Do blog do Menon.
UM LEÃO SEM DENTES
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Juvenal Juvêncio, independentemente do que acontecer, é um leão sem dentes. Um guerreiro cansado, uma carolina, que vê a vida passar, vê o mundo se modificar e continua na janela. Não conheci a Carolina - apenas minha amada sobrinha - mas Juvenal já foi importante.
Em 2003, assumiu, por ordem ou pedido de Marcelo Portugal Gouvea, a direção de futebol do clube. E fez um ótimo trabalho: construiu o Reffis, vendeu Kléber para a Ucrânia e montou um novo time com jogadores como Cicinho, Fabão, Grafite e outros. O São Paulo voltou à LIbertadores em 2004, foi campeão em 2005 e ganhou ainda o mundial interclubes. Com Josué, MIneiro, Amoroso e outros. Além disso, construiu o centro de formação de atletas em Cotia.
O clube era pioneiro. Foi quem melhor entendeu a nova lei, que extinguia o passe, e contratava jogadores sem gastar nada. Ganhou assim o tricampeonato.
Só que os outros clubes foram se armando. O Inter tem uma saúde financeira muito sólida, graças ao sócio torcedor. O Corinthians nada de braçada no marketing, com a contratação de Ronaldo e a conquista da Copa do Brasil.
Juvenal foi ultrapassado em 2010. Nem vou falar do Morumbi fora da Copa. Isso não me interesa. E, se Juvenal perdeu, foi por suas qualidades - enfrentou o bandido Ricardo Teixeira - do que por seus defeitos. Falo da falta de ousadia nas contrataçoes, o que fez com que o clube ficasse com a xepa da feira. Leo Lima, Andre Luiz, Marcelinho Paraíba chegaram e foram embora. Carlinhos Paraíba deveria ir.
E, quando o time foi eliminado da Libertadores, demitiu-se o tecnico. E até agora, Juvenal, sem garra, sem fé, sem dentes, sem mobilidade e ousadia coloca o futuro do time nas mãos inexperientes de Sérgio Baresi.
Ir ou não ir a Libertadores não é uma questão apenas de orgulho. Envolve dinheiro. Lucro. E Juvenal não consegue contratar um técncio. Deixa que as coisas aconteçam, deixa que o tempo passe na janela. Como uma Carolina, abdicou de ser agente da história. Sofre apenas o reflexo de sua caminhada irreversível.
Penso que os recentes fracassos experimentados pelo SPFC, dentro e fora de campo, estão conduzindo o Clube ao seu verdadeiro caminho:um time aberto aos atletas da base,aos técnicos forjados dentro da Casa,a uma reforma mais sóbria e coerente em seu Estádio e principalmente uma humildade maior para dialogar com todos os setores da sociedade, inclusive os adversários, práticas que o efêmero sucesso inviabiliza.
ResponderExcluirAcho que não se deve negociar com ladrão. Os erros da diretoria são outros.
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