Por que Serra elogia ACM. Ou, como tratar jornalista
ACM fez escola
“Sem o apoio da Bahia e a liderança naquele momento de Antonio Carlos (Magalhães), que fundou a Frente Liberal e ajudou a eleger Tancredo Neves, não teríamos um governo democrático nos últimos 25 anos”.
Quem seria capaz de dizer essa sandice ?
Esse elogio extemporâneo a ACM, um dos mais fiéis defensores do regime militar ?
Fidelidade que só se compara, no meio civil, à de Marco Maciel ?
O autor dessa obscenidade é José Serra.
Ele estava na Bahia, onde foi receber o titulo de “cidadão soteropolitano”.
É o que diz o insuspeito jornal Globo, nesta quarta-feira desta semana, na página 10.
Palavras que Roberto Marinho subscreveria com lágrimas nos olhos.
Não tivesse sido a Rede Globo baluarte e maior beneficiária do regime militar (*).
Depois, apropriadamente, Roberto Marinho, pela mão de ACM, se converteu à democracia.
E hoje, de novo, dedica-se ao Golpe.
O que, amigo navegante, une Serra a ACM ?
Por que Serra elogiaria ACM ?
Ele pediu licença ao FHC para dizer isso ?
O Conversa Afiada se propõe a tentar decifrar esse enigma.
O jenio, como se sabe, é o nosso Putin.
Ele preservaria num nicho os colonistas (**) do PiG (***), aqueles que o chamam de “Serra” – e o resto … o resto … pau neles !
Leia, amigo navegante, como ele destratou uma jornalista portuguesa.
Como agrediu uma repórter da Folha (****).
E acompanhe neste vídeo uma seleta com os melhores momentos das agressões de Serra à imprensa não-pigueana – perceba, amigo navegante, como ele tem preferência por destratar mulheres.
Serra gosta de ACM porque ACM batia e ameaçava jornalista – é a hipótese aqui exposta.
Vou contar uma história que toda a Bahia conhece.
Antonio Carlos Fraga era jornalista estagiário da TV Itapoan, de propriedade de Pedro Irujo, que fazia oposição a ACM.
Fraga tinha 19 anos.
E foi escalado para cobrir o voto da última colocada nas pesquisas.
Vida de estagiário é dura.
Estávamos em 1986, primeira eleição direta para Governador, depois da intervenção militar.
O candidato de ACM era Josaphat Marinho.
O da Oposição, vencedor, Waldyr Pires, que Irujo apoiava.
Fraga pegou o pior carro da redação, o da Rádio Sociedade, também de Irujo.
Lá ia ele, quando soube pelo radio que o principal repórter da tevê tinha sido acometido de uma diarreia e não poderia desempenhar o papel mais importante daquele dia de eleição: cobrir a hora em que o filho de Irujo ia votar.
Fraga foi mandado para o aristocrático clube Bahiano de Tênis, que não existe mais.
Era onde votaria o filho do Irujo.
O filho do Irujo se demorou com Waldyr Pires e o Fraga, lá no Bahiano, à espera.
E começa a sentir a animosidade de correligionários de ACM, que odiavam a TV Itapoan.
Fraga, ali à espera.
Até que entra ACM, também para votar.
É recebido por uma retumbante vaia.
Cinco, seis minutos de vaia ao Ministro das Comunicações, o todo-poderoso ACM.
O Fraga lá, apertado, perplexo.
E corre com câmera e microfone até o vaiado.
No caminho, leva uns chutes e murros.
E segue o destemido estagiário, em busca do entrevistado.
Trava-se o seguinte diálogo:
Fraga – O senhor diz que vai ganhar a eleição e, no entanto, foi vaiado.
ACM – Você é um f … da p … ! Seu moleque, respeite o Ministro !
Fraga – Está tudo gravado !
ACM – Você é um f… da p … !
- Fraga – As vaias começaram quando o senhor chegou !
ACM abaixa o microfone, abafa o som e diz no ouvido do Fraga: “Vou mandar te matar, seu f … da p … !”
ACM dá um soco nas costas e um ponta-pé no Fraga.
Fraga tira a fita da câmera, esconde dentro da camisa e corre para o carro.
(Não esquecer que Serra confiscou a fita da gravação que fez com Márcia Peltier, na TV Gazeta de São Paulo …)
Diz no rádio para a chefia da redação: “Tenho um furo, tô com um furo gravado !”
E corre para a redação.
Carros da segurança de ACM perseguem o carro de Fraga pelas ruas de Salvador.
Ele chega finalmente à redação e recebe a notícia:
“Você está demitido !”
Como, “demitido por que ?”, perguntou o estagiário.
Por desacato à autoridade.
ACM tinha denunciado às autoridades policiais que Fraga o tinha agredido.
Fraga ficou paralisado na redação, aturdido, quando viu Pedro Irujo, o dono da emissora, passar no corredor.
Fraga correu e disse: “Sr Pedro, o ACM chamou o senhor de basco ladrão !”
O que ? , perguntou Irujo.
Fraga foi lá na ilha de edição e rodou a fita.
Estava lá, ACM de corpo inteiro: “f … da p …” e aquele “basco ladrão”.
Irujo chamou a editora: bote no ar como está ! Sem editar !
E assim foi feito, ao longo de todo o dia da votação, fita íntegra, várias vezes.
A partir daquele dia, Fraga, que andava de motocicleta, passou a receber ameaças de corpo presente e por telefone.
Fraga processou ACM.
ACM foi absolvido no Supremo, “por falta de provas”.
O Ministro das Comunicações tinha uma retransmissora da TV Manchete.
Tomou a Rede Globo para ele.
Irujo saiu do negócio de televisão.
Fraga abandonou o jornalismo e, hoje, é dono de uma empresa de produção de vídeo, muito bem sucedida.
Veja este vídeo histórico: como ACM tratou Fraga e, provavelmente, por que Serra ama ACM:
Popout
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ler “Globo foi o maior dedo duro do Regime Militar”.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ler “Globo foi o maior dedo duro do Regime Militar”.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(****) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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