Eles estão é com um comichão e não param de maquinar uma crise governista.
Do vermelho.
Mídia e oposição especulam sobre licença que Lula nunca cogitou
do Vermelho
Mais uma vez, uma falsa notícia contada várias vezes assume ares de verdade. Os personagens da nova história são os mesmos de sempre: a mídia, a oposição e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desta vez, foi o jornal O Globo quem lançou a especulação de que o presidente Lula iria se licenciar do cargo em agosto e setembro para se dedicar à campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto.
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), negou nesta quinta-feira que o presidente tenha a intenção de se licenciar do cargo. O petista ainda levantou suspeita da origem da informação.
"Isso não tem nem pé nem cabeça. A licença nunca foi cogitada pelo presidente Lula, mesmo porque ele não se afastou na campanha dele de reeleição", afirmou.
Vacarezza disse que conversou com ministros e assessores próximos do presidente que negaram o interesse do presidente Lula em se afastar por alguns meses do comando do país para evitar ter problemas com a Justiça Eleitoral. "Nunca houve essa discussão. Nunca ouvi isso no Planalto em nenhuma reunião que participei. O presidente Lula não falou isso, nenhum ministro ouviu essa história", disse. "Há alguém interessado em fazer esse debate", afirmou.
O ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social, classificou como "maluquice" a notícia sobre a eventual licença de Lula. "É uma maluquice do Globo", afirmou Martins.
Sarney no poder?
O balão de ensaio lançado pela mídia pode ter como objetivo trabalhar o imaginário da população com a possibilidade do presidente do Senado, José Sarney, vir a assumir a presidência da República. Não é segredo para ninguém a percepção negativa que o ex-presidente tem entre os brasileiros, sobretudo após as denúncias das quais foi alvo recentemente.
Procurado pela imprensa para "repercutir" a "notícia" sobre a suposta licença do presidente, Sarney disse que nunca foi procurado por Lula para conversar sobre a possibilidade de assumir a Presidência da República. "Isso não existe, não tem fundamento. Se o presidente não se licenciou para a candidatura dele [em 2006], por que vai se licenciar para a candidatura de uma outra pessoa?", questionou, ao lembrar a reeleição de Lula, quando o presidente se manteve no cargo mesmo candidato.
Pela Constituição Federal, Sarney é o terceiro na linha sucessória, atrás do vice-presidente da República e do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Depois de Sarney, cabe ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, assumir o comando do país na ausência do titular.O vice-presidente José Alencar é cotado para disputar o governo de Minas Gerais ou uma vaga no Senado. Já Michel Temer é o nome escolhido pela cúpula do PMDB para ser indicado à vice-presidência da República na chapa de Dilma.
Oposição aumenta um ponto
Fiéis ao velho ditado de "quem conta um conto aumenta um ponto", lideranças da oposição se apressaram em "condenar" a licença que Lula nunca cogitou.
A senadora Marina Silva, pré-candidata do PV à Presidência da República, comentou que a suposta licença demonstra "uma certa insegurança". "Liderar um país como o Brasil na Presidência da República requer uma afirmação dos postulantes a essa liderança e isso não é algo para deixar para depois de ganhar as eleições. O momento de ganhar as eleições é o momento dessa liderança e isso confirma talvez uma certa insegurança no processo político", disse ela.
Já para o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), a decisão seria "coerente" se o presidente se afastasse desde já das suas funções uma vez que avalia que o petista já deu início à campanha da pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto. "Acho que, se o presidente quer ser isento da máquina, tem que se afastar agora. Se quer demonstrar isenção, tem que sair agora. Licença em setembro é golpe eleitoral", disse o indignado Heráclito, dando respaldo para a "maluquice" lançada pelo colunista Ilimar Franco, do O Globo.
Da redação,
com agências
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