A encruzilhada do MSM
Em 2007, com leitores do meu antigo blog, o Cidadania.com, fundei o Movimento dos Sem Mídia. Na visão que tive, a organização se justificaria pelas amplas possibilidades de reação à direita brasileira que apresentava. Juro que enxerguei tudo o que a ONG faria e que efetivamente fez. E tentei cumprir a missão da melhor forma possível.
De lá para cá, o MSM fez o primeiro ato público não-partidário, não sindicalizado, não-corporativo envolvendo centenas de pessoas para protestarem diante de um grande meio de comunicação contra distorções de notícias e fatos.
Aquele foi o primeiro de vários outros atos, que culminaram com o da Ditabranda, que levou cerca de cinco centenas de cidadãos, espontaneamente, para protestarem contra a teoria da Folha de que a ditadura militar brasileira teria sido branda, o que fez aquele jornal recuar da teoria em suas próprias páginas, tendo sido obrigado a citar o MSM e o ato que promoveu.
Mais recentemente, o MSM, depois de várias outras ações, representou ao Ministério Público Eleitoral contra os quatro maiores institutos de pesquisa do país pedindo auditoria de suas sondagens sobre a sucessão presidencial e obteve a anuência da instituição à sua tese, o que, com posterior apoio expresso no antigo blog Cidadania.com de mais de dois mil internautas de todas as partes do país e até de outros países, gerou inquérito que segue correndo na Polícia Federal.
O Movimento dos Sem Mídia é uma conquista da sociedade civil. Um marco, um instrumento que precisa sobreviver e, na pior das hipóteses, crescer e se institucionalizar.
Falta-nos, porém, os meios. Dependemos apenas deste blogueiro e de mais alguns pouquíssimos filiados à organização, os quais, abnegadamente, arcam sozinhos com a atividade da ONG. Agora mesmo, precisamos ir a Brasília ou conseguir um advogado por lá para agir contra falsificadores de pesquisas.
Mas precisamos nos organizar, precisamos de apoio, precisamos de filiados. Precisamos, portanto, fazer uma Assembléia física e virtual.
Seria uma Assembléia em que compareceriam os membros filiados e outros que quiserem se filiar, e que seria transmitida por streaming (web TV) para outras partes do país. Já fizemos coisa parecida em 2007, quando fundamos o MSM, mas não havia tecnologia para transmitir o evento pela internet como há hoje, de forma que outros de outras partes do país pudessem participar, votar, ajudar-nos a deliberar e a planejar.
Enfim, o MSM precisa optar entre morrer de inanição ou se fortalecer e se institucionalizar, para continuar lutando. Para a segunda hipótese, temos que nos reunir, os que tiverem interesse em integrar esse esforço da sociedade civil. Mas, sozinho, não tenho mais como avançar.
Neste momento, precisamos de um advogado em Brasília, pelo menos. O MSM não tem condições de enviar para lá o seu diretor jurídico. E estamos deixando de agir contra falsificadores de pesquisas por falta do mínimo de condições. Desta maneira, esperamos que surja esse advogado com uma certa urgência, ou morreremos na praia.
É preciso fortalecer o MSM e fazê-lo crescer, pois ele se tornou menor do que as suas possibilidades. É chegada a hora, portanto, de apresentar à sociedade esta questão. Precisamos de que pessoas se unam a nós não apenas no apoio retórico.
Se não fortalecermos o MSM, ele morre. Não tenho mais como continuar sozinho. Estou exaurido entre o meu trabalho remunerado e profissional, este blog e a ONG, sem falar dos dramas pessoais que todos conhecem. No último domingo, passei mal. Fui baixar no hospital com cólicas renais, aos berros. O médico disse que estou estressado…
Só lhes conto isso porque estou no meu limite. Não dá mais para fazer tanta coisa ao mesmo tempo, e praticamente sozinho.
Desta forma, só me comprometo a atuar sozinho em mais este caso das pesquisas. Se não aparecer ajuda, darei um jeito de continuar só mais esta ação, porque não vou deixar o PIG vencer, mas, depois, pararei com as atividades da ONG. Ainda farei o blog, mas não terei como continuar com o ativismo político.
Estou cansado, minha vida está complicada, tenho problemas pessoais graves. Não é justo com a minha família e com a minha própria saúde, da qual a família depende. Espero que me compreendam. E espero não ver o MSM morrer.
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