo, o que fez a favor de Luizianne Lins. Em 2008, o governador gravou diferentes e enfáticos depoimentos a favor da reeleição da prefeita. Veiculados na propaganda eleitoral da TV, esses depoimentos (e os de Lula também) foram muito importantes para formar um caldo político favorável à petista. A rede de apoios declarados (governador e presidente) ajudou a dar mais consistência política à candidatura da prefeita.
O CABO ELEITORAL DE TASSO É TASSO
A questão é a seguinte: Cid jogará todas as suas fichas contra Tasso? O governador vai jogar todo o peso possível para derrotar o político que dedicadamente apadrinhou a ascensão política da família Ferreira Gomes? Caso jogue, a eleição de Tasso passará a ficar seriamente ameaçada. O tucano sabe disso. O tucano sabe bem como, desde 1986, sempre conseguiu eleger seus escolhidos para o Senado. Lembrem-se de 1994. Do outro lado estavam os então poderosos Mauro Benevides e Paes de Andrade, do PMDB. Candidato ao governo com vitória garantida, Tasso colocou seu trator eleitoral para eleger Sérgio Machado e Lúcio Alcântara. Conseguiu. Hoje, Cid é o tratorista. O trator é o mesmo que, na reta final da disputa de 2006, deu carona a Inácio Arruda (PCdoB) e atropelou Moroni Torgan (DEM). São quase três semanas até a eleição. Cid está no topo e pode, com Dilma e Lula, elevar também o resto da chapa. Tasso tem contra si um candidato a governador de seu partido que não consegue alcançar os dois dígitos nas pesquisas. A eleição de senador é a colada com a eleição de governador. Nesse ponto, está só.
O VOTO RESIDUAL PARA O SENADO
Vejam César Maia (DEM-RJ). O caso analisado é do Rio, mas vale para o resto: “Ibope e Datafolha divulgaram pesquisas realizadas nos mesmos dias… Os resultados foram quase exatamente iguais para governador. Porém, para Senador houve diferença gritante. Crivella teve 31% das intenções de voto no Ibope e 40% no Datafolha. Nem o método usado, nem o tamanho da amostra justificam diferenças tão grandes. Afoitos poderiam dizer que esse ou aquele instituto errou. Mas, não é assim. Um ou outro pode estar certo, ou nenhum deles. Numa eleição de dois votos a margem de erro do segundo voto é muito maior do que do primeiro. Como os candidatos fazem suas campanhas de forma individual, o eleitor decide em quem vai votar. Mas como tem direito a dois votos, o segundo voto é residual. A convicção pelo primeiro voto é muito maior que pelo segundo”.

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