Só faltou mostrar na imagem o mascote do melhor do mundo que adesiva sua garrafa térmica. Veja aqui.
Em dezesseis anos de profissão, conheci todas as "categorias" de gente. As mais queridas, as da categoria "A", fazem parte de um grupo pequeno.
Diego Lugano está nele. Vi de perto sua apresentação no São Paulo, em 2003. Tratado como uma porcaria de jogador, Lugano permaneceu quieto.
No campinho dos goleiros do CT são-paulino, aperfeiçoava o passe no paredão. Quieto, quase não era notado.
O nome de Lugano raramente aparecia na lista de relacionados para os jogos. E ele jamais reclamou publicamente disso. Sempre quieto.
Com o passar dos anos, campeoníssimo no Brasil, nome respeitado na Europa, e capitão da Celeste, eis que Diego Lugano finalmente realiza o sonho de jogar uma Copa do Mundo. Detalhe: um gol de "voadora'' do zagueiro sobre a Costa Rica na repescagem, foi fundamental na classificação uruguaia.
A campanha na África do Sul é de surpreender os mais otimistas. No mínimo quarta força do torneio. Espetacular.
Zagueiro Lugano sofreu uma contusão no joelho e é dúvida para semifinal diante da Holanda
Crédito da imagem: AFP
Poucos acreditam ser possível o Uruguai na final de domingo. Poucos acreditam que Lugano tenha condições de estar em campo na semifinal contra a Holanda. O capitão machucou o joelho no épico jogo diante de Gana.Crédito da imagem: AFP
Conviver com a descrença não é novidade para os uruguaios. Quer saber, penso que eles até gostam do olhar desconfiado dos outros.
Quando me lembro da chegada de Lugano ao São Paulo, e vejo o nível que atingiu como atleta, passo a ter certeza de que é um povo que se fortalece na adversidade.
Possivelmente pelo tanto que sofreram nos últimos anos, e, graças a uma cultura privilegiada adquirida em casa e na escola, conseguiram suportar.
Jornalista não deve torcer, mas abrir uma exceção para um jogador exceção não é algo assim tão grave.
Solte o grito Lugano!
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