O Irã não pode ser um novo Iraque
Muito correta e positiva a posição manifestada ontem pelo Presidente Lula e pelo chanceler Celso Amorim em relação às pressões feitas pela Secretária de Estado Hillary Clinton, em sua visita ao Brasil.
Disse Lula: “Não é prudente encostar o Irã na parede. É preciso estabelecer negociações com aquele país. Quero para o Irã o mesmo que quero para o Brasil: usar energia nuclear para fins pacíficos. Se o Irã for além disso, não poderemos concordar”.
Amorim, sem entornar o caldo, disse que há uma história semelhante à das “armas de destruição em massa” usada para invadir o Iraque: “Tive a chance de ser embaixador da ONU em um momento crítico para o Iraque, e era um pouco isso que eu ouvia também. E a acusação principal nunca se materializou.”
Além do Irã, Hillary deitou falação sobre como a Venezuela deveria se comportar, o que é descabido dizer a um governo com o qual aquele país possui boas relações comerciais e diplomáticas. Não houve qualquer consulta ao Brasil quando se tratou de colocar bases militares na Colômbia, o que não foi exatamente um bom começo de entendimento com a América do Sul por parte do Governo Obama.
A imprensa brasileira, é claro, só faltou chamar Hillary Clinton de “Sinhá”.
Curioso é que, ao condenar tão fortemente o Irã em nome da comunidade internacional, Hillary tenha vindo pedir que o Brasil abra mão das sanções que lhe foi concedido impor aos Estados Unidos pela Organização Mundial do Comércio, no valor de US$ 830 milhões, por conta da “guerra do algodão”, em que praticaram,com subsídios, concorrência desastrosas para o produto brasileiro. O Brasil abriu um prazo de 30 dias para entendimentos. Aí é bom ser compreensivo e negociar, apesar da condenação da “comunidade internacional”.
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